Jardim São Caetano: bairro planejado
Uma das sete cidades que compõem o Grande ABC, São Caetano do Sul é campeã em qualidade de vida no país e conta com um bairro cheio de casas protegidas apenas pela sombra das árvores
A Organização das Nações Unidas já concedeu três vezes a São Caetano o primeiro lugar no ranking brasileiro dos municípios com elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Em seus 15 km2 de extensão, a cidade exibe bons lugares para viver, como o Jardim São Caetano. Rodeado por dois parques, numa área estritamente residencial, oferece casas amplas em ruas largas e com muitas árvores. A sua nobreza agora se estende ao bairro vizinho, Mauá, foco recente de investimentos imobiliários. “Com a mudança na lei de uso do solo na região, ocupada antes por indústrias, há muitos empreendimentos novos e os imóveis valorizaram entre 30 a 50% nos últimos dois anos”, conta Aparecido Viana, diretor da imobiliária que leva seu nome. Universidades como Mauá, Uniban e Centro Universitário Municipal de São Caetano (Imes) ficam próximas e é fácil o acesso à rodovia Anchieta e à Avenida do Estado, na capital. Faltam cinemas, teatros e casas noturnas; mas o que incomoda mesmo são as cheias do Ribeirão dos Meninos: a construção de um muro de 2 m de altura num trecho de 1,1 km do piscinão da ponte Preta e o alteamento das pontes das avenidas Almirante Dellamare e Presidente Wilson, em andamento, devem minimizar o problema. A montadora GM chegou na região nos anos 30 e é uma das responsáveis pela renda per capita anual de US$ 16,5 mil, duas vezes a média brasileira. A cidade conta também com 99,7% da população alfabetizada, 100% de infra-estrutura e programa de reutilização de água para irrigar parques. Hoje, a redução de impostos atrai empresas de serviços e tecnologia. O Jardim São Caetano foi loteado pela Cia. City em 1962. Positivos Segurança
Ausência de trânsito
Área verde
Negativos
Faltam opções culturais
Possibilidade de enchente
Por causa dos pais
“Meu pai foi uma das pessoas que ajudaram a abrir o bairro ao trabalhar como engenheiro na Cia City”, lembra Aléssia Colombo, que mora ali com a família desde 1973. A arquiteta declara seu amor pelo lugar com o projeto de plantar árvores e colocar bancos no canteiro em frente à casa onde vive. “Acho que a natureza tem o poder de reunir as pessoas”. Ela emenda que o maior problema são as enchentes na Guido Aliberti, dificultando a entrada no local.
Por causa dos filhos
O consultor empresarial Valdivo Begalli buscava um bairro ensolarado por causa da bronquite do filho mais velho. Em 1977, encontrou o lugar ideal no Jardim São Caetano. Mesmo com os filhos crescidos e morando longe, Valdivo nem pensa em sair. “Apostei que seria uma região agradável de viver. Costumo andar diariamente pelas alamedas e quase sempre encontro algum grupo e me junto a ele”, diz. “Acho que a participação ativa e a solidariedade entre os moradores são bons caminhos para resolver os problemas do bairro.”
Qualidade de vida em São Caetano do Sul é poder conversar com o vizinho na rua à noite sem sentir medo, ser bem atendido num hospital público, ter educação de primeira linha na escola municipal. O Jardim São Caetano seduz quem gosta de casas confortáveis. O sossego do lugar revela-se um bálsamo. “Adoro cuidar do meu jardim. Aqui aparece até coruja”, conta Lídia do Amaral, psicopedagoga. Os moradores apreciam prazeres simples, para curtir em família. Ao lado, no bairro Mauá, a oferta de casas e apartamentos, com facilidades de financiamento para a classe média alta, tem atraído industriais, empresários e profissionais liberais – em geral casais jovens ou maduros, com filhos.