Dados do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) revelam um aumento expressivo no número de alagamentos na cidade desde 2007: passaram de 736 para 1 191 no ano passado. “Boa parte deles decorre do acúmulo de lixo nas vias públicas. Mas a situação se agrava com a falta de áreas verdes na cidade”, explica Hassan Barakat, gerente do CGE. A prefeitura tenta reverter a situação investindo, por exemplo, na construção de piscinões, parques municipais e lineares, limpeza de galerias e plantio de árvores. No entanto, o projeto que mais se destaca é o Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais do Município de São Paulo, criado em 2010. “As inundações sempre foram tratadas isoladamente. Nunca se olhou a bacia hidrográfica e o uso de ocupação do solo. Nosso objetivo é desenvolver medidas tendo outra visão da relação entre a cidade e seus rios”, explica Mario Tadeu de Barros, professor de recursos hídricos da Escola Politécnica da Universidadede São Paulo (Poli-USP), contratada pela prefeitura para supervisionar o projeto. “Estamos na fase de mapear as áreas de inundações para definir o que é emergencial a médio e longo prazos.”
Entrevisa com Miguel Bucalem, sercretário de desenvolvimento urbano
Quais são as principais causas das enchentes em São Paulo?
O processo acelerado e desordenado de urbanização impermeabilizou grande parte da superfície da cidade e não respeitou os elementos naturais, como as várzeas de rios e córregos. não há solos drenantes para absorver a água da chuva.
Qual a importância do plano Diretor de Drenagem?
Mitigar as causas das enchentes mapeando as bacias hidrográficase os pontos críticos. Com isso, faremos programas para as bacias com soluções estruturais e não estruturais, como renaturalizar córregos e recuperar a vegetação.
Existe alguma estratégia a longoprazo para acabar com as enchentes?
A mais promissora e que já estásendo feita é reverter o problemada impermeabilização. implantarnovas áreas verdes permeáveis,parques lineares, arborização, uso de pisos drenantes, entre outras ações, ajuda no processode requalificação urbanística e também na qualidade ambiental.