Casa de campo no Paraguai parece uma câmara escura de foto
Quando fechada, a caixa metálica funciona como câmara escura: uma pequena abertura na superfície projeta a paisagem de fora invertida no interior da residência
A manivela artesanal levanta a caixa metálica, que, aos poucos, desvela uma cena cotidiana – sala, cozinha, pessoas. Ali dentro, para os moradores, o casal Ignacio Telesca e Paz Encina, dá-se o oposto: são invadidos pela claridade e pelo verde da paisagem de campo da pequena cidade paraguaia de Mariano Roque Alonso. Batizada Caixa Escura, esta construção de veraneio de 85 m² surge assentada sobre uma base de pedras locais, a qual abriga quarto e banheiro. “O projeto se constitui de tecnologia material e imaterial. De algum modo, é a antítese de muitas defnições da arquitetura, uma vez que a ideia veio da ausência de luz”, teoriza o arquiteto e autor da obra, Javier Corvalán, do Laboratorio de Arquitectura.
Força manual. Simples e artesanais, os acessórios de articulação foram feitos sob encomenda. A caixa metálica rotaciona até 25 graus sobre um eixo situado no centro de seu maior lado.
Lembra um vagão. Tubos de aço de 80 mm de diâmetro formam o esqueleto do volume superior, revestido externamente de chapas galvanizadas e internamente de placas de MDF. Erguida, a estrutura cria uma espécie de varanda.