Cozinha com papel de parede de bananeira é repleta de arte brasileira
Para sua Cozinha do Chef – Raízes, projeto da CASACOR Rio 2023, Amanda Miranda apostou no maximalismo e nas cores vivas
A Cozinha do Chef – Raízes projetada pela arquiteta Amanda Miranda na CASACOR Rio 2023 foi idealizada para um chef de hotel boutique realizar pequenos jantares. O espaço de 50 m² – composto por hall de entrada, cozinha e banheiro – celebra a brasilidade, com referências claras ao nosso tropicalismo, artesanato popular e raízes indígenas.
“A ideia é fazer aflorar nos visitantes suas memórias quase lúdicas de um Brasil tropical e alegre, em verde e amarelo”, conta ela. “Acredito que revisitar nossas raízes e ancestralidades é também uma forma de fortalecer nosso futuro e valorizar nossa identidade cultural”, acrescenta.
No hall de entrada, a parede principal coberta do chão ao teto com palha de piaçava (em alusão às ocas indígenas) e o letreiro Raízes iluminado com pendentes de bambu produzidos pelos designers Stefanie Ting e Guilherme B Oliveira, em parceria com índios do Alto Xingu, dão boas-vindas a quem chega, já sinalizando o que está por vir.
Em seguida, vem a cozinha do chef propriamente dita, “vestida” com papel de parede impactante, com maxi estampa de folhas de bananeira. Já os armários têm portas com ripas super finas, ora em laca amarela (puxando para o ocre) ora em laca verde, combinados com painéis de madeira escura, que representam o Pau-Brasil.
Para reforçar a brasilidade do projeto, a arquiteta Amanda Miranda contou com a curadoria da artesã ceramista alagoana Maria Luciene da Silva Siqueira na produção do seu espaço.
Considerada uma das mais importantes artistas populares contemporâneas do Brasil, Sil lançou mão de seus próprios trabalhos modelados em barro (com destaque para a famosa escultura “Jaqueira”) e de outros artesãos brasileiros, como Zé Crente, Elias Vitalino, Jair Tiburcio, Marcos Paulo Lau da Costa e Andréa Araújo Rocha. A ambientação conta ainda com quadros dos artistas Laura Villarosa e Ruan Dornellas.
“Nosso maior desafio neste projeto foi criar uma cozinha funcional dentro de um espaço tombado. Tiramos partido de alguns elementos originais da casa, como o piso e as esquadrias em molduras de madeira, mas foi necessário cobrir as bancadas e os armários originais com drywall e as cerâmicas das paredes com painéis de compensado. Nada foi demolido ou danificado, apenas escondido temporariamente”, finaliza.
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