Casa na serra ostenta telhado curvo, amparado por treliças metálicas
Esta casa na serra fluminense assume a influência de um nome consagrado de nossa arquitetura: Sergio Bernardes, com quem o autor do projeto, trabalhou e aprendeu muito
Por Por Simone Raitzik / Projeto Rodrigo Simão / Fotos André Nazareth
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19 Jan 2017, 14h05 - Publicado em 4 Oct 2014, 19h21
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Construída com vigas e pilares metálicos, a casa se apoia numa sólida base de pedra, que a afasta cerca de 1,50 m do solo. Projeto de Rodrigo Simão.
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Na fachada, as paredes de tijolo têm revestimento de peroba-rosa – a mesma do deck –, tratada com Osmocolor Stain Incolor uV Glass (Montana Química). Projeto de Rodrigo Simão.
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O forno a lenha (Bassan Pré-Moldados) foi customizado pela moradora, que é artista plástica. Projeto de Rodrigo Simão.
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As filhas do casal curtem o brinquedo desenhado pelo pai, o arquiteto Rodrigo Simão.
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A charmosa porta de demolição, quem diria, é a entrada de serviço. Projeto de Rodrigo Simão.
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Forrou-se o anexo da sauna, por dentro e por fora, de assoalho antigo, chumbado no emboço. Projeto de Rodrigo Simão.
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Na mesa da cozinha, a brincadeira rola solta. Montada com perfis de aço reciclado e pranchões de peroba-rosa nos degraus, a escada dá acesso ao mezanino, que aproveita o pé-direito alto, de 6,75 m. Projeto de Rodrigo Simão.
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O concreto da estrutura fica aparente nas paredes e lajes, moldadas na obra com sarrafos de 10 cm. Projeto de Rodrigo Simão.
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Nos painéis fixos e portas de correr, utilizou-se vidro comum. “O que impede os ambientes de esfriarem muito no inverno é a boa vedação das esquadrias de alumínio”, diz o arquiteto Rodrigo Simão.
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Do mezanino, é possível acessar o terraço sobre a sauna pela passarela de 5 m de extensão. “Pensei neste conjunto de circulações aéreas para criar rotas de visualização da arquitetura. Uma promenade, como dizia [o arquiteto franco--suíço] Le Corbusier”, explica Rodrigo Simão.
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Voltados para o norte, os quartos recebem sol o dia inteiro. “Isso é essencial para a saúde aqui na serra”, afirma o arquiteto Rodrigo Simão.
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Neste banheiro, pastilhas cerâmicas (NGK do brasil, ref. verde guarani, br-903) revestem o piso e as paredes até meia altura. O ripado dá acabamento à banheira de fibra. Projeto de Rodrigo Simão.
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O protótipo da cadeira Feijão, assinada por Rodrigo, parece uma escultura sobre o deck. O jardim foi todo feito por Katharina de forma intuitiva. Projeto de Rodrigo Simão.
Nos livros do pai, entusiasta do modernismo, o jovem Rodrigo Simão, de Petrópolis, RJ, conheceu a obra de Sergio Bernardes (1919-2002). Anos mais tarde, no início da carreira de arquiteto, teve o privilégio de trabalhar no escritório dessa figura já tão familiar. “Ficava fascinado com a clareza e a funcionalidade de seus sistemas construtivos, muito simples e inteligentes. O contato com ele foi uma experiência transformadora. Adorava quando Sergio repetia que é preciso inventar a vida como um incentivo para ousar. Assim é a arquitetura em que acredito”, explica Rodrigo, que pôde colocar a filosofia em prática no projeto da própria casa. Como não poderia deixar de ser, a estrutura mista (parte metálica, parte de concreto aparente), envidraçada e apoiada numa base de pedra rende homenagem ao mestre – mais precisamente, à residência que ele ergueu nos anos 50, nesta mesma região, para a arquiteta e paisagista autodidata Lota de Macedo Soares (1910-1967), uma das autoras do Aterro do Flamengo. A construção nasceu há seis anos com 168 m², sob medida para Rodrigo e sua mulher, a artista plástica Katharina Welper, na época grávida da primeira filha, Angelina. Aos poucos, a morada foi crescendo para os lados sem descaracterizar o formato escultural do telhado curvo, sustentado por treliças metálicas. “Com a chegada da Aurora, agora com 4 anos, expandimos mais as fronteiras. Fizemos a sauna, cercada de um generoso deck, e o anexo para as meninas brincarem. Sempre usamos materiais brutos e reaproveitados, dispensando revestimentos sem função”, revela ele, que também desenhou a maioria dos móveis, produzidos com peças de demolição, e planejou os espaços de modo a integrar a rotina doméstica à paisagem. “A estética aqui é básica, como o estilo de vida que cultivamos”, arremata.
Pavilhão transparente
Pilares de aço-carbono, preenchidos com vergalhões de ferro e concreto, deram origem a colunas delgadas, escondidas nas esquadrias. Com isso e as vigas metálicas, que permitem vãos largos, o projeto obteve o máximo de espaços abertos.
Área: 266 m²; Construção: Rodrigo Simão; Cálculo Estrutural: Álvaro Moraes e Ricardo Barelli; Estrutura metálica: Serralheria Marcondes.