Tijolos maciços aparentes resgatam arquitetura de sobrado de 140m²
O escritório Eixo Arquitetos resgatou aspectos da arquitetura original do imóvel, de 1955, adequando-os às novas necessidades dos moradores
Com 140m², esta casa dos anos 1950 fica em no bairro da Pompéia, em São Paulo. O imóvel tinha sofrido várias intervenções ao longo das décadas, seguindo o desejo dos então moradores. Quando o escritório Eixo Arquitetos assumiu o projeto, os ambientes estava fragmentados e a fachada original desconfigurada.
“O projeto buscou recuperar as características positivas do imóvel, tanto dos ambientes internos, como o jardim, quanto da fachada e sua relação com a rua e com a vizinhança. Para além disso, o projeto buscou potencializar a ocupação dos espaços, pensando em um modo de vida atual e suas necessidades correlatas”, explicam os profissionais.
Diferente da configuração tradicional do “sobrado paulistano”, onde prevalece a dimensão longitudinal do lote, a casa ocupa um lote quadrado de 65m². Essa característica possibilitou um layout mais fluido e integrado.
Para aproveitar terreno e maximizar o conforto nos interiores, as paredes internas do pavimento social e um trecho de laje não original foram removidos, criando um único espaço multifuncional.
Contudo, como as paredes retiradas eram feitas de tijolo maciço, portanto estruturais, elas foram substituídas por pilares e vigas metálicas aparentes. As paredes remanescentes foram descascadas para mostrar seus tijolos, o mesmo processo foi realizado na laje de concreto pré-moldado.
Para a parte íntima, o escritório restaurou os vãos estruturais das treliças de madeira do telhado. Os forros dos quartos foram executados com inclinação, o que aumentou o pé direito e, visualmente, complementou a geometria das treliças.
Do lado externo, a fachada, diretamente conectada à rua, também recebeu alterações. Suas aberturas foram alargadas e ajustadas aos novos interiores, garantindo maior entrada de luz natural e ventilação cruzada. Molduras metálicas complementam a incidência de luz funcionando como brises, sobretudo à tarde. Os tijolos originais expostos aparecem aqui mais uma vez, reforçando a história da casa.
Os profissionais contam que “a preferência pelo emprego de materiais naturais, como: a pedra basalto e a madeira nogueira, para revestir os pisos dos ambientes, ou a pedra quartzito na bancada da cozinha, proporcionou a atmosfera de acolhimento e conforto desejado para os espaços da casa”. O branco, presente na paleta de cores e marcenaria traz sensação de amplitude e claridade.
A decoração mistura peças criadas pela nova geração de designers brasileiros junto de objetos de valor emocional, vindos de antiquários ou heranças de família. O destaque é a mesa de jantar, que foi desenhada exclusivamente para o projeto. Ela gira no eixo do pilar metálico central, permitindo diferentes configurações.
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