Substituições de materiais na arquitetura que são práticas e sustentáveis

Mármore ou porcelanato, piso de madeira natural ou vinílicos: veja quais substituições trazem mais eficiência e sustentabilidade aos projetos

Por Redação
15 out 2023, 19h00
Projeto de Dantas & Passos Arquitetura.
Projeto de Dantas & Passos Arquitetura. (Maura Mello/Casa.com.br)
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Ao longo dos anos, a arquitetura segue reafirmando sua potencialidade em combinar arte, ciência e tecnologia para planejar, projetar e construir os mais variados espaços. À medida que isso acontece, aumenta a variedade de tipologias em função das matérias-primas dos produtos, bem como seu leque de opções em formas e funções. Mas levando em consideração os constantes desafios ambientais e de eficiência energética, as substituições de revestimentos e materiais na arquitetura assumem um papel de destaque.

E para facilitar, desmistificar e informar corretamente sobre como realizar essas trocas com total eficácia, as arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, à frente do escritório Dantas & Passos Arquitetura, elencam os principais substitutos por meio dos conceitos de sustentabilidade e funcionalidade.

O que levar em conta?

Sala integrada com varanda e cozinha; piso vinílico marmorizado, mesa redonda, bancada de madeira e sofá.
Projeto de GoUp Arquitetura com piso vinílico marmorizado. (Alberto Ricci/Casa.com.br)

Assim como a primeira vez, a escolha dos novos revestimentos e materiais substitutos deve considerar uma série de fatores fundamentais para atender as necessidades específicas dos moradores e do projeto como um todo. “Geralmente motivadas por estilo e estética, o que garante repaginação ao espaço, as substituições levantam questões pertinentes a melhorias como o ciclo de vida, manutenção, durabilidade e compatibilidade com outros materiais já existentes”, diz Danielle Dantas.

Desse modo, elas listam qualidades importante a serem consideradas:

  • Finalidade e função: Qual o uso do espaço? Dormitórios, cozinhas, salas e áreas gourmet possuem requisitos específicos, principalmente no que diz respeito ao conforto e segurança.
  • Manutenção e durabilidade: todo produto tem sua vida útil prevista e prescrições de cuidado.
  • Clima e intempéries: Considere as condições do local que reside, uma vez que os materiais podem variar conforme as características climáticas e ambientais das regiões.
  • Compatibilidade com outros materiais: Se a substituição for parte de uma reforma é bom verificar se os novos materiais são compatíveis com os existentes em termos de estrutura, acabamento e desempenho. Em muitos casos, a sensação de continuidade só é conquistada por meio de itens semelhantes.

Por fim, dependendo do tipo de material escolhido, as arquitetas recomendam contratar profissionais especializados para avaliar as consequências na construção, visto que muitos tipos de substitutos requerem técnicas e habilidades específicas para sua instalação.

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Quais materiais deixam a construção mais sustentável

Quintal - ambiente de Maurício Nóbrega para a CASACOR Rio 2023. Contêiner em jardim com livraria e café.
Quintal: ambiente de Maurício Nóbrega para a CASACOR Rio 2023, formado por três contêineres. (André Nazareth/CASACOR)

A sustentabilidade é um tema cada vez mais em voga dentro da arquitetura e um dos principais motivos que impulsionam a substituição de revestimentos e outros materiais, de forma que sejam minimizados os impactos ambientais e o descarte correto dos resíduos.

Fachada externa de casa mostra contêiner verde com parte em balanço formando uma pequena varanda, sobre piso térreo com revestimento em tijolo aparente.
Projeto com contêineres de Favaro Jr. (Favaro Jr./Divulgação)

“A reutilização de materiais, redução da produção de resíduos, o abandono da utilização de materiais tradicionais como concreto e aço, o consumo consciente e sem desperdício de matérias-primas e as novas formas de economizar energia são atitudes que corroboram para a diminuição dos impactos da construção civil no meio ambiente”, completa Paula Passos.

