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Como a cabala ajuda a tomar as decisões corretas

Às vezes, nos perdemos em meio a tantas possibilidades que a vida traz. A cabala pode ajudar a focar na questão para evitar o desperdício de energia

Por Texto: Ian Mecler
Atualizado em 20 dez 2016, 18h25 - Publicado em 5 mar 2014, 20h41
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De família judaica, o carioca Ian Mecler estudou astrologia e buscou diferentes práticas espirituais (frequentou centros espíritas e de umbanda e foi iniciado no xamanismo) até descobrir a cabala. Foi nesse conhecimento que encontrou paz e sentido. Tornou-se uma expressão importante no assunto, autor de diversos livros, entre eles, O Místico e A Cabala e a Arte de Ser Feliz (ed. Record) e é mestre do Portal da Cabala.

Viajo nas férias ou guardo dinheiro para uma emergência?” “Aceito o convite para trabalhar em outra cidade e ganhar mais ou fico onde estou, perto da família?” As dúvidas drenam muita energia. Mas como saber o caminho certo a tomar? Como escolher o que verdadeiramente nos faz bem?

A cabala traz valiosos ensinamentos sobre essas questões. A começar pela percepção de quanto cada escolha significa uma nova semente que, cedo ou tarde, vai gerar frutos. Não falo apenas de escolhas ligadas a temas relevantes como moradia, casamento, profissão… As menores são igualmente importantes. Se você se observar atentamente diante dessas questões, reconhecerá dentro de si dois distintos personagens. Um que se identifica com o caminho da verdade e o outro com o da mentira. Um amigo e um inimigo dentro de cada homem. A cabala estuda esse inimigo. Em vez de o considerar uma entidade externa, entende que ele está muito mais dentro do que fora de nós. E, apesar de destrutivo, tem a sua função. Originada da língua hebraica, a palavra satan (o mal) pode ser traduzida como obstáculo.  E os obstáculos são necessários porque nos ajudam a crescer. Surgem sempre com uma possibilidade de escolha. Por exemplo, se o seu casamento não vai bem, o inimigo interno aparece oferecendo a você uma linda amante. A curto prazo, parece mais atraente do que a difícil tarefa de tentar consertar o relacionamento. Mas você pode também dizer não a essa face e procurar sua parceira para conversar, viajar, se divertir e recuperar a alegria original do casal.

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É a capacidade de exercer o livre arbítrio que distingue os mestres. Nos lendários anos 1970 pregava-se que livre era aquele que fazia o que queria quando queria. Dentro da sabedoria cabalística, no entanto, o conceito de liberdade é definido de forma diametralmente oposta ao “tudo pode”. Torna-se livre aquele que tem a opção de não fazer o que quer. Difícil de entender? Vamos utilizar o exemplo de um animal, que faz sempre aquilo que quer. Se tem fome não vai sossegar enquanto não comer, mesmo que tenha de agredir outro. Se ele está no cio vai procurar o acasalamento, arriscando a própria vida se preciso. Ou seja, o animal, totalmente movido pelo instinto, é programado e sem livre arbítrio.

O homem tem a possibilidade de mudar de opinião. Se deseja comer uma torta, mas é diabético, pode negar essa vontade. Rejeita um impulso em função de outro ainda maior: viver com saúde. Nem sempre é fácil separar a luz da sombra. Nossos sentidos muitas vezes enganam. Afinal, como saber se uma situação que aparece em sua vida é algo luminoso, fruto de um desejo construtivo, ou uma armadilha de seu inimigo interno? Isso só é possível se você amplia a visão. Dar um passo atrás e olhar para a situação com certo distanciamento torna as coisas incrivelmente mais claras. Silenciar também. Se você reserva alguns minutos do seu dia para entrar em contato com sua essência – seja meditando, seja se perguntando em frente ao espelho, olhos nos olhos, quem é, quem quer ser e como espera conseguir o que deseja –, as dúvidas tenderão a esmorecer e você será capaz, cada vez mais, de escolher pelo caminho do bem.”

 

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