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Moradas sustentáveis

Em meio à cinzenta paisagem de São Paulo, surgem algumas construções afinadas aos princípios da sustentabilidade. São prédios e casas que consomem menos água e energia elétrica, trazem qualidade de vida aos moradores e diminuem os prejuízos ambientais para as gerações futuras. 

Por Por Michele Silva Fotos: Levi Mendes Jr.
Atualizado em 19 jan 2017, 13h28 - Publicado em 20 jul 2009, 19h13
Um título para uma foto sem titulo

Para viver em harmonia com a natureza, não basta reciclar o lixo e fechar a torneira na hora de escovar os dentes. As construções de casas e prédios sustentáveis também têm papel fundamental no palco de um planeta que queremos: viver com uma qualidade de vida mais saudável. Em São Paulo, por enquanto, esse cenário ainda não é dos mais animadores. Principalmente no segmento das edificações residenciais. Mas, há sinais de que tudo caminha para mudar. Pelo menos, as construtoras estão de olho em projetos que contemplem equipamentos redutores do consumo de água e de energia, entre outros itens. Alguns condomínios residenciais já rezam a mesma cartilha dos prédios comerciais, na questão da sustentabilidade. É o caso do loteamento do condomínio Gênesis 2, da incorporadora Y. Takaoka, em Santana do Parnaíba, que adota energia solar para aquecer piscinas, tem estação própria de tratamento de esgoto e preserva a mata nativa. É ali que o engenheiro Maurício de Castro instalou sua casa. Toda ecológica. Se você se preocupa também em levar uma vida mais saudável, entre na onda dos produtos orgânicos. Tem até quem entrega em casa!

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Manutenção em conta

Enquanto as construções ecológicas residenciais caminham a passos lentos, os prédios comerciais disparam na frente quando se trata de sustentabilidade. Estas edificações costumam contar com elevadores que consomem até 40% menos energia elétrica, vidros isotérmicos para otimizar a iluminação natural sem elevar a temperatura no interior dos espaços e área verde compatível com o tamanho do empreendimento, entre outros recursos. Existem cerca de 90 prédios ecológicos no Brasil, grande parte na cidade de São Paulo, segundo Nelson Kawakami, diretor-executivo do GBC Brasil (Green Building Council), órgão que concede os certificados verdes LEED. Destes, aproximadamente, 80% são comerciais. A justificativa da quantidade ser maior do que as construções residenciais se refere à economia com a manutenção. Como as construtoras de edificações comerciais, geralmente, são as responsáveis pela administração do empreendimento, elas priorizam na obra itens que reduzam o gasto mensal durante o uso. A taxa de condomínio cai até 30%. E por que essa lógica não é aplicada às moradias? “Porque é preciso mudar o comportamento dos consumidores, e isso leva tempo”, afirma Nelson. O preço dos imóveis também pode ser um ponto que assuste. Mas se engana quem pensa que são muito mais caros. “Custam, em média, 5% mais que os prédios comuns, porém o imóvel sofre grande valorização depois de pronto”, acrescenta Nelson. Não custa tanto ficar de bem com a natureza.

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10 itens para prestar atenção

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Menos de 20% dos empreendimentos que aguardam a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), a mais importante para construções sustentáveis, é residencial. A falta de interesse dos compradores por itens que reduzam o impacto ao meio ambiente é a principal justificativa das construtoras. “No caso das edificações comerciais, esses itens já representam valor agregado, e várias empresas até exigem certificação”, diz Joaquim Rondon, gestor sócio-ambiental da construtora JHSF, responsável pelo Parque Cidade Jardim, na zona sul, cujas torres comerciais contarão com uma série de recursos para receber o selo verde.

1 – Placas captadoras de energia solar para aquecimento de água e iluminação.

2 – Telhado ecológico. Coberto com vegetação, permite maior conforto térmico ao reduzir a necessidade de ar condicionado.

3 – Medidor individual de água, gás e energia.

4 – Aquecimento de água a gás.

5 – Reúso da água do chuveiro para irrigação do jardim e válvula com controle de água na descarga da bacia sanitária.

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6 – Nas áreas comuns, sensores de presença que ativam a iluminação e lâmpadas econômicas (como as fluorescentes).

7 – Motores de alta performance para os elevadores.

8 – Lixeiras para coleta seletiva (metal, papel, plástico, material orgânico).

9 – Sistema de captação e aproveitamento da água da chuva.

10 – Área verde preservada no empreendimento.

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