Apê dos anos 1960 é modernizado com dog shower e pilar no meio da sala
O escritório Casa33 Arquitetura incorporou os pilares estruturais ao projeto de 190 m², sem deixar de lado espaços especiais para os pets da família
Quando os clientes foram conhecer este apartamento em São Paulo, foi paixão à primeira vista: o imóvel de 190 m² fica em um prédio tombado dos anos 1960 com assinatura do arquiteto Abrahão Sanovicz. E, como não tem nenhuma parede periférica, somente painéis e caixilhos, é muito ventilado e iluminado naturalmente. “Apesar disso, estava muito desatualizado e mal distribuído. E precisava ficar com a cara dos moradores”, contam as arquitetas Mariana Lebrão Cassins e Claudia Moubarak, do escritório Casa33 Arquitetura, que assinam a repaginação.
Entre os pedidos para as profissionais estavam um espaço destinado aos quatro cachorros da família – com dog shower e pipi room -, uma sala ampla e confortável para receber os amigos (principalmente em torno da mesa de jantar), bar, um quarto grande com closet e banheiro com duas pias e dois chuveiros. Estruturalmente, todos os pontos de hidráulica precisaram ser remanejados.
A lavanderia ganhou uma área muito maior, ao lado da cozinha, ocupando uma área onde antes havia apenas armários. Nessa antiga área de serviço foi criada uma área para os cachorros com dog shower e pipi room. Aqui, o destaque vai para o lavatório esculpido no mesmo material do piso.
Parte do antigo lavabo foi aberto e virou uma prática despensa. Na cozinha, a paleta de materiais mistura o pilar de concreto, a madeira do gabinete, o cinza do piso e a bancada de pedra. A prateleira suspensa com iluminação engloba a coifa, trazendo identidade com os itens expostos. O frontão se transformou num apoio para a bancada e também acomoda a calha úmida.
Na área social, um grande desafio foi tirar proveito de um pilar em forma de boomerang que dividia o espaço. “Descascamos para a menor área possível, evidenciando seu formato inusitado”, conta o escritório. Os pilares no perímetro da sala também foram desafiadores pois, ao mesmo tempo que essa solução estrutural organiza bem as divisões do apartamento, ela limitou as extremidades da área social.
“Apesar do pilar dividir as duas salas, conseguimos integrá-las criando um grande banco em toda sua extensão, que ora é um assento para sala de jantar e bar e ora é apoio para vasos e enfeites”, conta o escritório. O piso de madeira foi todo remanejado e restaurado.
As duas extremidades após o último eixo de pilares foram solucionados da seguinte forma: do lado do living foi criado um canto para plantas, seguido de uma daybed bem confortável. Já do lado da sala de jantar, um pequeno aparador abriga a adega, espaço para garrafas de vinho e uma caixa de serralheria embutida para as bebidas preferidas do casal.
Outro desafio foi o fato de as janelas originais do apartamento serem de ferro e estarem completamente enferrujadas. “Como não queríamos descaracterizar o apartamento instalando janelas de outro material, foi feito um grande restauro que revitalizou os caixilhos originais”, explicam as arquitetas.
No lavabo, a cuba esculpida em uma pedra de granito Itaúnas bruto (mesmo material do banco das salas) está apoiada junto a um grande espelho numa prancha de madeira freijó maciça. O pendente em formato de gota provê iluminação.
Um dos três quartos foi aberto para a sala, transformando-se em uma sala de TV bem aconchegante, que ainda conta com uma mesa de home office – o móvel pertenceu à mãe do morador e ganha a companhia de arandela dupla de cerâmica, desenhada pelo Casa33. Portas no estilo camarão podem integrar ou isolar o cômodo da sala.
Na suíte do casal, o grande destaque é o painel ripado da parede da cabeceira, que também recebeu arandela que traz uma luz indireta bem confortável. Uma mesinha com penteadeira ocupa um dos lados da cama.
Nos banheiros, as cuba são de mármore Calacata Paraná, no mesmo material que reveste o piso e a parede do ambiente. Os metais pretos equilibraram as texturas e trouxeram uma atmosfera moderna e sofisticada.
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