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6 características que tornam uma cidade atraente, por Alain de Botton

O filósofo, autor e fundador da School of Life de Londres, Alain de Botton, elenca as seis características fundamentais de uma cidade atraente. Veja no vídeo!

Por Jéssica Michellin
Atualizado em 15 dez 2016, 12h53 - Publicado em 17 mar 2015, 16h07

 

Preferir viajar para Paris, em vez de Frankfurt, por exemplo, tem uma explicação científica. De acordo com o filósofo, autor e fundador da School of Life de Londres, Alain de Botton,  a capital francesa é mais organizada e possui mais vida visível do que o município alemão. Ele estudou as características que tornam uma cidade atraente e acabou chegando a seis fatores fundamentais:

1. Variedade organizada

Nem muito caótica, cheia de construções com formatos distintos, nem organizada demais, com todos os imóveis iguais. A ideia é ter um equilíbrio, uma “variedade organizada”. O filósofo cita como exemplo a praça da cidade velha, em Praga, na República Tcheca, onde todas as construções tem a mesma altura e largura, mas possuem cores e formatos distintos.

2. Vida visível

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Cidades com mercados, praças e parques tendem a ter mais pessoas caminhando nas ruas e trazendo vivacidade ao espaço. “As pessoas fazem coisas nas ruas ou em espaços visíveis. Dá sensação de transparência e bem estar saber o que o outro está fazendo”, explica o filósofo. Centros urbanos com mercados, feiras e atividades ao ar livre contribuem para essa sensação. É o caso de Hong Kong.

3. Espaços úteis e compactos

As cidades devem ser compactas, com espaços públicos e privados intercalados entre si. Elas devem ser planejadas para atender a todas as pessoas e isso inclui não pensar somente em ruas e viadutos para os carros, mas em harmonizar com outros meios de transporte. “É a ideia de tornar a praça uma extensão da sua casa, um espaço onde você pode se encontrar com amigos, tomar café, ler um jornal”, conta. De acordo com o filósofo, as praças ideais não devem ultrapassar 30 m de diâmetro e as pessoas devem conseguir se ver de uma ponta a outra. Um exemplo é a Piazza de Santa Maria, em Roma. 

4. Equilíbrio entre orientação e mistério

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O município ideal deve ter um equilíbrio entre orientação (saber onde você está e o que pode encontrar) e mistério (a surpresa de não saber exatamente o que pode encontrar). Deve ser uma mescla entre ruas largas, onde se pode ver tudo, e estreitas, que dá a sensação do viajante encontrar espaços “escondidos”.  “É legal ficar um pouco perdido nesses cantos”, explica o filósofo. Ver o seu vizinho tomando café, pela janela,  por exemplo, dá uma sensação otimista, amistosa entre as pessoas, constribuindo para a noção de orientação no centro urbano.

5. Prédios com até cinco pavimentos

Essa proposição pode ser um tanto questionável, mas, segundo Alan, as cidades perfeitas devem ter prédios, em sua maioria, com até cinco pavimentos. Isso porque atualmente vemos um número tão alto de arranhas-céus nas cidades que, muitas vezes, não conseguimos ver o horizonte. “Isso aumenta a sensação de insignificância das pessoas”, explica. Para ele, as cidades planejadas, com regras e mecanismos de regulação para a construção e ocupação dos espaços, tendem a ser mais atraentes. 

6. Ser local

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A arquitetura deve levar em conta as especificidades locais. “Não queremos que todos os projetos sejam iguais em todos os lugares”, conta o filósofo. A cidade precisa manter certas características tradicionais, como é o caso de Cambridge, onde muito dos seus castelos são feitos dos mesmos materiais, transformando-o numa tradição.

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