Painéis de vidro integram esta casa urbana ao jardim

Por Redação
Atualizado em 20 dez 2016, 22h55 - Publicado em 11 jan 2010, 01h01

Monica Drucker realizou o sonho de muitos arquitetos. Ela recebeu a missão de selecionar o terreno para os futuros moradores antes mesmo de fazer o projeto – o que não é muito comum. Quando encontrou este lote de 2 500 m², na zona sul de São Paulo, privilegiado pela altitude elevada (780 m, quase a mesma da avenida Paulista) e pela vegetação, não teve dúvida de que os clientes se apaixonariam à primeira vista. “Dá para ver a Ponte Estaiada, novo cartão-postal da cidade”, diz a arquiteta. O lugar, no entanto, já continha uma construção dos anos 50, com a simplicidade e a racionalidade características do movimento modernista. As linhas prolongadas e a força do concreto influenciaram o projeto atual, mas não valia a pena reformá-la. “A estrutura estava comprometida e recomeçar do zero seria mais econômico”, explica Monica. Como a implantação e a orientação solar eram perfeitas, ela decidiu reproduzi-las. Desse caldeirão de inspirações, surgiu a casa transparente de 1 000 m², com fachadas de vidro e lajes em balanço que ajudam a aproximar os ambientes do verde. “É como se tivéssemos um encontro com a natureza todos os dias”, conta o dono.

Neste projeto, em que a transparência promovida pelas fachadas de vidro e pelos grandes vãos é o ponto culminante, a estrutura e as esquadrias acabaram se tornando as etapas mais complexas da obra. Os cuidados começaram na fundação, que, além de levar em conta as características do solo, considerou o porte da moradia e os balanços das coberturas – sem muitos pilares para distribuir o peso. “Optamos por estacas strauss, tipo mais profundo, que suporta cargas maiores”, fala Monica. Na montagem das vigas das lajes nervuradas, previu-se o espaço para a passagem da tubulação de água e esgoto, que não pode entrar em cena após a conclusão dessa etapa. A caixilharia de portas e janelas, um dos últimos itens a ser instalado, é resultado do detalhamento apurado entre a arquiteta e o fabricante. “Especificar adequadamente a espessura dos perfis evita o superdimensionamento de portas, problemas de estanquidade ou trechos que empenam ou entortam”, justifica ela. A obra, tocada por uma construtora, com visitas constantes de Monica, cumpriu orçamento e prazo: durou um ano e três meses e deixou os donos satisfeitos. “Valeu o investimento, porque aqui temos o que é preciso para curtir a vida”, comemora o proprietário.

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