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Casa em Curitiba mescla concreto, arenito e venezianas de madeira

Pouco recorrente em Curitiba, a linguagem que associa geometria rigorosa a muito concreto à vista – marca de seus autores paulistanos – faz desta casa um espécime raro

Por Por Deborah Apsan (visual) e Joana L. Baracuhy (texto) Projeto Biselli Katchborian Arquitetos Associados Fotos Evelyn Müller
Atualizado em 19 jan 2017, 14h15 - Publicado em 15 dez 2014, 22h36

Com o ar maroto que lhe é característico, o arquiteto Mario Biselli, sócio de Artur Katchborian no escritório paulistano que leva o nome dos dois, responde por que tem atuado tanto em Curitiba. “Parece que gostam de mim por lá”, brinca. Em seguida, conta a história que justifica três trabalhos, em 15 anos, numa cidade que não é a dele. Tudo começou quando foi chamado para fazer uma residência. Depois, o mesmo cliente o contratou, com a anuência do sócio, para desenhar a sede da empresa de ambos. Por fim, foi a vez de o sócio convidá-lo para conceber esta moradia. “São obras distintas mas com traços comuns. O que dá certo nos acompanha pela vida”, explica.

O advogado, dono deste sobrado geométrico, destaque no condomínio próximo ao Parque das Pedreiras, é mais explícito. “Sempre admirei o trabalho do Mario por causa de suas linhas aparentemente simples. Mas sei que elas resultam de muito conhecimento. Além disso, eu não queria um projeto quadrado, sem estilo”, afirma. A oportunidade de construir surgiu em 2011, quando a mulher e ele acharam o terreno. Já na primeira visita, a conexão entre o arquiteto favorito e o casal saiu reforçada: a dentista mostrou um rascunho do que imaginava para a futura residência. E, antes de conseguir se desculpar pela intromissão na seara alheia, recebeu do profissional um aceno positivo. “Já estavam no papel a implantação correta, a abertura para a face ensolarada e o jardim central. O conceito final foi uma decorrência desse croqui”, concede ele.

A obra, porém, deu trabalho ao engenheiro Paulo Roberto Wiens, que se esforçou para encontrar fornecedores com bons preços e capazes de realizar elementos peculiares da construção, como as venezianas ripadas e o concreto aparente. “São raras em Curitiba as casas com tanto cimento à vista”, diz. “O importante é que ficou bonito, prático e agradável de viver, tanto para o gosto do Sul quanto para o do Sudeste”, resume o proprietário.

 

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Poder de síntese

Os pontos fundamentais do projeto são fáceis de entender com a ajuda dos desenhos do arquiteto: jardim central, projeções na laje, leveza do bloco cuperior e sol em quartos e salas.

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Apoio e localização: dois enormes pilares (um junto à escada e outro na lateral da sala) sustentam o piso superior e livram o térreo de obstáculos. Espaços de uso frequente, como o estar e os quartos, desfrutam de posição favorável, virada para o pátio e para a face norte.

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Um corpo que avança: em forma de C, a base define o vão central e assegura boa área livre no meio. Também ampara o volume de concreto, que excede os limites do térreo na frente da casa e junto à sala para viabilizar, embaixo, a garagem e a varanda.

Área: 460 m²; Equipe de Arquitetura: Guilherme Filocomo (coordenador), André Biselli Sauaia, Ana Carolina Martins, Luiza Monserrat, Vitor Zanatta, Vinícius Miranda de Figueiredo e Enrico Arigoni; Projetos de estrutura, elétrica, hidráulica, ar-condicionado e luminotécnica: SP.Project; Gerenciamento da obra: WP Gerenciadora de obras; Empreiteiro: Valdeci Ribeiro; Esquadrias de Alumínio: Alubauen; Portas e venezianas: Kuzma Representações; Interiores: Eliza Schuchovssi e Caroline Andrusko.

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