Efeito caixa: espaços revestidos do piso ao teto são tendência
O estilo que faz uso de um único acabamento aparece em diversos ambientes na principal mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo do país
Por Deborah Apsan (visual) e Renato Bianchi (texto)
Atualizado em 9 set 2021, 12h43 - Publicado em 14 jul 2017, 17h22
Teto e paredes ostentam
tonalidade uniforme para
encaixotar sobretudo o
piano no Lounge do Pianista,
trecho do restaurante
Badebec, do escritório
242 Studio. “Usamos neste
ponto um tom acetinado
(Coral, ref. Águas Calmas)
levemente mais escuro do
que o aplicado no restante
do ambiente. A ideia era
demarcar um espaço íntimo,
de 25 m2, aproveitando
o pé-direito mais baixo
ali”, esclarece a arquiteta
Patrizia Genovese. No acabamento,
o pórtico verde-
-azulado ganhou marcantes
rodapés brancos.
(Divulgação/)
Continua após publicidade
Ambientes com parede, teto e piso revestidos com o mesmo material aparecem como tendência entre os projetos da mostra Casa Cor São Paulo 2017. Veja a seguir uma seleção de diferentes ideias com esse mesmo intento: profundidade visual e jogo de planos.
1. Mix de volumes
O bloco central revestido com um mosaico de três mármores diferentes (da NPK com execução da DMX2) rouba a cena no Loft Romanov, projeto assinado pelo Suite Arquitetos como proposta de releitura contemporânea dos palácios russos.
–(Divulgação/Luis Gomes)
O módulo de 7,50 metros quadrados que abriga o banheiro vale como divisória para o ambiente maior, com acabamento de carvalho europeu (Parket) do piso ao forro – a madeira emoldura o estar, produzindo a percepção de caixa dentro da caixa.
–(Divulgação/Luis Gomes)
Continua após a publicidade
“Essa brincadeira cria uma sensação interessante de volumetria, propiciando diferentes noções de espaço”, define a arquiteta Daniela Frugiuele, uma das autoras e integrante do escritório.
2. Surpresa escondida
O Loft do Viajante, ambiente do arquiteto Maicon Antoniolli, se organiza em torno do bloco do closet, de 3,70 metros quadrados.
“Pensando numa espécie de percurso, o volume é descoberto aos poucos, o que enriquece o projeto e surpreende. A própria cor está no limite entre o verde e o preto, só se revelando quando iluminada pelos spots”, explica Maicon.
Continua após a publicidade
–(Divulgação/Luis Gomes)
Como o pé-direito no lugar é baixo, a caixa de 2 metros de altura feita com chapas de MDF não alcança o teto a fim de aumentar a sensação de amplitude. No acabamento externo foram aplicadas ripas de 1,5 centímetros de largura.
–(Divulgação/Luis Gomes)
Continua após a publicidade
Depois, esse lambri recebeu esmalte acetinado à base d’água (no lado de fora, Coral, ref. Floresta Negra; na parte interna, Coral, ref. Natureza Real, tonalidade um pouco mais clara).
Veja mais projetos na galeria a seguir!
1/3 Ponto alto do Loft do Designer, a área molhada de 4,50 m² do banheiro exibe parede, teto e piso com ripas de pínus (Core), madeira tratada quimicamente para tornar-se mais durável, mesmo se exposta ao ar livre. “A ideia da caixa foi destacar o espaço de banho e delimitá-lo em relação ao trecho seco, ressaltando o material utilizado”, explica a arquiteta Adriana Helu, do Triplex Arquitetura, escritório responsável pelo projeto, de inspiração escandinava. A ausência de porta e a divisória lateral de vidro temperado de 12 mm (Casa dos Vidros) reforçam a integração. Banheira de peroba executada pela Cubo Marcenaria e torneira de piso da Deca. (Divulgação/Luis Gomes)
2/3 A proposta de despertar sensações de continuidade e amplitude encontrou solução na caixa com divisórias e forro revestidos de carvalho americano. Criação do Studio 011, o Loft SP é inteiramente visualizado logo da entrada. “Com o propósito de contrastar com o tom amarelado da madeira e enriquecer a gama de texturas, o paredão lateral do home teather recebeu uma mistura que simula granilite. Já no piso,usamos placas cimentícias [Concresteel] também em cinza”, diz a arquiteta e autora Giulliana Savioli. (Divulgação/Luis Gomes)
3/3 Uma escultura moderna e de grandes dimensões inserida num espaço rústico. É desse modo que a dupla formada pelo arquiteto Olegario de Sá e pelo designer de interiores Gil Cioni define o cubo espelhado que fica entre as áreas íntima e social do ambiente Casa da Mata. A caixa de 6 m² e 2,40 m de altura onde foi abrigado o banheiro está instalada abaixo do forro (execução da Silvestre Vidros com espelhos bronze da Guardian, eleitos pelos profissionais pela tonalidade mais discreta). O reflexo no bloco contemporâneo dos materiais naturais brutos empregados do lado de fora produz a percepção de um projeto dentro de outro. “A tendência de interpor volumes é uma busca pelo inusitado”, define Olegario. (Divulgação/Luis Gomes)