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Logo ajuda erveiros de Belém a competirem no Mercado Ver-o-Peso

Escritório Mapinguari Design cria comunicação visual em parceria com a associação Ver as Ervas, no Pará

Por Por Nilbberth Silva
Atualizado em 20 dez 2016, 21h29 - Publicado em 26 jun 2013, 22h48

Aliviar reumatismo, engravidar, arranjar um amor e até curar câncer. Os erveiros do mercado Ver-o-Peso, em Belém do Pará, prometem todos esses milagres em suas bancas de produtos feitos com ervas da Amazônia – perfumes, sabonetes, pomadas e misturas para banhos. A atividade de combinar e vender as ervas sustenta 102 artesãos e suas famílias, uma comunidade de 500 pessoas unidas na Associação Ver as Ervas.

LogoVerAsErvas

Mas as vendas da associação estavam em queda. Havia cada vez menos pessoas interessadas nos produtos artesanais tradicionais. E para piorar, a associação tinha pouco espaço para produzir e guardar as misturas, desperdiçava matérias primas e tinha dificuldades de chegar aos clientes.

A falta de espaço foi resolvida com a compra de uma casa, obtida com a indenização recebida em um processo. Mas boa parte dos problemas foi solucionada, quem diria, com a ajuda de um escritório especializado em design de marcas, o Mapinguari design. As sócias Fernanda Martins e Sâmia Batista desenvolveram uma marca para a associação, padronizaram a comunicação visual e aperfeiçoaram as embalagens, sacolas e roupas da Ver as Ervas.

00-Artesãos criaram desenhos que mais tarde ajudariam a construir a marca. banca-de-ervas capela-de-sao-joao chega-te-a-mim-03

Todo o trabalho foi feito em oficinas com os associados. Para desenvolver a marca, por exemplo, as designers estudaram junto com os associados como se constrói um símbolo e qual a sua função. Nas oficinas, os erveiros analisaram, empresas que desempenham atividades semelhantes à deles. Depois, os participantes desenharam as ervas com as quais trabalham. Os desenhos, feitos em dois tons de verde, foram agrupados em um coração e transformaram-se em uma marca fácil de identificar.

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“Optamos por ser mediadores e tradutores”, conta Sâmia. “Junto com os artesãos, chegarmos a uma identidade que realmente fizesse sentido para cada um dos associados. Como a marca foi criada coletivamente, a autoria é coletiva”. E os associados continuam a sentir-se representados pelo grafismo, mesmo depois de três trocas de diretoria. Além disso, as embalagens e folhetos ajudam a competir com ervas trazidas de outros lugares do mundo.

A marca abraça uma causa. “Acreditamos na democratização de renda pelo aumento da competitividade de associações de base comunitária diante do mercado”, diz Sâmia. “O design é essencial nesse processo. Aumentar a visibilidade dessas comunidades no mercado global é uma das nossas bandeiras”.

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