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Lajes e estruturas ficam aparentes em casa mineira

Esta casa revela intencionalmente suas virtudes: lajes e estruturas ficam aparentes, cercadas de muito vidro, alguns brises nas laterais e raras paredes de alvenaria.

Por Reportagem: Joana L. Baracuhy Fotos: Leonardo Finotti Ilustrações: Fabio Flaks
Atualizado em 14 dez 2016, 12h14 - Publicado em 23 out 2011, 17h19

Antes mesmo de completar 40 anos, Alexandre Brasil Garcia é tido como um expoente da nova arquitetura mineira, herdeira de grandes nomes, como Carlos Alexandre Dumont, Éolo Maia (1942-2002), Jô Vasconcellos e Sylvio de Podestá. Sua atuação começou pelos concursos públicos e, mais recentemente, se destaca em parcerias com uma gama de colegas, sobretudo em projetos de residências. Talvez por essas credenciais (além das pessoais, claro), o irmão do jovem arquiteto lhe deu carta branca para planejar sua casa num condomínio em Nova Lima, a 22 km de Belo Horizonte. Inspirados pela tradição local (contestadora, exuberante e simpática ao pós-moderno), mas sempre atentos às necessidades contemporâneas, Alexandre e a sócia, Paula Zasnicoff, encontraram no lote de 1 300 m² uma boa oportunidade de reinvenção. Saíram-se com uma casa parcialmente elevada do solo, ladeada por brises e construída com elementos industrializados, a exemplo das lajes e dos vidros. “Estas terras pertenciam a mineradoras, mas estavam impedidas de exploração. Com o passar dos anos, acabaram sendo loteadas”, explica Alexandre sobre o município próximo. Hoje, Belo Horizonte se expandiu e a distância entre os condomínios de Nova Lima e a zona sul da capital é curta. Mesmo assim, os arquitetos buscaram reunir o máximo de lazer e autossuficiência na moradia e propuseram uma espécie de praça a céu aberto, com piscina, spa e sala íntima, para onde convergem todos os ambientes de estar. Como faz com seus outros clientes, Alexandre trabalhou em etapas: num primeiro momento, sugeriu ao irmão essa alternativa de setorização. Só após seu consentimento, prosseguiu. “Apresentamos bons motivos para o conjunto, e para cada espaço separadamente ser como é, estar onde está. A forma da casa nasce junto e decorre disso”, diz ele, sobre os oito meses de projeto. Pensando nos futuros vizinhos, desenhou também lindos brises para as laterais, garantia de privacidade e sombra.