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Como escolher cremes que não provoquem alergia

Os cuidados com a pele do rosto envolvem a escolha de um bom produto e a atenção aos sinais emitidos pelo organismo.

Por Texto Inês Pereira | Design Luiz Silviano | Fotos Eduardo Pozella
Atualizado em 20 dez 2016, 19h04 - Publicado em 24 set 2012, 19h16
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É mais comum do que se imagina. De repente sua pele, que até ontem nunca apresentou problemas com o uso de cremes ou maquiagem, reage. Em forma de placas vermelhas, edemas, aspereza, às vezes ardor, ela dá indícios de que algo não vai bem. Sabe-se que 30% da população mundial – e 63 milhões de brasileiros – já apresentou algum tipo de alergia. “Não há como evitar, até que ocorra pela primeira vez e se faça a associação com o uso específico de um produto”, afirma o dermatologista Adilson Costa, chefe do Serviço de Dermatologia e coordenador dos Ambulatórios de Acne, Cosmiatria, Dermatologia da Gravidez e Vitiligo, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCampinas), no interior paulista. “A alergia não depende diretamente do produto, e sim da intolerância (geneticamente determinada) do organismo a certas substâncias presentes na fórmula”, acrescenta.

Como escolher um produto antialérgico

 

Segundo os especialistas, não existe um produto 100% antialérgico, ou hipoalergênico, mas a indústria cosmética caminha para um resultado cada vez mais próximo disso. “Os dois termos, na prática, significam a mesma coisa. Produtos antialérgicos ou hipoalergênicos são aqueles que, comparados aos normais, têm menor probabilidade de despertar respostas alérgicas em pessoas com pele hiper-reativa e que já tiveram reações cutâneas a produtos aplicados diretamente sobre ela”, explica a dermatologista Christiana Moron, de São Paulo. A consciência de que beleza e saúde precisam caminhar juntas inspira a pesquisa e a médica. “Digo aos meus pacientes: ‘Tem beleza quem tem saúde e tem saúde quem tem beleza’. Os tratamentos estéticos são apenas a cereja do bolo, ou seja, são um acessório para a nossa autoestima – desde que nossa casa, que é nosso corpo e nossa mente, esteja em ordem”, avalia Christiana.

Como a alergia acontece

 

A pele pode apresentar uma resposta exagerada a produtos de alto potencial irritante, como os detergentes, quando usados frequentemente. Já a reação alérgica depende da formação de células de defesa ao alérgeno, agente que induz à hipersensibilidade – o que, por sua vez, depende de uma predisposição individual. Como essas células têm memória, cada vez que se entra em contato com a substância que causou a reação, nova resposta alérgica é deflagrada. O jeito é ficar de olho nos sintomas do corpo e tomar algumas providências preventivas. Além do princípio ativo que dispara a reação, um fator que ajuda a desencadear processos alérgicos é o inverno. “O clima mais seco dessa estação acaba ressecando a pele, facilita a penetração de substâncias e pode aumentar a incidência de alergias”, informa Adilson.

Certas substâncias são menos agressivas

 

Produtos manipulados são mais aconselháveis do que os industrializados? Existem dois lados na moeda. Nos primeiros, pode-se evitar a inclusão de substâncias sabidamente alergênicas. Entretanto, o controle de qualidade na produção não é tão rígido quanto nos produtos industrializados e o prazo de validade é mais curto. É notório, no entanto, o esforço de boas marcas de beleza para banir de seus produtos ativos comprovadamente agressivos. “Os fotoprotetores, em sua maioria, já são paba free. E muitos cosméticos também contêm em seus rótulos a denominação parabeno free, outro componente alergênico”, exemplifica Christiana Moron. Entre os ingredientes menos amigáveis ainda em uso estão o formaldeído, a lanolina e o propilenoglicol. “Mas as substâncias que mais agridem são os corantes, perfumes, conservantes e antiinflamatórios”, avisa Adilson Costa. Pessoas com peles delicadas devem ficar atentas a essas fórmulações, inclusive nas maquiagens. Em casos de reações leves, pode-se fazer compressas com chá de camomila gelado ou lançar mão do poder calmante da pasta d’água.

Cuidados essenciais

 

Prefira marcas conhecidas, com registro na Anvisa.

Use produtos específicos para seu tipo de pele.

Aplicar o produto no antebraço por uma semana é um teste que ajuda a evitar reações indesejadas no rosto.

O prazo de validade de uma fórmula deve ser respeitado, assim como alterações de cor e odor.

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