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Casa no litoral gaúcho tem brise de madeira e concreto aparente

Protegido por um enorme brise de madeira, este projeto no litoral gaúcho brinca com a entrada de luz ao longo do dia em seus ambientes.

Por Por Deborah Apsan (visual) e Liège Copstein (texto) | Projeto Mapa | Fotos Evelyn Müller
Atualizado em 19 jan 2017, 14h15 - Publicado em 7 abr 2015, 20h01
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Cult dos anos 70 ,o filme Horizonte Perdido se desenrolava na mítica Shangri-La, pedaço de paraíso entre as montanhas do Tibete. Daí tomou seu nome outra Xangri-Lá, com X e acento, balneário também idílico a 135 km de Porto Alegre. Exagero? Não para os gaúchos, que, geração após geração, retornam às mesmas areias. Foi para celebrar essa tradição que o casal Raquel Zaffalon e Alexandre Balestrin Corrêa procurou o MAPA, coletivo de profissionais brasileiros e uruguaios. “Eles sabiam o que queriam”, lembra Luciano Andrades, um dos integrantes do escritório. “Funcionalidade, poucos materiais e espaço para receber. Como o terreno está num condomínio, pudemos criar sem tanta preocupação com a segurança.” Eleita a melhor casa de praia da sétima edição do prêmio O Melhor da Arquitetura, de ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO, em 2014, a obra levou ao extremo propostas complementares: a área íntima no segundo pavimento tem sua discrição respeitada graças ao desafiante brise de madeira móvel. “Desenvolvemos protótipos e executamos os perfis de aço sob medida por causa das dimensões, do peso e da secção das ripas.” Já o térreo confunde os limites entre interior e exterior. “O olhar atravessa a pele de vidro das varandas laterais e se perde novamente na paisagem. Poderíamos dizer que a ala social agrega o condomínio inteiro”, constata Mauricio López, do núcleo uruguaio do MAPA. Tal característica seduz os moradores. “Meu espaço preferido é o living. Ele pode se estender até o gramado apenas movendo a mobília”, revela Raquel. Informalidade à parte, é na imponente face da empena de concreto, protagonista da fachada frontal, que se evidencia o sotaque multicultural do desenho. Matérias-primas pouco industrializadas e grandes volumes revelam a infuência da arquitetura modernista uruguaia, representada por nomes como Raúl Sichero Bouret (1916-2014) e Román Siri (1903-1975). Há, ainda,o brutalismo do desinibido concreto nu e certo futurismo, expresso na permeabilidade de algumas superfícies ou nas linhas em balanço. No meio disso tudo, descobre-se um recanto acolhedor escondido entre as empenas e sob o peso do extenso brise: a deliciosa sala. Ela faz lembrar a Shangri-La do filme – porção de paraíso esperando para ser encontrada.

Em três níveis

Devassada no térreo, a planta é flexível no andar superior: o quarto do casal pode se separar, no futuro,em dois cômodos. O telhado verde, na cobertura, garante conforto térmico em épocas quentes

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A planta é integrada no piso térreo. No andar superior, a planta é flexível: o quarto do casal pode se separar, no futuro, em dois cômodos. O telhado verde, na cobertura, garante conforto térmico em épocas quentes.

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Área total: 324 m²; Construção: AIM Engenharia; Estrutura Metálica: Safra Metalúrgica; Estrutura de concreto e fundação: Premier Concreto; Projetos elétrico e hidráulico: Studio Horizonte; Telhado verde: Ecotelhado; Design de interiores: Raquel Zaffalon (Ambidestro).

 

 

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