A proposição do inesperado e a exploração de materiais e tecnologias são algumas das nuances do trabalho desse coletivo
Por Redação
Atualizado em 9 set 2021, 09h31 - Publicado em 30 jul 2018, 12h06
Da esquerda para a direita, os arquitetos Matías Carballal, Silvio Machado, Andrés Gobba, Luciano Andrades e Mauricio López.
(Diego Moreira/Divulgação)
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“Buscamos entender espacialmente a experiência de vida do usuário e gerar novas relações com a arquitetura”, diz Luciano Andrades, um dos integrantes.
Da fusão do escritório uruguaio MAAM e do gaúcho Studio Paralelo, nasceu, em 2006, o MAPA Arquitetos, com sede lá e cá da fronteira e cinco sócios Matías Carballal, Silvio Machado, Andrés Gobba, Luciano Andrades e Mauricio López. Nesta entrevista, Luciano conta como atua o grupo. Como a dupla nacionalidade influencia nas obras do escritório? Implica diálogo constante entre equipes de diferentes repertórios, muito importante para nós. A influência se expressa nos detalhes e na visão de como projetar, no modo de se aproximar de cada desafio. O uso de sistemas pré-fabricados é uma marca do coletivo? Projetamos em diferentes escalas, com sistemas convencionais e industrializados. Gostamos muito do conceito “montar mais do que construir”. O uso abusivo de materiais no canteiro tradicional é incompatível com o entorno natural. O que têm experimentado? Investigar novos materiais e obter resultados surpreendentes como, por exemplo, usando grandes planos de vidro e os painéis de madeira Cross Laminated Timber (CLT), que são ao mesmo tempo estrutura e revestimento.
Veja os projetos na galreia a seguir:
1/4 MIN CAT, FAZENDA CATUÇABA, SÃO PAULO, 2015: Eis na foto ao lado uma das experimentações do coletivo: o MINIMO D.O projeto consiste em módulos independentes (3 x 3 x 3 m) que ora podem estar conectados ora parcialmente fechados para garantir privacidade. “O sistema construtivo de madeira, chamado de Cross Laminated Timber ou CL T, garante a durabilidade da estrutura.” No interior do refúgio, o painel de CL T de pínus fica exposto. Já no exterior, entra o ripado de madeira como acabamento. (Emmanuel Rengade/Divulgação)
2/4 XAN, XANGRI-LÁ, RS, 2013: O tratamento dado a cada pavimento desta residência no litoral gaúcho fornece pistas sobre seus usos internos. Com espaços amplos e o mínimo de divisões, o térreo é destinado ao lazer e ao convívio. Repare nos grandes panos de vidro e na pavimentação única que proporcionam a integração dentro e fora. Já brises de madeira envolvem o andar de cima a fim de oferecer privacidade aos moradores. (Leonardo Finotti/Divulgação)
3/4 EDE, MALDONADO, URUGUAI, 2015: Dois módulos executados com estrutura metálica leve (light steel frame) compõem este projeto apoiado sobre muros de pedra erguidos com técnicas locais. “A experiência é de viver numa varanda aberta e protegida, em franca interação com o entorno”, diz Luciano. Tábuas de ipê revestem paredes e forro. No piso, entrou a grapia. “O mais interessante será ver como as madeiras irão mudando de cor com o tempo.” (Leonardo Finotti/Divulgação)
4/4 SAC, MALDONADO, URUGUAI, 2018: No horizonte de vinhedos, serra e pradarias do interior do Uruguai, a fachada deste refúgio intriga o olhar ao se camuflar na natureza. “Desejávamos a relação enigmática proporcionada pelo vidro espelhado. A transparência amplia o espaço interior da construção e ao mesmo tempo cria uma imagem exterior quase mágica, mimetizando a paisagem”, diz Luciano. O módulo pré-fabricado é uma das treze unidades de um projeto maior, o Sacromonte Landscape Hotel, ainda não inaugurado. (Leonardo Finotti/Divulgação)