Moderna que só ela: casa tem mosaicos, muito concreto e madeira
Esta morada mineira ganhou linhas retas, amplas aberturas e relação direta com o jardim
Por Simone Raitzik
Atualizado em 9 set 2021, 12h29 - Publicado em 4 out 2017, 15h48
Colunas finas e circulares (40 cm de
diâmetro e 6,60 m de altura) desenham
a fachada interna. “Foram moldadas na obra
com tubos de PVC e deixamos o concreto
aparente”, explica Frederico Andrade,
do Skylab Arquitetos, que assina o projeto.
(Divulgação/Juliano Colodetti/MCA Estúdio)
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Quando decidiram trocar a vida agitada e corrida que levavam em São Paulo pela paz e tranquilidade de Juiz de Fora – onde nasceram, se conheceram e se casaram –, eles tinham uma boa noção de como seria a casa na qual sonhavam morar: um pavilhão amplo, ensolarado, com direito a uma piscina com raia, além de muita transparência e espaço aberto para enxergar os filhos correrem.
Esquadrias de alumínio anodizado preto (com perfis da linha Gold, da Esquadrias Diplomata) protegem a fachada. “Essa cor não destoa dos perfis da passarela e dos guarda-corpos, de aço natural protegido com verniz fosco”, explica Guilherme. Integrada, a cozinha tem porta de correr larga (2,40 x 2,50 m, da Madecolar), finalizada com laca branca brilhante. Móveis para área externa da Mac Móveis. Sofás e poltronas da Mod01. (Divulgação/Juliano Colodetti/MCA Estúdio)
Mas não era só. Luz natural abundante em todos os ambientes e cozinha integrada onde receber os amigos também faziam parte da lista para o projeto.
Os eventos conspiraram a favor. Tão logo pisou em solo mineiro, o casal encontrou um terreno com ampla metragem (1 320 metros quadrados) num condomínio arborizado, em zona residencial.
A fachada frontal, diante da rua, alinha as janelas dos quartos, incluindo a suíte do casal. Aqui também usaram-se ripas de pínus tratado em autoclave: elas revestem a alvenaria, tornando o conjunto mais harmônico. Embaixo ficam a entrada principal e a garagem. (Divulgação/Juliano Colodetti/MCA Estúdio)
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Em seguida, os dois convocaram Frederico Andrade e Guilherme Ferreira, do escritório Skylab Arquitetos, para pensar a planta, provocando-os a criar uma estrutura arrojada, diferente.
O paredão foi concebido para parecer estrutural: depois de desenformado, o concreto deixa aparentes as marcas dos moldes de compensado naval plastificado e os furinhos da fixação – tudo devidamente paginado, assim como as pequenas janelas. Uma passarela, sustentada por vigas metálicas, desenha uma circulação que leva para a futura biblioteca, com pé-direito duplo. (Divulgação/Juliano Colodetti/MCA Estúdio)
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“O resultado, traduzido com as matérias-primas que gostamos de usar, como concreto, vidro e madeira de demolição, reflete o carinho que nutrimos uns pelos outros”, conta Frederico.
A parede de concreto recebeu um perfil em U ao longo da escada, onde depois foram soldados os degraus de chapa metálica dobrada. As pisadas são da mesma madeira do assoalho da sala: peroba-mica em réguas de 20 a 40 cm de largura, da Madeireira Vale. (Divulgação/Juliano Colodetti/MCA Estúdio)
Assim, a construção subiu dotada de pilares esbeltos, mosaico, muito cimento à vista – e uma discreta, mas típica, singeleza da terra. Aqui e ali, vigas de aço em I amparam a edificação.
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O beiral de concreto (1,15 m) resguarda o prolongamento do forro de placas de MDF no padrão Amêndola Rústica (1,84 x 2,75 m, da Duratex). “Essa textura quebrou a frieza do cimento”, diz Frederico. O piso da área externa é o Travertino French Pattern (Palimanan), cuja paginação emprega placas de medidas variáveis. (Divulgação/Juliano Colodetti/MCA Estúdio)
“Para não ficar muito devassada, deixamos a área de convívio voltada para dentro e, assim, privativa. O ponto central da edificação, que une os dois pavilhões, é mesmo a cozinha aberta. É ali que tudo acontece, como nas boas famílias mineiras”, arremata Guilherme.
1/5 A cozinha também ganhou cor com ladrilho hidráulico (modelo N76, da Arte em Ladrilhos). Armários planejados da Madecolar e bancadas de superfície sintética Trendstone (projeto da IY Arquitetas). (Divulgação/Juliano Colodetti/MCA Estúdio)
2/5 No pavilhão da sauna, as mesmas réguas de pínus autoclavado (10 cm de largura e 2 cm de espessura, da Gonçalves Madeiras) destinadas ao deck sobem para forrar as fachadas. A piscina exibe pedra hijau lisa (10 x 10 cm, da Palimanan), comprada na Villeart. (Divulgação/Juliano Colodetti/MCA Estúdio)
3/5 O escritório no mezanino tem guarda-corpo (Alfa Vidros) de vidro 10 mm fixado na estrutura metálica, o que reforça atransparência. No terraço, o painel de ladrilhos hidráulicos – visto até mesmo da piscina – é uma criação do arquiteto Guilherme Ferreira com peças (20 x 20 cm) da Arte em Ladrilhos. (Divulgação/Juliano Colodetti/MCA Estúdio)
4/5 Acima da bancada de mármore crema marfil lustrado, não há parede. O banheiro da suíte traz, no lugar, espelhos presos no teto e numa estrutura de aço inox. Mais atrás, fica a imensa esquadria de alumínio com vidro temperado (10 mm) em caixilhos de 1,20 x 1,85 m, que se deslocam promovendo a ventilação. (Divulgação/Juliano Colodetti/MCA Estúdio)
5/5 São dois blocos: o superior (pintado de branco) fica alinhado com a rua e reúne a ala íntima; o da lateral (de concreto), no térreo, concentra a social. Ambos se voltam para o centro do terreno. Área: 630 m²; projeto de arquitetura, decoração e iluminação: Skylab Arquitetos; construção: Elson Clemente de Oliveira; paisagismo: Painel Verde; projeto estrutural (concreto): Paulo Henrique Scafutto; projeto estrutural (passarela metálica): Limonge de Almeida Consultoria e Projetos. (Ilustração/Campoy Estúdio)