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O Japão que você não pode perder

Vá ao país com tempo para incursões a outras cidades além de Tóquio. Faça tudo com calma. Até contemplar um jardim japonês, por exemplo, é programa para algumas horas

Por Da redação
Atualizado em 19 jan 2017, 13h10 - Publicado em 19 fev 2008, 18h27

Himeji

O castelo dessa cidade, conhecido como ¿Garça Branca¿, é o maior e mais belo de todo o Japão ¿ um dos poucos a permanecer praticamente intacto (sobreviveu até aos bombardeios da Segunda Guerra Mundial). Com cinco andares, torres enormes, grandes portões, fossos e um labirinto de passagens subterrâneas, é programa para algumas horas.

Kamakura O vilarejo foi sede do xogunato entre 1192 e 1333. Há mais de 80 templos seculares espalhados pela cidade e pelas colinas que a cercam. A principal atração de Kamakura é o Grande Buda (¿Daibutsu¿), uma estátua de bronze com 11 metros de altura erguida em 1252.

Shimbukawa Se estiver em Tóquio, pegue um shinkansen (trem-bala) e passe uma tarde nessa cidade. Ou seja, em sua a principal atração: o Hara Museum of Contemporary Art, com projeto de Arata Isozaki, um dos mais importantes arquitetos japoneses.

www.haramuseum.or.jp

Fica em Himeji o castelo conhecido como Garça Branca.

KiotoEssa é a cidade do Kinkakuji (Pavivlhão Dourado), uma das mais belas paisagens do mundo. O pequeno palácio amarelado, construído no século 14 como casa de veraneio de um xogum, se eleva em três andares cobertos com folhas de ouro. Em dias claros, sua imagem se reflete na lagoa, proporcionando um lindo espetáculo. Bem perto dali fica o Templo Ryoanji, que abriga o jardim de pedras zen mais famoso do Japão. Desenhado no século 15, teve como referência as pinturas de Sesshu, com suas linhas entrecortadas (confira no site https://www.orientalarquitecture.com/kyoto/ryoanjiindex.htm).

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Termine o passeio no Salão de Chá Kodaiji Rakusho, uma das melhores de Kioto, com seu jardim centenário e um lago com carpas coloridas. O chá verde é servido numa pequena cumbuca de pedra, como antigamente.

Você pode se instalar no Hiiragiya Ryokan, uma requintada hospedagem tipicamente japonesa (ryokan significa hospadaria), aberta em 1861 ¿ ou seja, no fim do xogunato, o governo feudal, e início do Japão moderno. Todas as acomodações exibem objetos de arte e antiguidades. O lugar, que já hospedou chefes de estado e celebridades como Charles Chaplin e Pierre Cardin cobra por uma diária entre 280 a mil e mil dólares.

Anekoji-agaru, Fuya-cho, Nagagyo-ku, Kioto 604, (075) 221-1136.

No centro da vida boêmia da cidade, o restaurante Misogigawa combina ingredientes da cozinha francesa com o estilo tradicional japonês. Cada prato é uma obra de arte.

Sanjo-sagaru, Pontocho, (075) 221-2270.

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Kioto sedia também uma obra prima da arquitetura contemporânea: o Miho Museum, projetado pelo arquiteto I. M. Pei, que integrou sua construção à natureza de tal maneira que é como se o museu tivesse brotado da terra, como as flores da região. De estilo contemporâneo, traz também elementos da arquitetura tradicional japonesa, como janelas redondas, além do uso de lamparinas. No acervo, há tesouros da história japonesa e ocidental.

www.miho.or.jp

No Templo Ryonji, o mais famoso jardim do país

TóquioSe você estiver com pouco tempo, vá direto ao ponto: a linda quadra da silenciosa Aoyama Dori (¿dori¿ é rua em japonês), situada entre a Omotesando Dori e o Museu de Arte Nezu. Num pequeno trecho dessa rua fica a nata das grifes internacionais. A maior parte das lojas funciona diariamente das 11h às 20 hs.

Esse é o endereço da famosa loja azul da Comme des Garçons, da estilista Rei Kawakubo, considerada a deusa da moda japonesa ¿ e uma das poucas mulheres a disputar o mercado de igual para igual com a maioria masculina. Seu estilo está em constante evolução, o que explica o sucesso de duas décadas. Fachada, vitrine e araras se fundem com as salas brancas, formando um ambiente que mais parece um labirinto.

