3 lições de arquitetura do escritório BIG para prédios residenciais

Edifícios residenciais do escritório BIG misturam mordomias de uma casa e praticidade dos apartamentos

Por Por Nilbberth Silva
Atualizado em 15 dez 2016, 12h12 - Publicado em 28 mar 2012, 17h56
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Muita gente que mora em apartamento sonha com uma casa ajardinada, diferente das casas dos vizinhos e que possa ser construída de acordo com as necessidades da sua família. Quem sabe a casa possa ter cercas baixas, que permitem conhecer os vizinhos e ter boas conversas? É possível juntar os benefícios dos dois tipos de moradia — pelo menos é isso que o escritório de arquitetura dinamarquês BIG conseguiu com seus prédios de apartamento para a classe média. Criados entre 2005 e 2010 em parceria com outros escritórios, alguns já colecionam prêmios – entre eles, o melhor projeto no Prêmio da Associação Americana de Arquitetos e menção honrosa no Prêmio Mies van Der Rohe de arquitetura e no Festival Mundial de Arquitetura de Barcelona. O lema do escritório é Yes is more. O trocadilho com a frase Less is more (menos é mais), do arquiteto alemão Mies van de Rohe, significa que os arquitetos criam prédios conciliando várias necessidades: preservação do meio ambiente, qualidade de vida e bom convívio entre as pessoas.

Em visita ao Brasil na Kitchen & Bath, o sócio do escritório Kai-Uwe Bergman apresentou alguns de seus projetos. Conheça abaixo três lições de arquitetura exemplificadas por prédios residenciais que levam a assinatura do escritório.  E não deixe de navegar por outros projetos do BIG na galeria abaixo. 

Casa 8:  luz e ar fresco para todos e proximidade ao trabalho

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Para enfrentar o inverno escuro de Copenhague, a tática é criar apartamentos orientados para o sol (e não para a fachada do bloco vizinho!). É por isso que a Casa 8 tem o formato do numeral: os  apartamentos da face norte ficam mais altos, olhando para o Sul, onde há mais luz natural. As casas também têm poucas paredes e grandes vidraças. Além disso, pisos e divisórias são feitos com metais perfurados.

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Morar próximo ao comércio e lazer não economiza apenas tempo e dinheiro. Também é mais sustentável do que deslocar-se de carro. O projeto da Casa 8 mistura lojas e escritórios com apartamentos. As residências ficam nos andares superiores, deixando o comércio mais próximo à rua. 

Casas VM: apartamentos diferentes para pessoas diferentes conviverem bem 

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Se as famílias são todas diferentes por que os prédios residenciais têm, no máximo, quatro tipos de planta?  Nas Casas VM, o BIG criou 80 plantas diferentes para 250 apartamentos. Com tantas casas, fica difícil descobrir onde começa e termina cada apartamento. E ainda: os moradores podem tornar as casas mais exclusivas construindo paredes segundo suas necessidades.

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As sacadas das Casas VM estão intercaladas para permitir um bate-papo com os vizinhos – é como se houvesse uma cerca baixa entre as casas. Os corredores são largos, para permitir diferentes usos. Já foram usados, por exemplo, para colocar mesas e hospedar uma festa de natal.  No inverno, dá para as crianças brincarem ali mesmo. 

Montanha: sustentabilidade e boa vizinhança

 

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No projeto Montanha, as coberturas verdes sobre os apartamentos melhoram o isolamento térmico o que permite economizar a energia do aquecedor. Os apartamentos ajardinados lembram casas de subúrbio, mas ocupam menos espaço e gastam menos energia que residências com quintal. 

 

Além disso, neste projeto a ideia é conciliar edifício e entorno de forma criativa. Quando o BIG convidado para criar este residencial em frente a um prédio de estacionamento, os arquitetos perceberam que a disposição seria desagradável. Imagine dormir olhando para uma torre cheia de carros! A solução foi fundir duas necessidades. O estacionamento de dez andares fica junto ao chão, funcionando como um barranco de concreto. E os apartamentos estão em diagonal, voltados para a luz. Como os moradores de Copenhague adoram a altura (já que a cidade é plana e cheia de prédios baixos), os arquitetos estamparam na fachada do estacionamento uma foto do monte Everest em uma chapa metálica perfurada.

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