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Encontro na Feitintas discute influência da cor na nossa vida

Um psicólogo, uma decoradora e um professor de arquitetura falam de que forma a escolha de um tom pode deixar sua vida em casa melhor ou pior.

Por Danilo Costa
Atualizado em 20 dez 2016, 19h46 - Publicado em 24 set 2008, 17h09

A cada dois anos, São Paulo recebe um dos maiores eventos do setor de tintas e vernizes da América Latina, a Feitintas. Além dos tradicionais lançamentos de produtos, que você acompanhou aqui no Casa.com.br, a sexta edição da feira promoveu o IV Encontro Brasileiro da Cor. O bate-papo contou com experts da área, como a designer de interiores Neza César, o professor José Luis Caivano, da Faculdade de Arquitetura, Desenho e Urbanismo de Buenos Aires e o psicólogo Paulo Félix, vice-presidente da Associação Pró-Cor do Brasil, entidade que promoveu o encontro. O casa.com.br mostrou os lançamentos da Feitintas 2008 (como os pincéis só para as mulheres) e também ajuda você a escolher o melhor tom para a sua personalidade. Depois de fazer o teste e encontrar o tom, brinque de pintar no nosso simulador de pintura.

Cor e Arquitetura, por José Luis Caivano

O professor relatou que a cor vem sendo pesquisada desde o passado. Ele expôs uma lista de estudiosos do tema, entre eles, o arquiteto e teórico de arte florentino Leon Battista Alberti (1404-1472), o pintor italiano Giovanni P. Lomazzo (1538-1600) e o arquiteto e historiador francês André Félibien (1619-1695).

O século 19 nos presenteou com nomes como o do escritor e crítico de arte inglês John Ruskin (1819-1900), pioneiro do movimento moderno de arquitetura. Para ele, “a arquitetura precisava ser colorida”. Outras referências foram o arquiteto inglês Owen Jones (1809-1874), colorista do Palácio de Cristal, e o arquiteto sul africano Rex Distin Martienssen.

Já no século 20, tivemos arquitetos mais famosos, como Le Corbusier, que acreditava numa arquitetura policromática. Sua frase dizia o seguinte: “A cor é um elemento tão necessário quanto o fogo e a água. O homem necessita dela para viver”. Outros destaques desse período levantados por José Luis Caivano foram o arquiteto alemão Bruno Taut, um dos coloristas mais importantes do movimento moderno, o arquiteto americano Frank Lloyd Wright, o neerlandês Gerrit Rietveld e o mexicano Luis Barragán.

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Psicologia das cores, o ambiente e o usuário, por Paulo Félix

Segundo o vice-presidente da Pró-Cor do Brasil, as cores determinam as impressões sensoriais de um ambiente e se não forem bem combinadas podem comprometer o bem-estar do lugar. Paulo explicou que ao estudar essas sensações, o arquiteto consegue analisar os comportamentos estimulados pelas cores. “Se os ambientes desorganizados incomodam visualmente, o mesmo acontece numa área com tons em desarmonia”, exemplificou o profissional.

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A Importância da Cor no Design de Interiores, por Neza César

Apaixonada pela natureza, a designer de interiores se inspira nas nuances do meio ambiente para decorar os ambientes. “Gosto de vários tons vindos do laranja, do roxo, do lilás e do rosa”, diz Neza. Ela também aposta no equilíbrio entre cores quentes e frias e no casamento de claros com escuros. Segundo ela, a escolha do tom para pintar a casa pode vir de peças menores como telas e objetos. “Se você está com receio de ousar, comece pelos detalhes, pinte espaços menores e tente se acostumar com a mudança”, sugere a designer que aposta na pintura como a forma mais econômica de renovar a casa.

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Ela concedeu uma entrevista exclusiva à Revista Arquitetura & Construção.

1) Como você define a cor que será usada num ambiente?

Primeiro, converso com o cliente durante várias horas. Quero saber sobre a vida dele, quais suas preferências, se ele gosta de receber os amigos, qual a rotina da casa. No meu escritório, com a planta e as fotos da residência, fico viajando sobre as possibilidades de combinações. Algumas ferramentas são imprescindíveis: uma cartela de tons e meu lápis de cores. A partir daí, começa o processo de criação.

 

2) Quais os tons ideais para a sala de estar, de jantar, corredores e salas de leitura?

Existem tons ideais para cada pessoa, levando em conta a personalidade e o estilo de vida de cada um. É possível dizer, por exemplo, que o vermelho na cozinha aguça o apetite. Mas o que vale mesmo é a intuição.

 

3) Onde usar cores quentes e frias? Quais estimulam a alegria dentro de casa?

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Os tons quentes são bem-vindos nos quartos e os frios servem para equilibrá-los. Essa combinação é perfeita. Para trazer alegria, vale a família dos laranjas e dos amarelos, além dos tons pasteis.

 

4) Qual a cor do momento?

O berinjela virou um clássico no mundo inteiro. Quando apareceu era super diferente. Tenho berinjela em casa até hoje, pois ele transmuta energia. Todos os roxos, com pigmentos vindos das matizes do ametista, funcionam como transformadores de energia negativa em positiva. É uma cor gostosa, que veio para ficar. É super chique e acho que o lilás tem a mesma propriedade.

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5) Como misturar tonalidades diferentes num mesmo ambiente e que efeitos posso obter com essas variações (amplitude)?

É possível misturar cores quentes e frias com facilidade. O teto, as portas e os batentes devem ser mantidos sempre brancos, pois essa cor dá a sensação de amplitude

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