Concreto aparente, tijolos e cimento queimado dão toque rústico à apê de 125 m²
O projeto de Fabiana Cyon em parceria com Ana Paula de Castro trouxe a natureza da copa das árvores do entorno por meio de espaços amplos e integrados.
O morador canadense deste apartamento buscava um apartamento confortável, espaçoso e perto da praia. Ele encontrou este imóvel, com 125 m², em um predinho baixo e charmoso dos anos 1950 no Leblon, e pediu à sua amiga arquiteta Fabiana Cyon um projeto de reforma completa, com decoração integralmente nova, que foi desenvolvido em parceria com a arquiteta Ana Paula de Castro.
“Como bom estrangeiro, o primeiro pedido do morador foi integrar a cozinha à sala, não só por considera-la o coração da casa como também para manter os filhos e amigos no campo de visão quando estivesse cozinhando. Além disso, ele também pediu espaços amplos, com bastante vegetação para ter a sensação de casa, reforçada pelo verde da copa das árvores, já que o apartamento fica no segundo andar”, conta Fabiana.
Originalmente, o apartamento tinha dois quartos, uma sala ampla ligada à sala de jantar e uma sala fechada com marcenaria antiga de bar. Com a reforma, a cozinha foi aberta para a área social e ganhou uma ilha de cocção, a sala de jantar foi totalmente integrada à sala de estar, a suíte principal foi ampliada com a redução do banheiro original e o imóvel passou a ter, no total, três quartos e um escritório.
O conceito geral do projeto foi então criar um apartamento com atmosfera de casa e, para transmitir esta sensação, as arquitetas lançaram mão de materiais naturais com acabamentos mais rústicos, como o concreto aparente das vigas e pilares, os tijolos pintados de branco que surgiram nas demolições, o cimento queimado das bancadas, a madeira do piso original em taco e dos mobiliários, e os ladrilhos hidráulicos no piso da varanda e da cozinha.
“Inconscientemente, a principal referência foi a casa colonial portuguesa do nosso imaginário, já que as janelas originais com esquadrias de madeira pintadas de azul nos levaram ao o ladrilho hidráulico vermelho da cozinha e da varanda”, diz Fabiana. “Desenhamos uma marcenaria especial para a cozinha, em compensado naval sem revestimento, por causa do custo mais acessível e também pelo aspecto estético, já que buscávamos uma linguagem mais limpa”, acrescenta Ana Paula.
No quesito “mobiliário”, como o cliente buscava um lar aconchegante, algumas peças foram escolhidas por ele próprio e a maioria foi selecionada pelas arquitetas, priorizando móveis de madeira. Na área social, elas destacam o sofá Strips, da Cini Boeri, estofado em veludo azul, e a poltrona Adirondack, em madeira pintada de amarelo, solicitada pelo cliente por resgatar sua memória afetiva.
Uma curiosidade deste projeto é que, durante a obra, o cliente fez um pedido especial às arquitetas: no dia da aplicação do microcimento no piso da circulação íntima (em substituição ao piso original em taco, que estava condenado) ele queria levar os filhos de 5 e 7 anos para gravarem suas mãozinhas na massa ainda fresca. “De cara, adoramos a ideia e viabilizamos a execução. O resultado ficou uma graça”, avalia a arquiteta Ana Paula Castro.
Confira todas as fotos na galeria abaixo: