Regulamentados desde 2014 pela prefeitura, os parklets arrebataram os paulistanos e se espalharam pelos principais bairros da cidade. Essas áreas, que permitem uma pausa merecida no dia a dia, estimulam o bom uso do espaço público
Por Por Tatiane Domiciano (texto) e Elena Caldini (visual)
Atualizado em 9 set 2021, 14h00 - Publicado em 18 Maio 2016, 16h00
Parklets estimulam o bom uso do espaço público
(Rogério Pallatta/)
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O conceito é simples e também inovador: criar áreas de convivência nas ruas da cidade. Quem importou a ideia para cá foi o presidente do Instituto de Mobilidade Verde (IMV), Lincoln Paiva, que, em 2010, conheceu a experiência de São Francisco, nos Estados Unidos. “Vendo o primeiro projeto instalado por lá, percebi a grande possibilidade de discussão sobre o uso do espaço público que o parklet promoveria aqui em São Paulo.” Três anos depois, a capital paulista seria a primeira na América Latina a inaugurar uma minipraça, perto da Avenida Paulista. Ali foram aplicadas as regras que posteriormente comporiam a base para a política de regulamentação e licenciamento dos espaços. Essa política prevê que a área ocupada é a de dois carros estacionados um atrás do outro (máximo de 10 m) e que a construção só pode empregar matéria-prima de fácil remoção e resistente às intempéries. Objetivas, essas diretrizes incentivam a criatividade de arquitetos e designers e convidam o cidadão a fazer do parklet uma extensão da casa. Veja a seguir as medidas certas para multiplicar as minipraças por aí.
MEDIDAS EXATAS
Várias dimensões devem ser observadas na instalação do parklet:
Velocidade máxima
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Para se candidatar a um parklet, a rua deve ter 50 km/h como limite para o tráfego de veículos.
Aclive da rua
A inclinação longitudinal não pode superar 8,33%, a fim de facilitar o acesso dos usuários.
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15 metros
Essa é a distância mínima obrigatória a ser deixada entre uma minipraça e a esquina.
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10 metros
A extensão máxima autorizada para a estrutura equivale a duas vagas de carro.
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2,20 metros
Como fica na via pública, o parklet deve limitar sua largura à faixa ocupada por um veículo.
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1/10 Assinado pelo coletivo formado pelos escritórios Zoom, H2C, SuperLimão, Contain It e IMV, o projeto da Rua Mateus Grou envolveu os moradores da região, que elegeram a troca de livros como prática essencial para o lugar. (Foto: Rogério Pallatta)
2/10 Primeiro da cidade, o parklet da Rua Padre João Manoel comprovou a eficácia da estrutura de pínus autoclavado replicada em grande parte dos 55 projetos espalhados pelo município. Mesmo após tanto tempo da inauguração (2013), ele se mantém como o mais movimentado, recebendo cerca de 400 pessoas por dia. (Foto: Rogério Pallata)
3/10 A área de 22 m² na região central aproxima os cidadãos paulistanos do design nacional, já que conta com bancos de madeira certificada assinados pelo designer Pedro Petry e com piso de ladrilhos hidráulicos estampados pelo artista mineiro Alexandre Mancini, executados pela Brasil Imperial. O projeto arquitetônico é de Sérgio Sampaio. (Foto: Rogério Pallatta)
4/10 Em uma badalada esquina do Itaim Bibi, este modelo desenvolvido pelo alemão Rudolf Piper vale-se da versatilidade da madeira teca (Neobambu) para dar forma a toda a estrutura. À praticidade da mesa com rodízios, o lugar soma pontos de energia elétrica para recarregar eletrônicos, um bebedouro público e até aparelho de TV. (Foto: Rogério Pallatta)
5/10 A obra encomendada pelo empresário Fernando Sommer para a arquiteta Maricy Borges foi além da criação da praça: ao redor da estrutura existem canteiros com uma aromática jardineira de temperos, os quais podem ser colhidos por quem passa por ali. A praça ainda soma uma pérgula de cumaru forrada com uma vistosa parreira, garantia de sombra nos dias mais quentes. (Foto: Rogério Pallatta)
6/10 Os arquitetos Thiago Giusti e Eduardo Dornelas, do A8 Arquitetura, levaram ao pé da letra a ideia de minipraça ao desenhar este parklet com meros 5 m de extensão. O piso drenante (Solarium) e os bancos de concreto (NeoRex) asseguram o viés ecológico e permitem a permanência de pets. O paisagismo é de Alexandre Galhego. (Rogério Pallatta)
7/10 A pracinha de 22 m² na Rua Oscar Freire segue a mesma linguagem arquitetônica jovial da loja que cuida de sua manutenção. A obra do coletivo Zoom, H2C, SuperLimão, Contain It e IMV aposta na relação entre o comércio e a cidade. (Foto: Rogério Pallatta)
8/10 Estes módulos multifacetados, feitos de chapas metálicas, servem de assento, mesa e até apoio para os pés. (Foto: Rogério Pallatta)
9/10 No bairro de Pinheiros, o parklet arquitetado pelo escritório H2C faz um convite permanente a uma pausa na correria e, graças à instalação de uma mesa comunitária, incentiva o hábito das refeições ao ar livre. A estrutura segue à risca a cartilha da sustentabilidade: tem base de pínus, bicicletário e paisagismo pontual. (Foto: Rogério Pallatta)
10/10 Parceria entre a Soul e a Homã Alvico Arquitetura, este projeto poderia compor o cenário de qualquer cidadezinha francesa. Sua matéria-prima principal é a madeira, à qual se juntam o piso com delicados ladrilhos hidráulicos e o charmoso pergolado de aço com pintura fosca. Chapas perfuradas fecham parcialmente a área sem interromper a vista para a região dos Jardins. (Foto: Rogério Pallata)