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Meditação transcendental: a técnica de David Lynch e Wagner Moura

A técnica milenar védica permite ao praticante esqueivar-se da atividade mental até atingir a fonte dos pensamentos, campo energético fértil em criatividade, inteligência e harmonia.

Por Texto Raphaela De Campos Mello | Design Didi Cunha | Foto Kesipun/Shutterstock
Atualizado em 20 dez 2016, 21h48 - Publicado em 29 jul 2013, 17h46

Em 2008, o cineasta americano David Lynch requisitou os holofotes, não para divulgar seus filmes, e sim os benefícios da meditação transcendental (MT), esmiuçados no livro de sua autoria Em Águas Profundas (Gryphus). A partir daí, uma nova geração vem podendo conhecer a técnica preconizada pela milenar tradição védica, difundida no Ocidente pelo mestre indiano Maharishi Mahesh Yogi, falecido nesse mesmo ano de 2008. Assim como Lynch, praticante há 40 anos, diversos artistas aderiram ao treinamento mental, entre eles Oprah Winfrey, Clint Eastwood, Paul McCartney e o brasileiro Wagner Moura. O aval dessa turma e de tantos anônimos mundo afora se explica pelo fato de que a prática estimula a criatividade, potencializa a inteligência e refina a percepção, além de aperfeiçoar a capacidade de solucionar problemas.

Fique mais saudável com a meditação_02

“Livre de qualquer conotação religiosa, o método consiste em acessar níveis mais refinados do pensamento, até que a pessoa transcenda toda a atividade mental, alcançando um campo de energia e de inteligência que governa tudo no universo, em perfeita ordem”, afirma a professora Flávia Miranda Baptista, diretora da sede da Sociedade Internacional de Meditação, em São Paulo. Esse estado pode ser comparado a um repouso em alerta, só que duas vezes mais profundo do que o sono profundo. Segundo ela, o poderoso bálsamo elimina as tensões e o estresse enraizados no sistema nervoso, devolvendo o equilíbrio orgânico e a harmonia interior, além de combater males como insônia, enxaqueca, depressão, irritabilidade, ansiedade e distúrbios cardíacos. “Em duas semanas, eu não sabia mais o que era ansiedade”, conta Flávia, adepta há 15 anos. No entanto, ela faz uma ressalva.

Meditação na lua cheia

“Cada indivíduo, dotado de um histórico e de um sistema nervoso únicos, encontrará seu próprio ritmo de evolução, que, no geral, é rápido”, assegura. O paulistano Marcelo Zacarias, profissional do ramo da tecnologia, se apoiou nessa via como tratamento complementar de um transtorno de ansiedade. “O psiquiatra ficou impressionado com a rapidez da melhora do meu quadro”, revela. “Ganhei muito mais energia e disposição e, à noite, durmo como um bebê”, emenda. Para aprender o procedimento, é preciso assistir a uma palestra introdutória e, na sequência, frequentar um minicurso preparatório.

 

Cada pessoa recebe um mantra pessoal e secreto, alinhado a seu perfil. Esse som não possui significado algum. Serve apenas como exercício mental, ou seja, deve ser repetido em silêncio, sem vínculo com a respiração, com a observação do corpo, dos sentimentos ou com visualizações. “O método é simples e natural, perfeitamente executável.

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Até mesmo uma criança é capaz de praticá-lo. Não requer esforço de concentração e de contemplação, como outras linhas”, destaca Flávia. A performer peruana radicada em São Paulo Tania Mujica, que já havia experimentado diferentes linhas meditativas, se encantou pela simplicidade da vertente transcendental.

 

“Ela propicia um mergulho mais rápido, profundo e espontâneo. Mas, para obter esse resultado, é preciso ter disciplina”, enfatiza. A dedicação à proposta, dizia Maharishi Yogi, conduz à iluminação, definida por ele como o reflexo da natureza humana em estado puro. “Iluminarse é alcançar a percepção clara da realidade, trazendo à tona a sabedoria que reside dentro de nós a fim de realizarmos o propósito da vida, que é a expansão da felicidade”, resume Flávia

 

Procedimentos básicos

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• Sente-se confortavelmente, com a lombar apoiada de preferência em uma cadeira e de olhos fechados. Pode ser em qualquer lugar que ofereça essa condição. Não é necessário haver silêncio nem acender vela ou incenso.

• Medite por 20 minutos, duas vezes ao dia, de manhã e à tarde, repetindo mentalmente seu mantra pessoal e secreto e também aplicando a técnica aprendida durante o curso preparatório. Manter a regularidade é fundamental para colher os benefícios

• A meditação transcendental não é uma corrente autodidata. Por isso, é indispensável a orientação de um especialista. Somente professores credenciados pela Sociedade Internacional de Meditação (SIM) podem transmitir a técnica conforme os ensinamentos de Maharishi Mahesh Yogi. No site da entidade (www.meditacaosaopaulo.com.br) há uma relação de promssionais certimcados em todo o país.

 

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