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Grafites alertam sobre falta de acessibilidade nas capitais

Através da arte, a campanha em prol de calçadas mais acessíveis já se iniciou em três cidades brasileiras

Por Yara Guerra
Atualizado em 17 fev 2020, 16h03 - Publicado em 19 jun 2019, 14h56
(Divulgação/Casa.com.br)

“Em São Paulo cinza, no Rio vermelho, em Recife azuuuul…”, canta A Banda Mais Bonita da Cidade para três capitais que acabaram de ganhar mais cores em suas ruas. Os meios-fios das três cidades vêm recebendo intervenções de grafiteiros renomados, que buscam chamar a atenção para a importância de uma calçada com rampa.

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De acordo com o Censo do IBGE de 2010, apenas 4,7% de todo o calçamento nacional contava com rampas de acessibilidade. Apesar dos avanços, a carência do equipamento ainda é grande. Foi isso que motivou a ONG Movimento Superação a deflagrar o projeto Sem Rampa, Calçada é Muro, idealizado pela agência Z+.

O rapper Billy Saga, do Movimento Superação, ao lado de Minhau e Chivitz – grafiteiros que participam da campanha. (Divulgação/Casa.com.br)

“Hoje, sou obrigado a andar na rua, pois pela calçada é impossível”, diz Willian Coelho (o Billy Saga), rapper e líder do Superação. “Se preciso subir ou descer em uma calçada, dependo de ajuda de terceiros, reforçando dessa forma o estereótipo assistencialista e não permitindo que eu tenha independência em algo tão básico para o exercício da minha cidadania, que é me deslocar pela cidade”, conta ele.

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Até agora, São Paulo recebeu desenhos em 11 locais da cidade, em ruas como Heitor Penteado, Sumaré, Donatários, Campo Belo e Mooca. A campanha conta com o trabalho de artistas como Minhau, Chivitz, Negritoo, Tito Ferrara, Mazola Marcnou e Apolo Torres.

A Prefeitura de São Paulo informou que o prefeito Bruno Covas ampliou a importância estratégica das calçadas, com previsão de R0 milhões de investimentos, que resultarão em 1,5 milhão de de calçadas requalificadas até o fim do próximo ano. 

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Em 2017, foram revitalizados 47.197 m² de calçadas; em 2018, 37.674 m² e, em 2019, serão cerca de 750.000 m², de acordo com a gestão Covas. O trabalho também conta com a padronização e feitura de rampas.

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O diretor de arte da agência Z+, Alexandre Lage, acredita que a conscientização deve ser constante. “Quando se encontra uma maneira diferente e engajadora de abordar o assunto, ele vem à tona e pode causar a resposta da sociedade e, consequentemente, uma transformação”, diz ele. “Esse é realmente um problema muito antigo, mas a maneira de mostrá-lo é nova”, completa Lage.

Além de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, mais três cidades começarão a receber os grafites da campanha em breve: Salvador (BA), Fortaleza (CE) e Campo Grande (MS).

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