Casa de praia com paisagem de sonho

Ao cruzar a passarela de entrada e atravessar a porta de peroba de demolição, a paisagem se descortina diante do deck. A sensação é a de chegar a um convés, e não a uma casa – exatamente como imaginava a autora do projeto

Por Por Marianne Wenzel (texto) e Mayra Navarro (visual)
Atualizado em 9 set 2021, 14h11 - Publicado em 19 nov 2015, 09h00
Pilar de eucalipto tratado
A laje de cobertura mede 20 cm de espessura. A diferença que vemos deste ângulo corresponde a uma platibanda de 1 m de altura – opção da arquiteta a fim de esconder as duas caixas-d’água (modelos largos e baixos, para não aparecerem) e os boilers, alocados ali de modo a liberar o pavimento inferior para a futura ampliação.  (Foto: Evelyn Müller/)
Continua após publicidade

Um chalé pequeninho, de um quarto, que já estivesse pronto. A arquiteta Marcella Leite e seu marido, Léo, chegaram a cogitar apenas isso quando decidiram fazer de Ilhabela seu destino de fim de semana – alguns anos após terem se instalado definitivamente na residência de campo. “Gostamos de viajar com nossos dois golden retrievers, e as pousadas não costumam aceitá-los”, conta ela. O plano simples durou pouco, porém. “Encontrar esse terreno, perto de uma praia que adoramos, mudou toda a história”, revela.

Dois anos transcorreram entre a compra do lote e o início da obra. “Foi a primeira vez que projetei para mim. Fiquei tão indecisa! Fiz e refiz o desenho muitas vezes”, relata. O tempo de maturação serviu para Marcella e Léo definirem o mínimo necessário: duas suítes e uma área social integrada, mas com uma estrutura que previsse outros dois quartos.

E, de novo, a estratégia singela ganhou contornos inesperados. “Eu não imaginava o tamanho do declive até limparmos a área e vermos o resultado do levantamento topográfico. E mesmo ele incorreu em imprecisões”, relembra. Na hora de começar as fundações, outra surpresa – a proximidade do lençol freático (que aumentou ainda mais o grau de  dificuldade dessa etapa). “Nos dois primeiros meses, a obra era só buracos, não rendia!” Outro sistema construtivo teria feito diferença nessa fase tão sofrida? “Cheguei a cotar uma armação metálica, mas confesso que deu insegurança. Essa foi a primeira obra que acompanhei do zero, por isso eu me senti mais confortável com o método tradicional”, admite.

Na véspera do primeiro verão após a conclusão dos trabalhos, o casal aproveita a morada a cada 15 dias e pensa em enfrentar a segunda fase da construção assim que atingir a reserva financeira exigida. “Superamos em 30% o valor previsto para a estrutura e precisamos nos capitalizar”, diz Marcella. No domingo à noite, hora de voltar, a sensação é de aperto no coração. Mas o casal nem pensa em se mudar para lá. Afinal, pelo histórico, se fizerem isso terminarão construindo mais uma casa, em outro lugar.

Publicidade