Casa em São Paulo, com muita madeira e vista para árvores
Das salas, vê-se o jardim. Da biblioteca, também. Mesmo dos quartos, no segundo andar, a paisagem é verde. Aqui, dentro e fora estão em acordo
Por Por Debora Apsan (visual) e Silvia Gomez (texto) Fotos Andrés Otero
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14 Sep 2018, 11h21 - Publicado em 14 Feb 2014, 15h30
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O cumaru aparece desde o portão até o deck do terraço, que tem ofurô, solárioe sala de ginástica.
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Como contraponto à madeira, surge o concreto brancodas lajes. Repare como elas são finas nos beirais, em que estão sujeitasa menor peso. Recuados, os fechamentos reforçam a leveza da construção.
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Das salas, vê-se o jardim. Da biblioteca, lá no fundo do terreno, também. Mesmo dos quartos, no segundo andar, a paisagem é verde como a copa de muitaspalmeiras. Nesta casa em São Paulo, dentro e fora estão em pleno acordo. Note como os blocos conseguem se enxergar de diferentes perspectivas, tanto embaixo quanto no andar de cima
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As áreas construídas se deixam cercar de natureza, sobretudo no térreo, cujas salas são distribuídas ao redor do pátio central, de 48 m² e com deck de cumaru.
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Com colunas posicionadas nas laterais da laje, a estrutura da casa é marcada pela leveza. Os fechamentos de vidro são emoldurados em perfis de aço corten. Dentro, a sala de jantar tem mesa de Claudia Moreira Salles, cadeiras de Sergio Rodrigues e tapete da By Kamy.
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No estar, um dos poucos trechos de drywall embute a lareira. Como não vai até o teto, ele não interrompe as sensações de transparência e profundidade. Atrás, enxerga-se o jardim vertical, montado com módulos da Greenwall Ceramic cheios de aspargos, peperômias e grama-amendoim
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Com 2 x 16,60 m e revestimento de pastilhas de vidro (Kolorines, ref. Gris), a piscina aquecida beira a sala de jantar. A face externa da parede do ambiente é revestida de aço corten, material de apelo natural que oferece contraste em relação ao concreto branco da estrutura.
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Na vertical, na horizontal. Os dois elementos principais da construção se distinguem nesta foto: o bloco mais fechado à esquerda, e o pavilhão cujo térreo abriga a área social à direita. As lajes desse último parecem nascer como um prolongamento da estrutura de concreto do primeiro
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O lado de lá. Na outra face da parte de concreto, empregaram-se tijolos reaproveitados da casa que havia no terreno. A escada dá acesso independenteao quarto de um dos filhos que ainda mora com o casal. embaixo, está a cozinha.
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Claridade sempre. Mesmo inserida na ala com menos aberturas, a cozinha não abre mão de luz natural. Com portas de vidro, os armários superiores quase funcionam como janelas.
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Motorizados, os brises pivotantes, com estrutura de alumínio, são de cumaru ripado. Repare como o prolongamento da laje assume a função de beiral.
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Internamente, no quarto do casal, as janelas de correr receberam pintura que lembra aço corten. Todos os móveis têm desenho de Claudia Moreira Salles, responsável pelo projeto de interiores da casa.
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Do pátio central, é possível observar o jogo de contrastes entre os materiais que compõem a morada: madeira, aço corten no paredão de 2,20 x 5 m, vidro e concreto branco. Também aqui, as lajes criam abas generosas, de 1,50 m, para proteger as salas e os dormitórios da chuva.
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Ora vazado, ora coberto de vidro, um pergolado de aço corten aparece na entrada da biblioteca. Assim como os muros, sua fachada foi tingida com pigmento da Anil Tintas (ref. Anil). o paisagismo de Ricardo Vianna mistura dracena-arbórea, íris e grama-esmeralda. Entre o paredão e a piscina, plantaram-se jovens ipês-amarelos.
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À noite, a biblioteca revela a iluminação assinada por Gilberto Franco.
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O mobiliário do anexo inclui prateleiras de cumaru até o teto (o pé-direito varia entre 2,50 e 4,50 m), que acomodam os mais de 10 mil livros dos moradores. À frente delas, correm painéis pensados para expor as obras de arte. A cobertura, também de cumaru, é protegida por uma manta de impermeabilização (Alwitra).
