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Casa com vista para praça preserva a intimidade dos moradores

Discreta, a janela desta casa avista a paisagem verdejante à frente da casa sem expor os moradores - um dos trunfos desta obra em São Paulo.

Por Reportagem Eliana Medina (visual) e Joana L. Baracuhy (texto) | Design Renata Rise | Fotos Carlos Piratininga | Ilustrações Campoy Estúdio
Atualizado em 19 jan 2017, 13h59 - Publicado em 14 mar 2013, 20h42
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Para os proprietários deste sobrado na capital paulista, erguer uma casa bem projetada era fundamental. Participar ativamente de sua confecção também – formados em arquitetura, marido e mulher adoram o tema, apesar de não exercerem o ofício. Amiga de longa data, a arquiteta Cristina Xavier foi escolhida para a tarefa. “Minha mulher achava que apenas outra mulher poderia planejar uma cozinha incrementada como ela queria”, resume Sérgio Fontana dos Reis. E assim o gosto de Ana pela culinária determinou o coração da morada. Paisagista amador talentoso e defensor da mobilidade urbana (há tempos aderiu à bicicleta como meio de transporte), Sérgio, por sua vez, pautou a ênfase nas áreas verdes e o amplo passeio público contornando o terreno de esquina. A relação respeitosa do sobrado com a praça traduz a preocupação de Cristina, Ana e Sérgio inclusive com o entorno. Aberta para a lateral e nem tanto para a rua, a construção resguarda moradores e transeuntes de olhares muito indiscretos. Também parece mais baixa do que efetivamente é, pois sua estrutura metálica (pintada de vermelho e mantida aparente no exterior) reforça o efeito horizontal. “Não queríamos erguer um predinho”, diz Sérgio. Igualmente importante, o muro recuado junto ao portão social liberou espaço para um vistoso canteiro. A decisão teve a ver com acomodar a escultura de dragão (que acompanha a família desde a moradia anterior) na esquina do terreno. Resultado: as ervas exalam um aroma fresco e convidativo apreciado por visitantes e pedestres. Vez por outra, algum deles apanha manjericão ou alecrim para temperar a comida, antevendo o consentimento dos donos da casa.

Este projeto foi finalista do Prêmio O Melhor da Arquitetura, promovido pela revista ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO.

Jogo de abrir e fechar

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Para dar conta do programa de necessidades da família (o casal tem três filhos e cada pessoa queria sua suíte), Cristina precisou construir o máximo permitido no local. Mas implantou a casa na parte de trás do lote para uma inserção mais discreta em relação à rua. Valendo-se do terreno de esquina (que impõe recuos generosos em duas laterais), manteve 8 m livres na área da piscina e 7 m na horta e na garagem. É essa distância que confere um respiro ao conjunto e permite abrir janelas em pontos estratégicos: pouquíssimo para a rua, pouco para a praça e bastante para o terraço. “Conquistamos mais espaço livre com a cobertura”, diz a arquiteta.

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