Esta livraria tem clima intimista repleto de arte brasileira
Com um clima intimista e obras de arte brasileiras, a livraria de Caru Cunha, Sílvia Camargo e Nana Cunha é destaque da CASACOR São Paulo
Em mundo pós pandemia, o acolhimento tornou-se cada vez mais presente na arquitetura. E não somente naquela em que moramos: áreas coletivas e comerciais prezam cada vez mais pelo bem-estar dos usuários.
E foi a partir daí que surgiu o conceito da Livraria Com Arte, desenvolvida pelas profissionais Nana Cunha, Caru Cunha e Sílvia Camargo, para abrigar o acervo da Paisagem Livraria, referência há 40 anos no segmento de livros de arte. O projeto faz parte da CASACOR São Paulo 2023.
“A inspiração do nosso projeto foi pautada no desejo de instigar a presença dos visitantes como um convite à exploração e às descobertas individuais e coletivas, conectando o corpo e a morada, mesclando momentos de contemplação ou de maior interação com outras pessoas”, explica Caru Cunha.
Logo na entrada do espaço de 70 m², o visitante respira a Amazônia em um clima noturno, um espaço escuro com referências que remetem a nossa natureza e uma marcenaria que serve de pano de fundo para apoiar os livros de arte. Desde os nichos simétricos aos trilhos de iluminação independente, que direcionam os pequenos holofotes ao acervo, em especial de títulos da Taschen, tudo é voltado para evidenciar, com elegância e sobriedade, cada item.
“Pesquisamos livrarias no mundo todo para chegar nessa solução, que envolve e abraça quem chega, sempre com o foco no nosso cliente”, complementa Sílvia Camargo. “O livro de Sebastião Salgado sobre a Amazônia, best-seller da Paisagem Livraria, nos serviu de inspiração, por isso surge o tapete Vitória-Régia verde, com sua flor branca, e a poltrona Pirarucu (símbolo da bacia amazônica) assinada por Sergio Matos”, conclui Sílvia.
A parceria artística-arquitetônica foi, ainda, complementada pelo olhar apurado da artista plástica Nana Cunha. Dois painéis, vindos diretamente de seu ateliê na cidade mineira de Uberaba, foram expostos em destaque e margeiam o projeto. “Produzidas especialmente para a mostra, as pinturas trazem a floresta, as matas e a importância da sustentabilidade”, resume Nana.
De MDF com o lançamento na cor Moss, as estantes dispostas nas duas faces da livraria foram pensadas como uma forma evidenciar o colorido dos itens. No acervo, edições como a moda destemida de Tom Ford e as obras do italiano Caravaggio dividem os olhares com a enigmática ‘Moça com brinco de pérola’, de Vermeer.
Na disposição central, a mesa interrompe a circulação e sustenta livros icônicos, como as obras do renomado arquiteto e designer milanês Gio Ponti acompanhadas pela belíssima edição, em capa dura, da editora alemã Taschen, em homenagem ao legado do estilista italiano Emilio Pucci.
Em um cantinho próximo à entrada, a poltrona Pirarucu, de Sergio J Matos, se destaca pela excentricidade do encosto em linhas transversais inspirado na espinha dorsal do peixe – um verdadeiro abraço para quem decide sentar-se para conferir um livro.
A homenagem ao território brasileiro continua com o majestoso tapete, desenho de Sílvia Camargo em formato de vitória régia, sobre o qual foi posicionado também o banco Ianomami, de Sergio J Matos, feito artesanalmente com um trançado de corda. À frente, as fotografias da Amazônia, clicadas pelo olhar de Sebastião Salgado, ficam expostas em enormes páginas localizadas com destaque em um púlpito desenhado pelo arquiteto italiano Renzo Piano.
O paisagismo aparece na disposição de vasos e espécies que adornam o fundo da livraria. O trabalho envolveu a parede curva no pequeno jardim que circunda o pufe assinado por Betina Lafer e iluminado pelo pendente de metacrilato, tecnopolímero, alumínio, de Ross Lovegrove para a Artemide.
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