Casa em Búzios: pequena, toda aberta e ventilada
No alto de um morro, longe da badalação, esta casa de 150 m2 reproduz o traço simples das casas de pescador.
Por Reportagem Simone Raitzik (visual e texto) | Design Renata Rise | Fotos André Nazareth | Ilustração Campoy Estúdio
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19 Jan 2017, 15h48 - Publicado em 6 Nov 2012, 19h38
Morador do balneário fuminense de Búzios desde criança, o empresário Santiago Bebianno a conhece como poucos. Desbravador das praias mais desertas, surfsta e fã de um bom mergulho, ele procurou, por vários anos, o terreno ideal para construir seu canto. “Queria um espaço só meu, um terreno alto, isolado, mas perto da vila, com brisa constante e paisagem em volta, além da vista do pôr do sol. Foi tarefa árdua”, lembra ele. O local tão sonhado se materializou num lote no caminho da praia da Ferradura. E assim, há quatro anos, a história deste lindo quarto e sala começou a ser escrita sob a batuta do escritório Das Canoas.
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Fachada da casa em Búzios
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Placas irregulares de pedra pirenópolis aparecem em todo o piso do estar. Ali, o teto é um pergolado de cumaru (Marcenaria Maia) coberto por vidro 10 mm e forrado com esteirinha de palha para tornar a luz mais difusa. Em todo o projeto, os painéis de vidro prevalecem.
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A vegetação ajuda no conforto térmico da casa. “As plantas fltram o calor, que pode ser excessivo no verão por causa dos vidros”, fala a arquiteta Maria Penna. “E a ideia era mesmo sumir com a construção na paisagem.”
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Construído anos depois de a casa estar pronta, o deck de ipê que engloba a piscina (revestida com mosaico de vidro 2,5 x 2,5 cm, da Vidrotil) fcou elevado a 1 m. Ao fundo, a fachada deixa à vista o telhado do módulo da cozinha, com quatro águas, típico da região.
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O desnível de 8 cm entre cozinha e sala delimita os espaços e serve de passagem para a rede hidráulica. Na parte mais alta, o piso emprega placas cerâmicas (Ipira Marfm, da Eliane). De alvenaria, a bancada de 1 x 3,30 m, com tampo cimentado, divide os ambientes.
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No inverno, o morador retira o forro de palhinha do pergolado. “A casa precisa desse sol gostoso”, fala. Ao fundo, é possível vislumbrar o telhado inclinado da entrada, que deixa à vista o madeiramento da estrutura e foi forrado com lambri branco.
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Três em uma. suíte, sala e cozinha (na foto ao lado, da esq. para a dir.) formam cada módulo da casa, implantada num terreno de 1 800 m2. simples e sem corredores, a planta facilita futuras ampliações. “Posicionado 80 cm abaixo da área social, o ambiente íntimo fcou mais preservado”, observa a arquiteta bebel mascarenhas. Área: 150 m2. Ano do projeto e conclusão da obra: 2008. Projeto da casa: Bebel Mascarenhas e Maria Penna/Das Canoas. Projeto do deck e da piscina: Irina Bruscky. Construção: Luiz Carlos Marins de Souza.
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O banheiro fora do padrão, com direito a sofá, era um sonho do morador, que fez questão de um boxe grande e com vista. No piso cimentado, o único detalhe é o tapete de ladrilhos hidráulicos. A bancada de peroba-mica (Marcenaria aia) tem acabamento de verniz PU fosco. Cuba e misturadores da Deca.
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Em toda a volta do quarto, painéis de vidro se abrem para o deck de cumaru. “Propusemos que essa estrutura circulasse a casa inteira, mas o Santiago preferiu restringi-la à área íntima”, explica Bebel.
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As esquadrias de madeira substituem paredes e correm em trilhos independentes, possibilitando o total alinhamento quando recolhidas. “A paisagem toma conta”, atesta o morador.
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Madeira dá o tom. Para contrastar com a cor clara do piso e das paredes, todos as molduras das portas (10 cm, seguindo o padrão das esquadrias) utilizam a mesma madeira: cumaru, que resiste bem a sol e chuva. “As portas internas repetem esse padrão e adotam o desenho do lambri, igual ao forro da sala e do quarto”, conta o empresário. Tudo em total harmonia.
Dividida em módulos, a construção pôde acontecer aos poucos, respeitando o orçamento contido – e também porque Santiago deixou claro que não tinha pressa. “Preferia ir sentindo o local. Quando me mudei, só havia o meu quarto e o banheiro prontos. No restante da casa, existia a base, ou seja, a laje do piso já delimitada e concretada. Nem eletricidade tinha ainda. Eu vivia à luz de velas e fquei assim por quatro meses, esperando a instalação dos cabos. Mas adorava estar ali”, conta ele. A obra se desenrolou durante um ano, com mão de obra e matérias-primas locais. “O estilo que Santiago nos pediu era muito simples, com acabamento rústico e jeito de casa de pescador. Por isso privilegiamos madeira nas esquadrias e cimentado na bancada e no piso da suíte. O objetivo era que tudo fosse claro, arejado e fácil de manter. Para usar e relaxar”, afrma a arquiteta Bebel Mascarenhas.