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Duas casas parecidas passam por reforma: uma vira clássica; a outra, moderna

Na viela paulistana, dois sobrados de 1932 pertencentes à mesma dona são reformados para ganhar destinos e feições distintos

Por Por Deborah Apsan (visual) e Joana L. Baracuhy (texto) | Projeto Luciana Galves Arquitetura | Fotos Marco Antonio
Atualizado em 19 jan 2017, 13h59 - Publicado em 10 jan 2015, 18h14
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Com trama e ambientação incomuns, esta história bem que poderia render uma novela. O cenário? Uma antiga viela na capital paulista. O enredo? Duas casas idênticas, frente a frente, são compradas pela mesma pessoa e passam por reformas opostas, conduzidas por uma única profissional. Numa delas, destinada a receber inquilinos depois da empreitada, a beleza e o bom estado dos acabamentos sugeriam um restauro com atmosfera italiana. Na outra, a flha da proprietária entra em cena. Prestes a casar, a jovem ganha o imóvel de presente e impõe seu jeito moderno e prático numa mudança radical. O grand fnale talvez inclua a típica surpresa: as moradoras de cá e de lá criam buldogues – Astolfo e Zoraide, nesta ordem. Estaria o destino conspirando para um encontro entre os cães selado durante um passeio na rua num entardecer qualquer?

Novelices à parte, as personagens se chamam Andrea Lucchesi e Roberta Alonso, e cada uma vive com o respectivo marido. O primeiro casal buscava um cantinho para alugar quando encontrou o sobrado recém-renovado. Acabamentos meticulosamente recuperados deram indícios do zelo com que os seis meses de trabalho, em 2011, haviam sido conduzidos pela arquiteta paulista Luciana Galves – e imprimem ao lugar um clima aconchegante. Conquistaram a dupla de imediato.

Na calçada em frente, a versão era outra. Chamada em 2010 para cuidar da residência de iguais 145 m², completamente deteriorada, a encarregada do projeto e da administração da obra trocou ali também telhado e redes elétrica e hidráulica, mas precisou lidar, ainda, com um extenso reforço da estrutura. Tudo para abrir espaço ao solário desejado pela cliente.

Ao fim de 12 meses, novas feições (e rotinas) desenharam-se na vila. No lado par, é comum ver a sociável locatária sair da fachada avermelhada em direção às costumeiras reuniões com os vizinhos. Já na fileira ímpar, avista-se pelo janelão da morada cinza a reservada proprietária trabalhando no mezanino. Clássico, o desfecho da narrativa reserva outro toque de suspense: guardaria o acaso uma futura amizade entre as moças, unidas pela trajetória e separadas apenas pelos estilos tão diferentes?

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