Acabamentos personalizados diferenciam apês com plantas idênticas
Amigos de longa data, os moradores trocaram experiências de obra e compraram materiais juntos
Por Dan Brunini
Atualizado em 9 set 2021, 12h13 - Publicado em 11 jan 2018, 10h00
No 23o andar, a vista privilegiada serve de pano de fundo nos momentos de relax de Beatriz Ottaiano, do escritório doob Arquitetura, e seu vira-lata Nico. A porta de correr saiu de cena para possibilitar a integração com o estar.
(Divulgação/Evelyn Müller)
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Ao aceitar o convite de um corretor para visitar o lançamento do empreendimento na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, a arquiteta Beatriz Ottaiano, sócia de Daniele Okuhara no escritório doob Arquitetura, não imaginava sair de lá com o apartamento comprado. “Eu me encantei pela planta, adorei a localização e o preço era imperdível”, lembra. A paixão foi tamanha que ela ligou para o amigo André e o convenceu a arrematar o imóvel do andar embaixo do seu. Os projetos aconteceram simultaneamente e com antecedência suficiente para solicitar à construtora a eliminação da parede entre a sala de jantar e a cozinha, solução certeira quando se deseja fazer o espaço render. Avessa ao excesso de cores e elementos, Beatriz priorizou materiais claros e práticos em seu primeiro imóvel. “Fácil de manter, o porcelanato que imita madeira aparece em todos os ambientes, com exceção do banheiro”, exemplifica. O branco impera por quase todos os lugares, resultando em maior luminosidade e sensação de amplitude. “Foi o trabalho mais minimalista que já fiz”, brinca. “Projetar para mim mesma se revelou um desafio. Conhecer tantas alternativas torna a escolha mais difícil”, revela.
Um nível abaixo, no 22º andar, André Koronfli curte a varanda, também incorporada à área social, para tocar guitarra e se divertir com o buldogue francês Madruga. Pufe da Macadâmia, tapete azul da Collector e cadeira da Artesian. (Divulgação/Evelyn Müller)
Amigos desde 2004, André Koronfli e Beatriz Ottaiano (arquiteta e dona do apê acima) se conheceram em um curso de fotografia. A relação de cumplicidade ficou ainda maior após a compra do imóvel no mesmo edifício, decisão que ajudou a desenrolar um projeto feito por ela conforme os desejos do rapaz. “A Bia mostrou sensibilidade ao transpor o meu gosto para os espaços”, diz André. Na sala, a marcenaria da estante, por exemplo, foi pensada para acomodar as coleções de CDs e DVDs dele, um aficionado por música e cinema. Outra decisão: ter cozinha, salas e varanda totalmente integradas também favorecia o hábito de receber amigos. “A disposição dos cômodos dá a sensação de que o lugar é muito maior”, conta o atual morador. Até durante a obra, a dupla agiu na base da parceria. Não só escolheu os materiais dos dois apartamentos como negociou as compras e conseguiu preços melhores fechando pedidos nos mesmos fornecedores.
A construtora entregou os dois imóveis sem divisórias separando a cozinha da sala, mas com uma porta de correr e trechos laterais de alvenaria entre o estar e a varanda – que vieram abaixo (Campoy Estúdio/Divulgação)
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Na galeria a seguir, você confere as diferenças e semelhanças entre os apês:
1/10 “Sou monocromática. deixei objetos e mobiliário pontuarem os ambientes com cor”, Beatriz Ottaiano, moradora (Evelyn Müller/Evelyn Müller)
2/10 “A soma de madeira, porcelanato, tijolinho e cimento imprimiu um ar descolado”, André Koronfli, morador (Divulgação/Evelyn Müller)
3/10 Para resolver a falta de espaço, a mesa de jantar fica encostada na bancada de argamassa armada construída na obra. Pendentes de concreto da Futura Iluminação (Divulgação/Evelyn Müller)
4/10 Informal e prática, a bancada móvel com rodinhas pode ser puxada para outro local com facilidade. A madeira empregada também é o fresno natural, que lembra pínus. (Divulgação/Evelyn Müller)
5/10 Aberta para a sala, a cozinha ganhou um toque retrô com os ladrilhos hidráulicos geométricos (Ladrilar). A parede na lateral do fogão foi revestida de cimento queimado Mr. Cryl (Protécnica). (Divulgação/Evelyn Müller)
6/10 O mesmo porcelanato do piso forra o frontão da pia, resguardando a parede de sujeira e respingos. Já a parede lateral recebeu tinta epóxi branca, com a mesma finalidade. (Divulgação/Evelyn Müller)
7/10 Área social e quartos ganharam porcelanato com aparência de madeira (Emil). No tom da parede, a porta de correr (à esq., na foto) fica imperceptível. A estante de MDF pintado esconde o shaft de água pluvial do edifício (a primeira coluna, na foto abaixo (Divulgação/Evelyn Müller)
8/10 Um discreto e harmônico mix de materiais marca a sala: porcelanato em réguas com visual de concreto (Emil) no piso, tijolinhos cerâmicos (Portobello) na parede e marcenaria de MDF folheado de fresno. Almofadas da Macadâmia e da Collector. (Divulgação/Evelyn Müller)
9/10 No banheiro, agora há pastilhas de porcelana brancas (Cerâmica Atlas) e porcelanato no piso. Para encobrir o shaft (duto por onde passa a rede hidráulica) que fica acima do espelho, criou-se o móvel alto onde cabem toalhas e acessórios de banho. (Divulgação/Evelyn Müller)
10/10 Para um efeito mais sóbrio, aqui também as paredes do boxe levaram o mesmo porcelanato escuro (Emil) adotado por Beatriz. Repare que a cuba eleita é maior que a da vizinha. O armário no alto traz embutidos pequenos spots para melhor iluminação ao barbear. (Divulgação/Evelyn Müller)