Atravessando a rua você estará no quartel-general de Issey Miyake, o número um da moda japonesa. Suas peças são versáteis: num piscar de olhos, um vestido transforma-se em echarpe, de um casaco se faz um top. É o Pleats Please, um novo conceito de roupas plissadas que não amassam e podem ser usadas de diferentes formas, com diferentes funções. Já há algum tempo o estilista ganhou o ocidente com uma estética jamais vista, que valoriza as cores fortes (sua marca registrada) e estampas de borboletas, que figuram em várias de suas coleções.

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Aoyama também abriga a nova loja da Prada, projetada pelos suíços Herzog & De Meuron, criadores da Tate Modern londrina. Com seu formato de cristal irregular, o prédio chama a atenção pela altura. São cinco pavimentos que sobressaem na pacata vizinhança, com casinhas baixas e muito parecidas. A fachada, toda de vidro, funciona como uma grande vitrine que despeja todo o brilho das coleções nos olhos incrédulos de quem passa pela frente da loja. Do lado de dentro as sensações continuam e o prédio se revela uma estrutura contínua de cinco andares, sem ¿costura¿, como se fosse uma peça única.

A Omotesando Dori, no bairro de Harajuku, repleta de ótimas lojas e de cafés charmosos, é uma espécie de Champs-Elisées japonesa. Não tem como não reparar na Oriental Bazaar , a maior e mais famosa loja de presentes de Tóquio. São três andares que exibem de quimonos de seda a conjuntos de saquê. Para que ninguém precise passar pela chateação do excesso de bagagem, a loja tem um serviço de envio para outros países. Funciona de sexta a quarta-feira das 9h30 às 18h30.

Assim como a Aoyama, a Omotesando (e suas transversais) oferece algumas as melhores grifes do mundo, como Fendi, Dior, Alexander McQueen, Chanel e Gucci.

As pessoas que circulam pelo bairro são uma atração à parte. Já ficaram famosas, por exemplo, as meninas que se vestem de boneca e flanam por lá, para deleite dos turistas.

A loja da Prada: como um grande cristal Na Omotesando, desfile de grifes como Dior. Assinatura de Tadao Ando na Armani Casa A moda muito particular de Harajuku: atração local

Em março deste ano, a Armani Casa chegou a Tóquio ¿ e em grande estilo, em uma construção assinada pelo arquiteto Tadao Ando. Fica em Shibuya, a uma estação de metrô da Omotesando.

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Os grandes estilistas não se restringem às lojas próprias ¿ muitos são encontrados também em lojas de departamentos, coisa que não falta emTóquio. Em Ikeburu, outro ótimo bairro para compras, ficam a Tobu e a Seibu. Ao lado de marcas populares desfilam Calvin Klein, Christian Dior e Issey Miyake, Hanae Mori e outras tantas.Se você não gosta de multidões, evite ¿ por cada uma delas circulam cerca de 200 mil pessoas todos os dias. Ambas funcionam de quarta a segunda, das 10 ás 19 hs. Aproveite sua ida ao bairro para conhecer o Komingu Kottokan, um prédio que reúne mais de 35 antiquários. Entre peças japonesas, e também ocidentais, o espaço reúne móveis, xilogravuras, jóias, espadas, porcelanas, objetos de laca, quimonos, tecidos e artigos usados pelos samurais e pelo exército japonês. De sexta a quarta-feira, das 11 às 19 h.

Apelidada ¿Bloomingdale¿s do Japão, a Isetan oferece artigos para todos os gostos e idades, com grifes orientais e ecidentais, a exemplo da Baccarat. Fica em Shinjuku.

Se a idéia é comprar pérolas, vá à Mikimoto Pearls, em Ginza. A casa mais tradicional de jóias e pérolas em todo o país contabiliza mais de um século de tradição. O bairro, famoso pelos edifícios com imensos luminosos, também hospeda os teatros Nô e Kabuki, além de, claro, muitas lojas de departamentos.

Fuja de Roppongi à noite. Esse bairro turístico está decadente. Mas, durante o dia, vá até o Roppongi Hills, um complexo onde Sophia Coppola filmou Lost in Translation (Encontros e Desencontros). Suba ao último andar e observe Tóquio inteira a seus pés.

Duas ou três coisas sobre o Japão

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. Ao realizar uma compra, não confira o troco. Os japoneses se orgulham de sua honestidade. O ato de conferir as notas ou moedas recebidas ¿ atitude natural no Brasil ¿ é uma das piores ofensas para os japoneses. Pode confiar: eles nunca erram o troco.

. Ao lhe entregarem um cartão de visitas, segure-o com as duas mãos, leia, demonstre interesse.

. Tire os sapatos ao chegar à casa de alguém ou a algum santuário. Há sempre chinelos à disposição do visitante.

. Arroubos afetuosos são bem-vindos no Brasil, mas não no Japão. Não estenda a mão — eles não se cumprimentam dessa maneira.

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