Loft de 66 m² tem jabuticabeira na ilha da cozinha e jardim atrás da cama
Projeto de Érica Salgueiro para a CASACOR SP 2023 é voltado para os momentos de calma e paz que alcançamos quando estamos sozinhos
Em sua sexta participação na CASACOR São Paulo, a arquiteta Érica Salguero assina o espaço Solitude, um estúdio de 66 m² que segue a premissa de um ambiente para se reconectar consigo mesmo, para desfrutar da calma e da paz que só podem ser encontradas quando estamos sozinhos.
A palavra solitude, que tem como significado um estado de isolamento ou de solidão, também pode ser interpretada como não ter medo do silêncio, do estar sozinho. De acordo com o conceito utilizado pelo filósofo Paul Tillich, é nesse momento que a mente se tranquiliza e uma pessoa consegue entrar em contato com sua essência.
Privilegiando esses sentimentos e para trazer a sensação de bem-estar ao espaço, Érica imprimiu no ambiente uma atmosfera elegante e sofisticada. A combinação de materiais nobres como mármore, couro e madeira garante conforto e compõe com o uso de cores e da iluminação em tons de preto e cru.
Dividido em três ambientes, o projeto mostra um equilíbrio entre dormitório, living e cozinha. Para a fachada, a arquiteta apostou em peças de couro preto produzidas por Bia Masson, um atelier especializado em estofados personalizados.
Para o piso, a escolha foi uma madeira Natural Tauari Minimal, da Akafloor, que toma toda a extensão do local, criando um visual moderno com os diferentes comprimentos das tábuas. Já o forro do teto, executado pela Marcenaria Mada com MDF Duratex Preto da linha Acetinatta, é um dos destaques do ambiente, garantindo um contraste elegante.
Na entrada, a cozinha é uma criação da Ornare, da linha Round: o destaque principal é a ilha central, que serve como ponto focal do ambiente, permitindo sua utilização tanto para preparar refeições quanto para receber amigos e familiares.
Aqui, está também a Jabuticabeira Sabará, com aproximadamente oito anos de idade, cuidadosamente escolhida e inserida na peça. Essa árvore traz consigo um equilíbrio entre a força bruta da pedra e a representação exuberante da natureza.
A sala de estar foi pensada como um espaço multifuncional, para momentos de relaxamento e para receber amigos. Um elemento que se destaca são as placas de Mármore Grigio Michelangelo, fornecidas pela Marmoraria Eccomarmi.
No mobiliário, o sofá Oca e a poltrona Cacau, ambos da Roberta Banqueri para a Clami, combinam estilo e comodidade. A mesa lateral e a mesa de centro, da Novo Ambiente, acrescentam funcionalidade e estilo ao ambiente. Além disso, o tapete retangular da marca by Kamy, traz textura macia e aconchegante e define visualmente a área da sala de estar.
No quarto, a cama CUT, da Natuzzi, habilmente posicionada no centro é um convite para os visitantes se desconectarem do mundo exterior e ganha a companhia do tapete desenhado pela arquiteta exclusivamente para a mostra, produzido pela Santa Monica, em tons neutros.
Na lateral, temos um closet elegante e delicado, da Ornare. Seguindo a paleta de cores do ambiente, ele é versátil com prateleiras à mostra e portas que deslizam garantindo mais privacidade para os itens pessoais.
Já o paisagismo, da Iris Green Garden, traz a natureza para os interiores, com 80% das plantas nativas, como a composição que emoldura a cabeceira da cama. Já no jardim, os vasos da Organne foram escolhidos para receber árvores que estão em extinção no Brasil, como Araucária e Peroba Rosa.
Outro destaque é a tapeçaria plana exposta, da Passado Composto, uma obra única transposta de uma pintura do artista Norberto Nicola (São Paulo, Brasil 1930-2007), feita em tear manual com lã, intitulada “Floral“, executada pelo Atelier Douchez-Nicola.
Por fim, para dar ainda mais personalidade ao ambiente, a arquiteta incluiu elementos decorativos que retratam sua nova paixão: o hipismo e sua égua Ginger. No quarto, por exemplo, uma foto em grande escala de sua companheira fiel, capturada pelos olhos do fotógrafo Renato Navarro, se destaca entre a cuidadosa curadoria de objetos e obras de arte.
“Após a pandemia, descobri o hipismo como uma forma de buscar a beleza do silêncio para ajudar a organizar meus pensamentos e sentimentos. E acredito que a solitude é um aprendizado para qualquer fase da vida”, conclui a arquiteta.
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