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Jacarepaguá: e o sertão virou mar

O bairro cresce de carona com a Barra da Tijuca. No final dos anos 1990, o acesso ao centro foi facilitado com a abertura da Linha Amarela

Por Redação
Atualizado em 14 dez 2016, 11h58 - Publicado em 7 fev 2007, 18h52

Do outro lado do maciço da Tijuca, cercada de lagoas e áreas verdes, a região de Jacarepaguá se desenvolveu à parte do centro histórico e da zona Sul. Eclética, tem 11 sub-bairros – com moradores de diferentes perfis. A Freguesia, o pedaço mais valorizado, fica ao pé da serra e é porta de entrada, a leste, para quem chega pela antiga Estrada Grajaú-Jacarepaguá (atual avenida Menezes Cortes). À oeste, tem como limite a Linha Amarela, via expressa inaugurada em 1997, que leva à Barra da Tijuca, à zona norte e ao centro. Ao longo e nos arredores da Estrada Pau Ferro, que une as duas extremidades da Freguesia, condomínios horizontais e verticais, com¿ torres de até 12 andares, modificam a paisagem dominada, até pouco tempo, por chácaras, casas amplas e quintais generosos. Na avenida Geremário Dantas, próxima, há comércio e serviços variados. Com ruas largas e arborizadas, o bairro mantém um ar bucólico e é bem servido por escolas e hospitais. Os preços acessíveis atraem novos moradores. “A valorização nessa área tem um limite de preço porque senão as pessoas preferem ir para a Barra da Tijuca ou Recreio, mais próximos da praia”, observa Marco Adnet, diretor-regional da Rossi Residencial, que tem empreendimentos na região. Situada numa grande planície entre o maciço da Tijuca e o maciço da Pedra Branca, a região de Jacarepaguá se desenvolveu de forma independente do restante da cidade. O nome vem das tribos tupis e significa lagoa rasa dos jacarés: yakaré + upá (lagoa) + guá (baixa, rasa). Suas terras cultiváveis, que têm como limite, ao Sul, as lagoas de Jacarepaguá, Camorim e Tijuca, estimularam o surgimento de grandes fazendas e engenhos de açúcar. Igrejas e capelas construídas nesse período, ao longo dos séculos 16 e 17, ainda são marcos arquitetônicos do lugar. Os povoados surgem nos arredores e hoje dão nome a alguns dos 11 sub-bairros que compõem Jacarepaguá: Anil, Cidade de Deus, Curicica, Freguesia, Gardênia Azul, Jacarepaguá, Pechincha, Praça Seca, Tanque, Taquara e Vila Valqueire.

Considerada subúrbio do Rio de Janeiro até meados do século 19, uma espécie de “sertão carioca”, a região aos poucos passa a ser vista como periferia da Corte. Surgem grandes propriedades de café nas terras altas da Freguesia, Itanhangá e estrada velha de Jacarepaguá. Antiga Porta d’Água, nome de um dos três rios da região, a Freguesia foi ponto final de uma das duas linhas de bonde de Jacarepaguá. Com a extensão das linhas de bondes, eletrificados a partir de 1911, o lugar cresce e adquire características mais urbanas, de classe média. E novas vias de acesso contribuíram, ao longo dos anos, para sua integração ao centro e a zona Sul da cidade.

O bairro tem muitos moradores antigos e famílias tradicionais, predominantemente de classe média. Quem vive ali costuma trabalhar no próprio bairro, na Zona Norte, na Barra da Tijuca ou no centro do Rio. Os jovens freqüentam academias de ginástica e cursos de inglês, e são comuns os encontros em pracinhas ou botecos para conversar. O conhecido baile funk do Castelo das Pedras fica próximo, em Rio das Pedras, bairro vizinho. Com a expansão imobiliária, iniciada no início dos anos 2000, a Freguesia vem atraindo moradores de outras regiões, famílias jovens ou recém-casados, que vêm renovando o perfil de ocupação do lugar.

Positivos

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Ruas tranquilas e arborizadas

Fartura de comércio e serviços

Praias e cachoeiras nas proximidades

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Negativos

Poucas linhas de transporte público

Poucas opções de cultura

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