Reforma econômica: casa de tijolos ganha integração e luz natural
Com apenas 4,20 m de largura e paredões nas duas laterais, o sobrado dos anos 50 conquistou aberturas maiores

Respeito ao projeto original e à identidade dos imóveis da vizinhança. Esse foi o princípio que norteou a reforma do sobrado de 134 metros quadrados erguido na década de 50 numa ruazinha de paralelepípedos na Zona Sul paulistana.
A proposta de tornar a casa mais integrada e iluminada sem roubar sua essência, solicitação do jovem casal de clientes, ainda contou com soluções simples e orçamento enxuto.

Diante da morada de três pavimentos quase inteiramente feita de tijolos (vigas e pilares de concreto são pontuais), as intervenções deveriam ser mínimas se a ideia era gastar pouco.
“Basicamente, o trabalho consistiu na substituição de todos os acabamentos e em planejar uma nova marcenaria”, diz o arquiteto Brunno Meireles, do Meireles + Pavan, escritório responsável pelo projeto e pela administração da obra.

“Retiramos as molduras de gesso e revestimos alguns pontos internamente com tijolos”, acrescenta o sócio André Pavan. Natural e rústico, esse material foi eleito também para ornamentar as fachadas, preservando a atmosfera singela do lugar.
Sua aplicação nas paredes da frente e dos fundos exigiu cuidado extra dos arquitetos. Basicamente, tiveram que desenhar e mandar fazer um perfil metálico em U para ser embutido na alvenaria (engrossada pela nova fiada) e acolher portas e janelas.

Todas as esquadrias cederam a vez a modelos maiores, de modo a ampliar os vãos e, consequentemente, a entrada de luz natural.
Leia também: 10 salas de jantar com banco

Na repaginação, a marcenaria garantiu a unidade entre os ambientes. Finalizado com folha de freijó, o rack da sala vira estante quando alcança o hall da escada e depois continua (na parede oposta) desenhando os armários da cozinha e da área externa.
“O banco de concreto armado junto à mesa de refeições ainda promove uma percepção longilínea da sala de jantar”, arremata André.

A intervenção mais pesada foi a construção de uma laje para abrigar um banheiro no sótão, transformando o andar pouco utilizado em uma confortável suíte.
Ali, coube outra ideia certeira da dupla de profissionais: uma grande janela de teto amplia a incidência solar e permite contemplar o céu.

uma janela de alumínio com vidro temperado 12 mm e película protetora (para afastar o calor e evitar que tecidos e madeira desbotem). Na instalação, a esquadria foi apoiada e parafusada num requadro de peroba com cantoneiras cobrindo os pontos perfurados, além de vedação com silicone – depois, o conjunto foi pintado de branco. Do tipo máximo-ar, o modelo dispõe de um braço articulado para abrir na parte mais baixa e garantir a circulação de ar no ambiente. A cortina do tipo blackout ainda garante boas horas de sono. (Divulgação/Fran Parente)