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Área: 1 302 m²; Fundação: Zaclis Falconi Engenheiros Associados; Estrutura: Companhia de projetos; Estrutura metálica: Metalfixo; Gerenciamento de obra:Nelson Faria Gerenciamento Projetos e obras; esquadrias: Dinaflex e Donosti Esquadrias Metálicas; Paisagismo: Ricardo Vianna/Bonsai Paisagismo; Projeto de ilumiaação: Gilberto Franco; Instalações elétricas e hidráulicas: Grau engenharia; Marcenaria: Grifel Marcenaria e Marcenaria Bomlar; guarda-corpo: Vipy Metais & Madeiras
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Área: 1 302 m²; Fundação: Zaclis Falconi Engenheiros Associados; Estrutura: Companhia de projetos; Estrutura metálica: Metalfixo; Gerenciamento de obra:Nelson Faria Gerenciamento Projetos e obras; esquadrias: Dinaflex e Donosti Esquadrias Metálicas; Paisagismo: Ricardo Vianna/Bonsai Paisagismo; Projeto de ilumiaação: Gilberto Franco; Instalações elétricas e hidráulicas: Grau engenharia; Marcenaria: Grifel Marcenaria e Marcenaria Bomlar; guarda-corpo: Vipy Metais & Madeiras
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Área: 1 302 m²; Fundação: Zaclis Falconi Engenheiros Associados; Estrutura: Companhia de projetos; Estrutura metálica: Metalfixo; Gerenciamento de obra:Nelson Faria Gerenciamento Projetos e obras; esquadrias: Dinaflex e Donosti Esquadrias Metálicas; Paisagismo: Ricardo Vianna/Bonsai Paisagismo; Projeto de ilumiaação: Gilberto Franco; Instalações elétricas e hidráulicas: Grau engenharia; Marcenaria: Grifel Marcenaria e Marcenaria Bomlar; guarda-corpo: Vipy Metais & Madeiras
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Área: 1 302 m²; Fundação: Zaclis Falconi Engenheiros Associados; Estrutura: Companhia de projetos; Estrutura metálica: Metalfixo; Gerenciamento de obra:Nelson Faria Gerenciamento Projetos e obras; esquadrias: Dinaflex e Donosti Esquadrias Metálicas; Paisagismo: Ricardo Vianna/Bonsai Paisagismo; Projeto de ilumiaação: Gilberto Franco; Instalações elétricas e hidráulicas: Grau engenharia; Marcenaria: Grifel Marcenaria e Marcenaria Bomlar; guarda-corpo: Vipy Metais & Madeiras
Como podem se materializar numa casa as ideias etéreas de transparência e liberdade? Intuitivamente, pensamos em integração, espaços abertos e painéis de vidro. Parece simples, mas ambientes assim pedem boa dose de razão em sua estrutura. Neste projeto, concebido por Mauro Munhoz, ela mistura concreto aparente branco e aço corten – uma novidade na produção do arquiteto, conhecido pela pesquisa com madeira. “Queríamos dissolver a fronteira, a sensação de limite entre a construção e o jardim. Para atender aos pedidos dos moradores, que eram muitos, criei dois blocos. O comprido e fechado se volta para as atividades que demandam menor conexão com o verde, como a circulação vertical, e o aberto, com profundidade visual, abrange toda a área social”, explica Mauro. Nas salas envidraçadas, obras de arte encontraram lugar em paredes componentes da própria caixilharia. São trechos pontuais, elaborados milimetricamente para não interromperem a imersão na paisagem: o pátio central, o vasto gramado, a raia, os muros coloridos de azul, as dracenas e os jovens ipês-amarelos recém-plantados em linha reta. Lá no fundo, o olhar alcança um convidativo anexo de 53 m². O que será? De perto, veem-se estantes com incontáveis livros organizados até o teto. Biblioteca agradável e silenciosa, repleta de luz natural. “Alocá-la nesse espaço foi uma forma de ativar o final do terreno, que não termina de repente num muro, mas numa experiência relevante para o dia a dia da família, o que só reforça a integração ao jardim.” O cumaru pode não compor a estrutura, porém se faz bastante presente. Está nos decks, nos pisos internos, na fachada e até nos brises pivotantes, inseridos sob os grandes beirais do primeiro andar. “Esses elementos nascem como prolongamento da laje, não são uma solução postiça”, observa Mauro. Além de suavizar a entrada de sol, os brises concedem aos proprietários o controle da privacidade nos quartos (a suíte principal volta-se para a rua). É que, ali, a ideia de transparência pode, quando anoitece, fazer uma pequena pausa.