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Chácara Klabin: alto padrão

O bairro não consta do guia de ruas nem do índice postal dos Correios. Há pouco mais de 30 anos, a área estava repleta de barracos

Por Da redação
Atualizado em 14 dez 2016, 11h13 - Publicado em 27 nov 2006, 15h38

Oficialmente, os limite dos bairro o incluem no Jardim Vila Mariana. Vistos do alto, os contornos da Chácara Klabin sobem suaves. Passam das casinhas na área estritamente residencial, na fronteira com o Jardim da Glória para a transição com comércio diversificado na rua Pref. Fábio Prado e alguns prédios baixos, até alcançar o topo no pedaço mais nobre. Aí, os lançamentos são quase sempre de apartamentos de quatro dormitórios, com confortáveis áreas de lazer. A segurança é garantida por guaritas particulares. Nos dias de semana, porém, o tráfego incomoda. “O sistema viário estreito não permite o escoamento da quantidade de carros gerada pelos prédios novos, com muitas vagas na garagem”, analisa a urbanista Eliane Guedes. Pontos favoráveis compensam esse problema: a topografia elevada deixa longe os alagamentos. Em ruas como Vergueiro, Lins de Vasconcelos, Ricardo Jafet e Domingos de Moraes encontram-se supermercados e outros serviços. A chegada da estação de metrô Chácara Klabin facilitou o transporte, agregando mais valor à região. Há poucas décadas, a região abrigava a favela do Vergueiro, então a maior da cidade. Em 1969, a família Klabin conseguiu a reintegração de posse de suas terras e criou um loteamento entre as ruas Vergueiro e Pedro Pomponazzi. “Inicialmente, os terrenos destinavam-se a casas. Na década de 1980 deram lugar à verticalização, que se acelerou ainda depois de 1990”, relata Marcella Carvalhal, gerente de marketing da incorporadora Klabin Segall. A localização estratégica – perto da Paulista e do Ibirapuera – e o zoneamento favoreceram empreendimentos com metragem e áreas de lazer maiores que média de regiões vizinhas. Dessa forma, criou-se um nicho de crescimento para edifícios de alto padrão. Seu projeto urbanístico, com ruas circulares, foi pensado para conservar o perfil residencial. Para a arquiteta e urbanista Eliane Guedes, da Ambiente Urbano Planejamentos e Projetos, a mudança no perfil de ocupação da região pode ser comparada ao que ocorreu nas avenidas Cidade Jardim e Juscelino Kubitschek. “Quando acontece uma supervalorização, removem-se as favelas e erguem-se construções de luxo”.

Positivos

Comércio e serviços nas vias de acesso

Segurança

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Proximidade do centro e da avenida Paulista

Negativos

Poucas vias de acesso

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Trânsito nos horários de pico

Preços elevados

Preso no passado “Acompanhei de perto as mudanças na Chácara Klabin. Na minha infância, tive amigos na favela do Vergueiro. Mas muitos meninos morriam de medo de passar perto”, conta o empresário Marco Antonio Fusco. “Qual não foi minha surpresa quando vi o loteamento totalmente urbanizado e livre dos barracos, nos anos 70. Até pensei em comprar um terreno, só que minha mulher achou que o investimento não valeria a pena. Sinto que perdi uma grande chance” A Chácara Klabin atrai muitos moradores do próprio distrito da Vila Mariana e de regiões vizinhas como Saúde e Ipiranga. Em geral, são casais jovens, bem sucedidos, de classe média alta, que procuram o conforto de morar perto do trabalho. Nos finais de semana, é comum ver pelas ruas e praças arborizadas do bairro pessoas fazendo caminhada, ciclistas ou pais lavando os carros enquanto os filhos jogam bola. “Desfrutamos a proximidade da avenida Paulista e das rodovias que seguem para o litoral, com a tranqüilidade de lugares distantes do centro”, diz o professor Mauro César Terence, que vive há cinco anos no bairro.

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