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Aprenda a fazer a manutenção da fachada

Dicas para manter as fachadas de todos os tipos de materiais sempre bonitas.

Por Por Vera Kovacs
Atualizado em 20 dez 2016, 15h53 - Publicado em 20 fev 2009, 10h37

A umidade e a radiação solar são os principais inimigos da conservação da fachada. Em paredes externas de alvenaria revestidas de tijolo, pedra e madeira, a água ajuda na proliferação de fungos. Em contato com o sol e a chuva, o material da parede costuma dilatar e contrair, ocasionando bolhas na pintura, trincas e descolamento das cerâmicas. Para evitar esses problemas, o ideal e conhecer os cuidados dos acabamentos ao encomendar o projeto da casa. O arquiteto ou o engenheiro poderá sugerir a melhor solução, considerando fatores como a poluição e as condições climáticas – calor, maresia. Aproveite as dicas desta reportagem, que considera revestimentos aplicados sobre paredes de alvenaria: madeira, tijolo, pedra, pintura, aço, cerâmica e concreto. Para escolher sua fachada, inspire-se nas opções que selecionamos para você.

Madeira:

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Instalação: no projeto, é bom criar artifícios para proteger o acabamento de infiltrações, como o uso de beirais largos. Também vale a pena impermeabilizar a alvenaria com produtos hidrorrepelentes antes de cobri-la de painéis ou ripados de madeira. Fabíola recomenda atenção no encaixe das peças, pois a água poderá passar se houver vãos. Seja qual for a madeira, proteja-a com impregnantes, como o stain – que aumenta a resistência contra a umidade e os raios ultravioleta.

Manutenção: vale verificar periodicamente se a madeira está protegida. Se ela estiver absorvendo água, é hora de reaplicar o stain. Em casas de praia, isso tem de ser feito a cada ano.

Tijolo:

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Instalação: como se trata de um revestimento rústico, deve ser colocado sobre paredes niveladas com massa grossa. Assim como a pedra, os tijolos pedem rejunte de resina epóxi ou de cimento. Na impermeabilização, opte pelos hidrofugantes, que penetram sem formar película, ou pelas resinas acrílicas, capazes de criar uma capa sobre a superfície e deixá-la com aspecto molhado. “Ao escolher a resina, prefira as 100% acrílicas, que não misturam outros componentes”, aconselha o engenheiro Jonas Silvestre Medeiros, da Inovatec Consultores, de São Paulo.

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Manutenção: quando tratados, os tijolos são facilmente laváveis com mangueira ou vassoura de pelo. “As máquinas de baixa pressão de água podem ser usadas desde que o jato (em forma de leque) esteja a pelo menos 20 cm da fachada”, adverte José Dubena, da Pedralimp, de São Paulo. O sol forte pode descascar as peças com resina. Nesse caso, as empresas especializadas retiram essa proteção e reaplicam o impermeabilizante.

Pedra:

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Instalação: a pedra deve ser assentada sobre paredes revestidas com massa grossa (2,5 mm de espessura), que regulariza a superfície. Convém adotar argamassa colante e rejuntar com resina epóxi ou produtos à base de cimento, que barram a entrada de água. Após dois dias, é a vez da limpeza pós-obra, feita por empresas especializadas, que elimina restos de rejunte. “Usa-se máquina de jato de alta pressão com uma distância mínima de 30 cm para não ferir o material”, explica José Dubena, da Pedralimp, que em alguns casos também recorre a produtos como o cloro. Depois de secar (dois dias), deve-se recobrir o revestimento com resinas acrílicas ou hidrofugantes.

Manutenção: a cada ano é bom conferir se há absorção de água. Em caso afirmativo, vale repetir o processo de limpeza e de impermeabilização. “Se surgirem trincas na pedra, é possível detê-las com resinas”, diz Maria Heloísa Frascá, do Laboratório de Materiais de Construção, do IPT. “No caso de rachaduras, melhor trocar a peça”, completa.

Pintura:

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Aplicação: em paredes novas, deve-se esperar a secagem do reboco (um mês) e deixar a área limpa. Antes da pintura, convém passar fundo preparador ou selador para facilitar a absorção da superfície.

Manutenção: a cada um ou dois anos, dependendo da região, é hora da repintura. Mas primeiro será preciso lavar a superfície com uma esponja macia e eliminar o depósito de poluição e chuva ácida. Em seguida, basta corrigir pequenas imperfeições com massa corrida e deixar secar (seis horas). Entre cada demão de tinta, aguarde seis horas.

Aço:

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Instalação: com a ajuda de grampos ou de perfis metálicos, há quem prefira aplicar esse revestimento direto sobre a alvenaria – em forma de placas ou telhas. Mas a parede precisa estar rigorosamente uniforme para que as imperfeições não apareçam. No entanto, segundo o arquiteto Roberto Inaba, do Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), de São Paulo, esse uso não é o mais recorrente. “Costuma-se formar um sanduíche com placas de OSB ou de gesso acartonado, manta isolante e só depois fechar com as chapas metálicas”, afirma Roberto.

Manutenção: a durabilidade desse material é alta, mas varia de acordo com a ação da poluição e da maresia. Se surgirem pequenas manchas de corrosão, basta fazer novos banhos nas peças galvânicas ou de galvalume. Se a extensão do dano for maior, Roberto aconselha a troca das placas ou a pintura do aço com fundo preparador ou tinta própria para esse metal.

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Cerâmica:

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Instalação: segundo a norma técnica, as paredes devem estar com chapisco e embosso antes do assentamento de argamassa. O rejunte precisa ser flexível (de cimento ou de epóxi) para acompanhar o movimento das cerâmicas. “A versão cimentícia veda melhor a passagem de água e deixa a parede respirar”, avalia Jonas. “Isso evita que o vapor gerado pela troca de calor e umidade com o ambiente externo faça as placas descolarem”, completa ele.

Manutenção: se mal assentadas, as cerâmicas podem se destacar ou sofrer eflorescência (formação de sais de cálcio pela entrada de umidade). “Nesse caso, consulte as empresas especializadas para avaliar se o melhor é uma troca pontual ou de uma área maior”, aconselha Maria Luiza. A limpeza periódica é simples, realizada com detergente neutro ou produtos recomendados pelo fabricante.

Concreto:

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Aplicação: no concreto feito in loco, as proporções de cimento, areia, brita e água que compõem a mistura devem ser definidas pelo engenheiro de acordo com o projeto. Primeiro, erguem-se pilares e lajes e depois formam-se as paredes. No sistema pré-moldado, os painéis servem para sustentar a estrutura. As duas opções exigem impermeabilização e o ideal é usar hidrofugantes à base de silanosiloxano. “Esse composto químico é mais resistente que o silicone comum, penetra no concreto e não interfere no seu aspecto natural”, orienta Jonas.

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Manutenção: “A limpeza, feita por especialistas, deve ser periódica a partir do primeiro ano da construção”, alerta Elza Nakakura, especialista em argamassa da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), de São Paulo. A lavagem com jato de água pressurizado de cima para baixo elimina fuligem e fungos. A partir do quinto ano, verifique a necessidade de reaplicar o hidrofugante.

 

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