Casa curitibana preza pelo minimalismo e iluminação natural
Esta casa se vale de níveis e pátios para dar boas-vindas à claridade. alvas, suas paredes servem de tela neutra para os infinitos matizes da luz
Por Nilberth Silva (texto)
Atualizado em 9 set 2021, 10h37 - Publicado em 28 jun 2018, 10h00
Posicionados na lateral, o elevador panorâmico e a escadaria em espiral abrem o centro da casa a essa claridade extra.
(Pedro Kok/Divulgação)
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Por fora, o sobrado nos arredores do Parque Barigui, em Curitiba, tem ar circunspecto, com sua fachada alva ocultando o interior. Por dentro, agiganta: abre-se para a vasta iluminação natural vinda de cima e das laterais; abusa de curvas e janelas inusitadas. A construção é a cara dos moradores, um casal de empresários que poupou durante anos a fim de construir a casa dos sonhos, preservando o entusiasmo pela vida. Talvez por isso tenham encomendado ao inventivo escritório Aleph Zero um lugar sob medida para confraternizações, com áreas de lazer no térreo e na cobertura.
–(Pedro Kok/Divulgação)
Detalhe: o programa de necessidades deveria vir conformado em ambientes completamente brancos e incluir uma escada curva. Os arquitetos contratados, os sócios Gustavo Utrabo e Pedro Duschenes, encararam a monocromia como uma chance de celebrar os reflexos da luz
natural. Atrás de empenas cegas (paredes externas sem aberturas), criaram pátios por onde o sol alcança os quatro pisos e desemboca generoso no vazio central. Ali, a escadaria espiralada com a qual a proprietária tanto sonhou e o elevador panorâmico unem os andares – inclusive visualmente. “Do sofá da sala, enxerga-se o céu”, conta Duschenes.
Grid de concreto permitiu posicionar as colunas nos cantos do terreno, liberando as vistas. A decisão exigiu usar lajes estruturais, projetadas em parceria com o engenheiro Ricardo Dias e executadas na obra. (Pedro Kok/Divulgação)
Para um efeito máximo, a integração acompanha, sobretudo no primeiro pavimento. Os profissionais e sua equipe deslocaram os pontos de apoio da estrutura até os limites do terreno, garantindo que nenhuma coluna ou parede impusesse barreiras entre estar, cozinha, churrasqueiras e decks. Nesses trechos, esquadrias deslizantes fazem as vezes de divisórias, fechadas ou abertas ao sabor dos acontecimentos, desenhando espaços que ninguém sabe dizer se ficam dentro de casa ou ao ar livre. Mais um enigma da indecifrável edificação.
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1/11 Quando abertas, as portas deslizantes (CometaAlumínio e Vidro) somem atrás do elevador (Pedro Kok/Divulgação)
2/11 Quando abertas, as portas deslizantes (CometaAlumínio e Vidro) somem atrás do elevador. (Pedro Kok/Divulgação)
3/11 Empenas cegas como esta, da fachada, ocultam poços por onde o sol penetra na construção sem devassar a rotina dos moradores. Obedecendo o zoneamento, o recuo frontal mede 5 m – justamente o trecho no qual a escada vence o desnível. A pintura em preto faz com que o bloco de cima pareça flutuar. (Pedro Kok/Divulgação)
4/11(Pedro Kok/Divulgação)
5/11 Quando a tarde cai, o espaço a céu aberto do deck traz a luz natural até os quartos do primeiro andar (no alto, à esq.) e surge tingido de azul. No térreo, a ausência de colunas eo cumaru do solário nivelado ao piso de resina epóxi garantem o entrelaçamento dos espaços. (Pedro Kok/Divulgação)
6/11(Pedro Kok/Divulgação)
7/11 O elevador (Milano) tem fechamento de vidro transparente (Cometa Alumínio e Vidro). No guarda-corpo da escada, chapas de drywall (execução da Multiforros) fixadas em perfis de aço chumbado nos degraus. Massa e tintaacrílica fosca (Suvinil, ref. Branco Neve) garantiram o aspecto imaculado. (Pedro Kok/Divulgação)
8/11 Posicionados na lateral, o elevador panorâmico e a escadaria em espiral abrem o centro da casa a essa claridade extra. (Pedro Kok/Divulgação)
9/11 Grid de concreto permitiu posicionar as colunas nos cantos do terreno, liberando as vistas. A decisão exigiu usar lajes estruturais, projetadas em parceria com o engenheiro Ricardo Dias e executadas na obra. (Pedro Kok/Divulgação)
10/11 As aberturas variadas conferem uma atmosfera diferente a cada pavimento: o subsolo e o segundo andar têm iluminação tênue, originada dos poços de luz. Já o térreo e a cobertura, conectados ao exterior, recebem um banho de sol (Campoy Estúdio/Divulgação)
11/11 A cobertura oferece vistas para o tranquilo bairro de Santa Quitéria e o Parque Barigui. Equipada com churrasqueira e esquadrias de vidro retráteis (Reiki), transforma-se em área de lazer nos dias de festa: o elevador chega até lá, facilitando os preparativos. Tanto os guarda-corpos quanto o portão empregam aço galvanizado com pintura branca. O material dá unidade visual à edificação e a destaca das construções ao lado. (Pedro Kok/Divulgação)