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Aprenda como praticar a técnica de medição de Osho

Por meio do trabalho corporal e da livre expressão dos sentimentos, Osho pavimentou o acesso ao reino da alegria, da espontaneidade e da vitalidade bem aqui na Terra.

Por Texto: Raphaella de Campos Mello
Atualizado em 14 dez 2016, 11h12 - Publicado em 11 dez 2013, 20h11
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“Somos deuses e deusas, apenas nos esquecemos disso”, dizia o mestre espiritual indiano Osho (1931-1990). A fim de acordar a divindade que habita em cada um de nós, ele criou uma série de meditações ativas, práticas que partem de movimentações corporais, dança, respiração e emissão de sons – vias de liberação energética e emocional –, para, então, alcançar o estado meditativo propriamente dito, ou seja, a observação em repouso do silêncio interior. “Ele concebeu essas técnicas nos anos 1960 partindo da premissa de que, se nós, ocidentais, simplesmente sentássemos e meditássemos, encontraríamos um trânsito mental caótico”, conta Dayita Ma Gyan, terapeuta de bioenergética e facilitadora da Escola de Meditação, em São Paulo, onde ministra dez técnicas ativas num curso com duração de três meses. A meditação kundalini é uma delas (veja mais detalhes no boxe). O termo em sânscrito se refere à energia vital, também entendida como energia sexual, ligada à libido na sua expressão máxima de criatividade e conexão com a vida. Essa modalidade se baseia em chacoalhões acompanhados de respiração solta e liberação de sons, seguidos por uma dança autoral até culminar na quietude. Assim, a energia ascendente vai despertando os chacras e provocando a revitalização do ser como um todo, além de equilibrar a sexualidade. “Ela é uma potente ferramenta para aliviar o estresse, acordar emoções e produzir intenso relaxamento”, garante a facilitadora, que sugere a prática no entardecer, momento propício ao recolhimento. A meditação dinâmica é outra criação de Osho. Técnica vigorosa e, portanto, antidepressiva por excelência, ela nos coloca em alerta. Por isso, é indicada para o raiar do dia. Seus estágios envolvem respiração acelerada e expressão catártica, a qual permite gritos, socos em almofadas, deboche, xingamentos e risos, sucedida por entoação do mantra “hoo, hoo, hoo”, associado à força do guerreiro interno, e pausa para se nutrir de silêncio com os braços erguidos. O encerramento prevê uma dança celebrativa. Músicas compostas especificamente para cada modalidade guiam o meditador ao longo dos vários estágios. Os respectivos CDs são vendidos em livrarias e centros de meditação.

Segundo Dayita, todas as linhas ativas têm o poder de libertar o praticante do lixo emocional – traumas, desejos reprimidos, frustrações etc. – armazenado no inconsciente. “Para Osho, todo ser humano nasce em profunda conexão com sua essência espontânea, amorosa e bela. No entanto, os condicionamentos socioculturais vão nos afastando dessa formatação original.” Mas, felizmente, esse caminho tem volta. O resgate do prazer é um ponto fundamental. Por isso, Osho defendia que o método escolhido deve ser o que mais agrada ao praticante. Do contrário, em vez de libertá-lo, ele se torna um sacrifício, uma prisão. Edilson Cazeloto, professor universitário, de São Paulo, passeou pelas dez possibilidades ofertadas pelo curso e, ao final da jornada, notou a expansão do sentir. “A meditação ativa ajuda a entrar em contato com sentimentos que, muitas vezes, soterramos no dia a dia. Quando vivemos essas emoções durante a imersão, elas se tornam parte mais ativa em nossa vida”, afirma ele. Já Roberto Silveira, consultor paulista, conseguiu se concentrar mais facilmente e se conectar de forma profunda com seu íntimo. “Levo uma vida estressante e agitada. Minha mente não para. Com a prática, fico mais sereno, pois sinto que a energia interna acumulada se dissipa”, explica. O praticante deve estar ciente de que a intensidade da proposta poderá fazer emergir questões incubadas há tempos, tanto de ordem emocional quanto de natureza física. “Tais episódios são oportunidades de tocar em conteúdos importantes e de ressignificá-los à luz da consciência”, pondera Dayita.

 

Procedimentos básicos da meditação de Osho

A meditação kundalini compreende quatro estágios de 15 minutos cada um. Reserve um espaço para o treino diário, em grupo ou sozinho em casa, a fm de potencializar a energia do local.

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Primeiro estágio

Em pé, olhos fechados, pernas afastadas, joelhos destrancados e maxilar relaxado, comece a se chacoalhar suavemente, como se uma vibração subisse a partir dos pés. Deixe essa sensação se expandir e vá soltando braços, pernas, pélvis e pescoço enquanto a respiração fui naturalmente. Você também pode emanar suspiros e sons espontâneos. Nessa fase, a música vibrante e ritmada ajuda o corpo a estremecer.

Segundo estágio

O vibrar vai se transformando numa dança liberta cujo intuito é celebrar o momento. Deixe seu corpo se expressar e mergulhe nos movimentos sem pensar. Torne-se a dança. A música festiva coloca o praticante em contato com a alegria interior.

Terceiro estágio

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Sente-se confortavelmente em posição meditativa – é permitido encostar numa almofada ou sentar-se numa cadeira. o objetivo é encontrar o seu silêncio e se observar livre de julgamentos. Agradeça os pensamentos intrusos e os deixe partir, sem se apegar ou se identifcar com eles. A suavidade da música conduz à introspecção e aproxima o indivíduo do inconsciente.

Quarto estágio

Deitado, braços relaxados ao lado do corpo, o meditante permanece de olhos fechados e quieto. o objetivo aqui é se permitir relaxar profundamente. Nesse momento, não há música, apenas silêncio. No fnal, três sinos irão tocar para que a pessoa vá, por meio de movimentos suaves, se reconectando lentamente ao corpo e ao espaço.

 

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