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Mendoza: um destino, vários cenários

Mendoza é uma cidade argentina que seduz quem se dispuser a descobrir sua singular natureza em um universo que mescla aventura e bem viver

Por Reportagem: Heitor Reali - Edição: MdeMulher
Atualizado em 21 nov 2022, 22h07 - Publicado em 11 jun 2012, 21h05

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Quando se fala em Argentina, o primeiro (e quase único destino) que nos vem à mente é Buenos Aires. Que pena! Esse país, tão perto de nós, é repleto de atrações belíssimas que merecem uma visita. Uma delas, com certeza, é Mendoza.

Essa charmosa cidade fica na região centro-oeste da Argentina, e pode-se chegar até ela via Buenos Aires ou por Santiago do Chile. O voo mais curto parte da capital chilena e sobrevoa a imponente Cordilheira dos Andes. Em dias claros se avista o topo nevado das montanhas, o que me remete a imensas coberturas de marshmallow e de chocolate. Subitamente, a visão muda para um oásis todo verde, com a cidade aninhada dentro dele.

Chegando lá, minha atenção é imediatamente capturada pelas acequias, canais de irrigação ladeados de álamos e de casas de arquitetura colonial espanhola. Mas isso é só o começo de uma prazerosa estada marcada por requintada gastronomia, que prioriza os bons produtos da terra, jardins, parques, açudes, fontes, vinhas, pradarias e penhascos rochosos. Tantas riquezas reunidas em uma só região.

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Sob o olhar estrangeiro

Fundada em 1561, Mendoza teve como primeiros habitantes os índios huarpes que a chamavam de Cuyum Mapu ou Terra de Areias. Sábios e trabalhadores, esses descendentes dos incas souberam dominar sua geografia agreste, represando as águas provenientes do degelo das altas montanhas. Criaram longos canais que séculos mais tarde foram aperfeiçoados e multiplicados pelos imigrantes espanhóis e italianos para irrigar suas plantações de uvas e de oliveiras.

Em 1861, a cidade sofreu um trágico terremoto que a destruiu completamente. Reconstruída com urbanismo moderno, recebeu traçado quadrangular, com praças de onde partem as artérias principais como as avenidas Chile, Itália, Espanha e San Martin. Seus moradores gostam de se reunir para tomar algo, como dizem, ou para uma refeição completa na Rua Sarmiento. Conhecida por seu “mar” de guarda-sóis coloridos, cafés com mesinhas nas calçadas, bares, além das tradicionais lojas de chocolate, malhas e produtos de couro. Um bom lugar para ver o mundo passar, saboreando um vinho tinto com suculentas empanadas recheadas de carne, cebola bem picadinha, uva-passa e azeitonas.

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O roteiro do vinho

A luz dourada que transborda no final da tarde é quase uma extensão das taças de vinho branco, e me instiga a seguir para conhecer os caminhos que conduzem às vinícolas.

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Uma roseira pontua cada linha das cepas do vinhedo. Bonito de se ver, sem dúvida, mas a rosa é também um talismã. Dizem que essas flores atraem para si as doenças das videiras. Alinhados a perder de vista, os parreirais criam extenso grafismo verde, em contraste com os cumes nevados, ao longe.

Na Província de Mendoza existem cerca de 1.300 vitiviniculturas localizadas em quatro oásis bem diferenciados: no leste, no sul, no Valle de Uco e no centro-oeste. Nas regiões estão as tradicionais bodegas, dentre elas as familiares, pequenas e artesanais, além das modernas bodegas-butiques. Cada vinícola possui um estilo, e cada uma produz um vinho diferente.

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Passeios imperdíveis

Mendoza ainda tem mais. Ela se veste de gala para a aventura. São excursões para Villavicenzio, onde se podem observar condor, raposas, águias e bandos de guanacos. Esse itinerário cruza o Vale de Uspallata até a Ponte do Inca, a 2.720 metros de altitude. Na verdade, a ponte é uma formação rochosa criada pelo Rio las Cuevas, cujas águas termais carregadas de minérios pigmentam, com tons de amarelo, as pedras e as ruínas de um antigo hotel.

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Toda a região oferece um cardápio de esportes radicais, entre eles o montanhismo, que pode ser praticado o ano inteiro, tanto nas áreas denominadas serranas, quanto na pré-cordilheira e na alta montanha; o trekking, o rafting em rios caudalosos formados pelo degelo dos glaciares, o mountain biking, o rapel, as expedições 4×4, a espeleologia, além do parapente, do esqui (no inverno), e o mais famoso daquelas bandas: a escalada do Aconcagua (no verão), com seus 6.959 metros de altura.

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