Continua após publicidade

Mais poesia em meio à aridez da urbe

A proposta do arquiteto Ciro Pirondi traz alternativas de cultura e lazer ao redor dos trilhos

Por Redação
Atualizado em 20 dez 2016, 21h40 - Publicado em 20 out 2010, 18h19
Um título para uma foto sem titulo

“Como rompermos o sentido longitudinal da ferrovia para unir os dois lados separados por ela?”, pergunta o arquiteto Ciro Pirondi, da Escola da Cidade. Cicatrizes urbanas a dividir a metrópole, as vias férreas aos poucos foram separando bairros que cresciam para além dos trilhos, marginalizando-os até, como se os trilhos de ferro fossem rios. Incomodado, Ciro lança algumas ideias nobres para resgatar esse forte traço simbólico paulistano. “Se a gente fosse desenhar São Paulo, documentaria a natureza da serra da Mantiqueira, os rios, os espigões da Paulista e, sem dúvida, as ferrovias, pois a cidade se desenvolveu a partir desses eixos.” Para ele, as estações seriam o ponto de partida da mudança. À exemplo da Júlio Prestes, que ganhou novo uso, e a da Luz, repaginada, a de Santo Amaro e tantas outras nas zonas leste e oeste poderiam abrigar centros de memória, pois são lugar de encontro, não só de passagem.

Um dos idealizadores da Escola da Cidade – faculdade voltada para a formaç�...

Na opinião do arquiteto, essa recuperação se irradiaria para o entorno, com a criação de parques lineares e a revitalização dos trens. Sem dúvida, a parte mais atraente (e barata) da proposta traz vagões estacionados em desvios, nos fins de semana, aproveitando-se de alguma encosta para fazer dos trilhos anfiteatros ao ar livre. Haveria trens-cinema, teatro, orquestra, biblioteca e multimídia levando cultura à população. “É uma ideia com um pé na realidade e outro na utopia.”

Publicidade