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O que é e como funciona o crédito imobiliário?

Conheça todos os aspectos do financiamento da casa própria e faça suas escolhas com mais segurança. Entenda o que são juros, taxas de correção, sistemas de amortização, entre outros termos.

Por Texto: Cecilia Arbolave Reportagem visual: Gustavo Curcio e Rebeca Simone Fotos: Adri Felden
Atualizado em 20 dez 2016, 22h38 - Publicado em 22 nov 2011, 16h57
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Entenda os principais termos ligados ao tema financiamento

Financiamento é uma operação em que uma instituição financeira fornece recursos a um cliente para que ele faça um investimento. No contrato são acordados o total financiado (em geral até 80%), as taxas de juros, o sistema de amortização, o valor das parcelas e o prazo para quitar a dívida. Você toma posse do imóvel de imediato, porém… no fim do financiamento, terá pago cerca do dobro do valor inicial. Lembre-se, no entanto, de que, depois desse tempo, seu imóvel também terá valorizado.

1. O que é taxa de juros?

 

São calculadas sobre o valor do imóvel. Repare se a taxa é nominal ou efetiva. A primeira é apresentada como se a capitalização (a cobrança dos juros) ocorresse anualmente – por exemplo, 12% ao ano. Já na efetiva, a capitalização é mensal (os juros são cobrados em função da parcela atualizada mês a mês) – seguindo o exemplo, a taxa será de 12,69% ao ano. Ao avaliar um financiamento, atente para a taxa efetiva, pois é ela que é considerada.

2. O que é Custo Efetivo Total (CET)?

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Foi instituído em 2007 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e representa o custo total da contratação do crédito para o cliente. Expresso numa taxa percentual anual, o CET inclui as taxas de juros, as tarifas, os seguros de Morte e Invalidez Permanente (MIP) e Danos Físicos do Imóvel (DFI), além de outras despesas da operação. Os bancos são obrigados a divulgar seu CET, melhor parâmetro para comparar os planos de financiamento. “O que causa a variação é o seguro, que depende da idade da pessoa”, explica Marcelo Prata, CEO do Canal do Crédito, empresa paulistana distribuidora de crédito imobiliário. Para entender melhor, veja o exemplo real dado por Marcelo: “Um senhor de 67 anos quis financiar um imóvel de R$ 450 mil, com taxa de juros de 9,5%. O CET dele era de 16,5% ao ano. Ao transferir a operação para o nome da esposa, de 47 anos, o CET caiu para 11,27%”.

3. O que é Alienação fiduciária?

 

Ela dá garantias ao banco. Enquanto durar o financiamento, a propriedade do imóvel pertence à instituição – o mutuário só tem a posse. Se o comprador deixar de pagar as prestações, o banco notifica o Cartório de Registro de Imóveis e pede a reintegração de posse, sem depender de medidas judiciais. Entre o momento em que o comprador deixa de pagar as parcelas até ele perder a casa definitivamente, vai um ano em média.

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4. O que é taxa pré e pós-fixada?

 

A primeira, estabelecida antes do fechamento do contrato (por isso pré-fixada), se mantém ao longo do financiamento. Como embute a correção futura, é mais alta. Já a pós-fixada sofre atualização pela Taxa Referencial (TR) – índice que varia mês a mês e que em junho foi de 0,0589%. “É mais negócio optar pela taxa pósfixada, pois a TR é baixa, não sofre impacto direto da inflação e não tem picos”, explica Marcelo Prata.

5. O que é sistema de Amortização Constante (SAC)?

 

Esse sistema amortiza um percentual fixo do total da dívida, de modo decrescente e constante. No começo, a parcela (amortização + juros) é maior, pois o saldo devedor é grande. Com o tempo, a dívida diminui e, consequentemente, também as prestações, já que os juros incidem sobre um total menor, o que torna o sistema decrescente. Geralmente as correções são feitas pela TR.guiadacasapropria-26

6. O que é sistema de amortização por Tabela Price?

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Nesse sistema, as prestações apenas sofrerão correção pela TR se houver inflação. Do contrário, são fixas do início ao fim do financiamento. No começo, abate-se mais dos juros do que do saldo devedor. Portanto, a dívida começa a diminuir somente do meio do contrato em diante.guiadacasapropria-27

7. Como escolher entre Sac e Price?

 

“Embora os dois sistemas amortizem 100% do empréstimo na última parcela, pelo SAC, na metade do financiamento se abate 50% do valor do imóvel. Já pela Tabela Price esse percentual fica em torno de 20%”, aponta Fábio Seabra, da consultoria paulistana Sagace. Segundo Fábio, para quem quer quitar a compra rapidamente, o SAC é melhor. Mas aqueles cuja renda não deve aumentar ao longo do tempo devem avaliar a Price: as parcelas iniciais são mais baixas que as do SAC. Para Marcelo Prata, “a vantagem do SAC é que, como a parcela diminui mês a mês, ela abre espaço para outros investimentos”.

8. O que é contrato de gaveta?

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É um contrato irregular perante a lei, sem agente financeiro: uma pessoa vende sua casa financiada a outra, que assume as prestações. O risco é enorme para ambos. Se o novo dono deixar de pagar, o primeiro terá seu nome comprometido. Por outro lado, nada garante que o primeiro não negocie o mesmo imóvel com mais de uma pessoa, já que não existe contrato registrado. Se o proprietário original morrer, como o seguro de morte e invalidez estão no nome dele, a casa entrará em inventário para os herdeiros, e não para o novo comprador.

Modalidades de financiamento

Dois sistemas regulam o crédito imobiliário. O Sistema Financeiro da Habitação (SFH) permite o uso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) na compra da casa própria, impõe taxa de juros máxima de 12% ao ano e limite de valor para o imóvel (até R$ 500 mil, com financiamento de até 90%). Já o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) é destinado a imóveis acima de R$ 500 mil ou que não se enquadrem nas regras do SFH (bens comerciais, por exemplo).

 

 

 

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