Projeto de Carina Dal Fabbro. Na foto, lavabo com bancada de madeira de demolição e cuba marmorizada.
Projeto de Carina Dal Fabbro com bancada de madeira de demolição. (Luis Gomes/Casa.com.br)
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Para complementar, a arquiteta catalogou algumas possíveis alternativas de pegada sustentável:

  • Madeira de reflorestamento: material muito utilizado na arquitetura, sabe-se que grande parte é oriunda de origens não identificadas. O melhor caminho é adotar o emprego de madeiras de reflorestamento e certificadas por seu manejo de produção sustentável ou florestas replantadas. Considera-se ainda aquelas de demolição, reaproveitadas de construções antigas.
  • Blocos de isopor e PET: reciclados em formato de blocos encaixados por sistema que não necessita de cola ou produto adesivo. A utilização do bloco é vantajosa financeiramente, pois proporciona uma redução no consumo elétrico e no valor final da obra, além de ser resistente ao fogo e propiciar um melhor isolamento térmico, deixando a temperatura dos ambientes mais confortáveis em qualquer estação do ano.
  • Bambu: Tem um plantio de menor impacto ambiental, cresce com facilidade, é leve e resistente. Pode ser usado em coberturas de construções.
  • Tijolos de terra compactada: Essa técnica antiga vem sendo resgatada para a produção dentro de novos processos construtivos. O tijolo é feito a partir da mistura de barro úmido, cascalho e um estabilizador.
  • Containers: É uma prática cada vez mais frequente, em que parte da estrutura já chega pronta, ganhando tempo de corte de levantamento. Passou de tendência para um sistema construtivo eficiente.

As sócias arquitetas ainda sugerem fazer o uso da tecnologia para ajudar na hora da escolha, pois trata-se de um campo que já disponibiliza opções mais avançadas, com materiais inteligentes, sistemas de automação residencial e projetos em 3D para que o cliente visualize o resultado antes da construção.

Ideias para substituir ou trocar revestimentos

Cozinha revestida de porcelanato no padrão mármore com bancada.
Projeto de Alessandra Gandolfi com porcelanato em padrão marmorizado. (Eduardo Macarios/Casa.com.br)

Mármore natural x Porcelanato

O porcelanato possui um custo-benefício mais interessante, maior resistência, mancha menos e tem menor índice de absorção de água.

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Forro de gesso x Forro de pvc

Em lugares com mais umidade, o forro PVC é indicado por não manchar, nem estufar.

Piso vinílico; sala de jantar; mesa redonda; cadeira de madeira
Projeto de Cristiane Schiavoni com piso vinílico. (Fábio Severo/Casa.com.br)

Piso de madeira natural x Pisos vinílicos

Com padrão madeira e menor necessidade de manutenção, o ideal é optar por pisos vinílicos.

Projeto de Dantas & Passos Arquitetura. Na foto, apartamento com grande parede envidraçada.
Materiais que oferecem melhor isolamento térmico e propriedades de economia de energia, como vidros de baixa emissividade e isolamento de alto desempenho, reduzem o consumo de energia para aquecimento e resfriamento. Projeto de Dantas & Passos Arquitetura. (Maura Mello/Casa.com.br)

Vidro Inteligente x Vidro comum

O controle de transparência dos vidros inteligentes permite escurecer ou clarear a superfície. A passagem de luz para uma área é controlada e, com isso, é possível aproveitar a iluminação natural do sol, reduzir ou aumentar o aquecimento das salas e, por consequência, usufruir da diminuição do consumo elétrico.

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Extra: Descarga de bacia comum x descarga com acionamento duplo

Cada parede sala é de uma cor neste apê de 80 m² com dois home offices. Projeto de Mutabile Arquitetura. Na foto, banheiro com piso preto e branco.
Projeto de Mutabile Arquitetura. (Leo Lobato/Casa.com.br)

Para reduzir o desperdício de água em banheiros e lavabos, o acionamento duplo possui um mecanismo que oferece ao usuário duas opções: uma descarga parcial (3 litros) ou uma descarga total (6 litros).

Em suma, as profissionais da Dantas & Passos Arquitetura alertam que toda e qualquer alteração, seja de reforma ou construção, enfrentará desafios que incluirão os custos iniciais e de mão de obra, a programação da construção e alterações, além da necessidade de justificar os gastos com base nos benefícios a longo prazo, como a economia de energia e redução de custos de manutenção. Por isso, os moradores devem pensar bem nas escolhas dos substitutos para inovar sem arrependimentos.

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