A Galeria do Rock é um marco da arquitetura de São Paulo
Por lá, nem tudo é preto: o prédio no centro de São Paulo abriga lindas curvas com parapeitos vermelhos e tem até uma cobertura verde!
Eu tinha 11 anos quando meu tio me levou pela primeira vez na Galeria do Rock. Mesmo bem novinha, já gostava muito de rock e um dos meus maiores sonhos, acredite ou não, era conhecer o prédio e voltar de lá com uma camiseta de banda. Consegui realizar meu sonho. Conheci o prédio e ainda ganhei uma camiseta de banda… do McFLY. Não foi de uma banda de rock, mas voltei para casa super contente e com uma certeza: aquela, definitivamente, não seria a última vez que eu passearia pelo local.
A Galeria do Rock é muito mais do que um point para os roqueiros: é um local que abriga as mais diversas tribos, tem produtos para todos os gostos (afinal, eu saí de lá com uma camiseta do McFLY), e está situada em um prédio com arquitetura única e diferentona, agradando também os apaixonados pelas belas construções.
Projetado pela construtora Alfredo Mathias, ao lado do Escritório de Arquitetura Siffredi e Bardelli, em 1950, o local era chamado inicialmente de “Shopping Center Grandes Galerias” ou “Galeria 24 de Maio”. O prédio foi inaugurado em 1963 e tinha como objetivo abrigar centros comerciais. Na época, aquele era o maior centro comercial da cidade, que reunia em um majestoso conjunto, diversas lojas e tinha o objetivo de ocupar o novo centro da cidade de São Paulo.
Em meados de 1980, lojas de discos começaram a abrir na Galeria 24 de Maio e, somente em 1993 as vendas de rock se tornaram soberanas no local, popularizando o nome “Galeria do Rock“.
As curvas e vãos da galeria, que liga a Avenida São João a Rua 24 de Maio, permitem que os transeuntes da rua observem o interior do prédio, as lojas e as escadas rolantes do lado de fora. De dentro, a construção permite que os fãs de rock apreciem uma linda vista da cidade.
Em 1993, Antonio de Souza Neto, o Toninho da Galeria, assumiu a administração do condomínio e iniciou diversos projetos no prédio promovendo o bem-estar coletivo. O Toninho virou uma figura conhecida pelos frequentadores da galeria e tornou-se uma enciclopédia viva do prédio.
O administrador foi responsável por dar uma conotação cultural a um lugar que inicialmente tinha uma proposta comercial. A cultura tomou conta da Galeria do Rock, que hoje é uma referência para fãs dos mais diversos gêneros musicais.
Em 2016, a Galeria do Rock inaugurou uma horta orgânica na cobertura do prédio. Conhecida popularmente como “Jardim do Rock“, a área de 450 m² tem 300 m² ocupados pela horta. Atualmente, aulas sobre agricultura orgânica e administração de hortas são feitas no espaço.
Quem visitar a hortinha poderá conferir os pés de cebolinha, coentro, funcho, pimenta e salsinha! O objetivo da horta é distribuir os itens para restaurantes da região, promovendo a alimentação orgânica e reduzir as emissões de CO2, causadas pelo transporte.
De 2007 até hoje eu já fiz de tudo um pouco na galeria. Fiz alguns piercings, comprei camisetas de outras bandas, moletons, discos, acessórios, sapatos, mochilas, bolsas, chaveiros e muitos outros cacarecos. Já encontrei amigos, levei minha mãe, apresentei para turistas e me encantei pela estrutura do prédio e pela vista da cidade. Todo passeio na Galeria do Rock é único e diferente do anterior. Você pode até não gostar do gênero musical, mas tenho certeza que não vai se arrepender de conhecer o prédio.