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Quatro restaurações de arte que não deram certo

Da fonte em Ibitinga ao quadro Ecce Homo, na Espanha... Quatro restaurações em que o “antes” é melhor que o “depois”

Por Marcel Antonio
Atualizado em 13 set 2018, 13h24 - Publicado em 23 jul 2015, 16h57

A revitalização de uma praça na cidade de Ibitinga, interior do estado de São Paulo, ganhou notoriedade nesta semana em todo o país. Cores nada discretas e azulejos de gosto duvidoso foram usados na restauração da Rui Barbosa. O resultado final foi algo chamado por alguns de versão nacional do Ecce Homo (quadro desastrosamente restaurado por uma simpática senhorinha espanhola) e, por outros, de primeiro livro de colorir em 3D. Diante de tantas críticas sobre a restauração, a prefeitura da cidade se manifestou, em nota, informando que a área central da cidade estava em “péssimo estado de conservação” e as pinturas e reformas elétricas e hidráulicas foram realizadas no local para “deixá-lo em estado que dê para ser utilizado pela população, pelas famílias e pelos turistas, devolvendo ao povo, este importante patrimônio que estava completamente abandonado”. Processos de restauração que resultam em algo questionável não são de hoje. Selecionamos quatro restaurações em que o “antes” parece ser melhor que o “depois”.

1 Praça Rui Barbosa, em Ibitinga

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Não há como não começar por ela. São muitos erros para pouco espaço na revitalização da Praça Rui Barbosa, em Ibitinga (SP). O chafariz, instalado em 1917, ganhou cores quentes, os leões deixaram de se passar despercebidos e viraram uma atração exuberante. As paredes sóbrias foram revestidas com azulejos nada discretos que deixaram a fonte parecida com uma piscina…

2 Esculturas portuguesas do século 19

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A restauração de 13 esculturas datadas do século 19 gerou polêmica em Portugal. Pertencentes ao Santuário da Nossa Senhora das Preces, em Oliveira do Hospital, as obras eram uma recriação da Última Ceia e representavam Jesus e os 12 apóstolos. Embora o restaurador e o cliente tenham se mostrado satisfeitos com o resultado do trabalho, processo avaliado em 10 mil euros, a obra gerou polêmica entre profissionais da área, que acusaram os contratados de terem feito um trabalho de “bricolagem” em cima de peças históricas e modificado as expressões das esculturas. Alguém discorda?

3 Pintura de Da Vinci no Louvre

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Um dos erros mais comuns em processos de restauração é apagar traços identificadores da obra. Na restauração deste quadro de Da Vinci, integrante da coleção do Louvre, na França, um dos problemas foi a escolha de tons mais claros e a eliminação das expressões das personagens. Quem usa Photoshop pode até desconfiar que a retratada passou (de forma errada) um corretor para disfarçar as rugas…

4 Restauração do quadro Ecce Homo

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Nada se aproxima da restauração do quadro Ecce Homo, do pintor Elías García Martínes e que adorna um dos muros da igreja do Santuário de Misericórdia de Borja, em Zaragoza, na Espanha. Restaurada por Cecília Giménez, uma senhora de 84 anos, o trabalho foi noticiado em mais de 160 países e, de acordo com autoridades locais, fez com que o turismo na região aumentasse. Culpa da “liberdade poética” que a artista se deu para não ter de seguir à risca os traços iniciais da obra.

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