Casa de pedra e adobe traduz a simplicidade do noroeste argentino
A vida acontece no pátio, para onde se voltam todos os ambientes deste rancho
Por Por Mariana Rapoport e Marianne Wenzel (colaborou Julia Von Mylius) | Fotos Daniela Mac Adden/Surpressagencia
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20 Dec 2016, 17h51 - Publicado em 18 May 2009, 08h30
Portas sempre abertas: feita de pedra e adobe, bem assentada no solo ocre do noroeste argentino, esta casa no povoado de Tilcara traduz a simplicidade da região. A vida acontece no pátio, para onde se voltam todos os ambientes.
A Quebrada de Humahuaca, onde a Argentina encontra o Chile e a Bolívia, não tem nacionalidade. Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2003, é berço de povoados onde as pessoas se identificam simplesmente como andinas. O mesmo vale para a culinária, o artesanato, e, claro, a arquitetura. Nesse rincão árido da América do Sul, pedra e adobe dão forma a casas que da rua mal se veem: longos muros rentes ao passeio delimitam os terrenos, e a entrada se dá por pequenas portas que levam a verdadeiros oásis internos. “São casas introspectivas, que respeitam o contexto onde estão situadas”, resume o arquiteto Arturo de Tezanos Pinto, autor desta reforma com o sócio, Carlos Gronda. Perto dali, na província de Salta, outro projeto encantador: a designer Magdalena López Sanabria transformou dois barracões num rancho familiar que recupera a magia das velhas fazendas locais.
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Dos quatro lados da construção, um é novo e abriga a sala e a cozinha. A meia-parede de pedra o diferencia dos demais, que se encontravam em ruínas e foram inteiramente recuperados. Hoje, acomodam cinco suítes.
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Externamente, as paredes de adobe conservam sua cor natural...
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... Mas, do lado de dentro, receberam caiação. Uma lareira divide as salas de estar e de jantar, onde o piso emprega tijolo de barro.
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Uma característica da arquitetura local que o projeto não seguiu é o isolamento da cozinha em relação à sala. Nesse ponto, os arquitetos tomaram licença poética para deixar uma abertura com bancada na parede que funciona como passa-pratos.
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Simples e funcional, a cozinha abriga apenas o que é realmente necessário. A cor fica a encargo do tecido que resguarda os utensílios sob a bancada.
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O recuo do muro que delimita o terreno configura um minipátio junto à sala de jantar. Ali, a abertura envidraçada enquadra o trabalho de pedra, além de iluminar e ventilar o interior.
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Estruturado sobre toras de madeira brutas, o telhado ganhou forro de varetas de cana-de-açúcar, seguindo a tradição local. Nos quartos e nos banheiros, piso de cimento queimado.
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O tom verde-azulado colore todas as portas e janelas de madeira.
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O cinza das pedras contrasta com o céu azul puro e com a cor das portas e janelas.
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Alinhado com a porta e a janela, o revestimento de cimento branco liso faz o acabamento da parede do banheiro até meia altura. No restante, aplicou-se caiação (também feita no forro).
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A limpeza pré-obra removeu grande parte da sujeira preta que impregnava as rochas. Nos ambientes onde elas ficaram aparentes, como neste quarto, disfarçaram-se as manchas com caiação.
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São escassas as chuvas na Quebrada de Humahuaca. Assim, não é raro ver cenas como esta, banhada pelo sol.
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O telhado foi coberto com torta de barro mistura de argila e pedras, adequada a locais onde chove pouquíssimo.
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