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Casa de 64 m² é erguida por R$ 107 mil em três meses

Em Brasília, um jovem de 24 anos levou três meses para erguer esta morada de 64 m². Fundações simples e estruturametálica colaboraram para a obra rápida e econômica

Por Por Deborah Apsan (visual) e Nilbberth Silva (texto) | Projeto 1:1 Arquitetura: Design | Fotos Edgard Cesar
Atualizado em 19 jan 2017, 15h52 - Publicado em 16 abr 2014, 23h02

 

Se alguém visitar esta pequena casa em Brasília durante o dia, é bem provável que ouvirá a música do compositor francês Claude Debussy fluindo das caixas acústicas enquanto o morador, o advogado Antonio Barra, estuda na mesa da cozinha. Caso o visitante chegue à noite, encontrará o rapaz entretendo convidados com jazz e MPB no home theater. E quem passar ao longo do fim de semana topará com uma dezena de companheiros papeando ao som de rock. Hoje, o sistema de som ambiente é uma das características do lar que mais alegra o jovem, de 24 anos.

Antonio se mudou de Portugal há pouco para tentar o ingresso no Instituto Rio Branco, escola que forma diplomatas. Deixou os pais e a confortável casa do outro lado do Atlântico. A saudade? Ele amainou fazendo amigos. Para morar, em vez de continuar num flat e pagando aluguel, o moço resolveu usar o pé-de-meia, obtido com a compra e venda de ações – e esperava ver acontecer em sua obra o mesmo retorno rápido do mercado financeiro.

Com arquiteto Eduardo Sáinz, do escritório 1:1 arquitetura: design, decidiu construir utilizando estrutura metálica, lajes pré-fabricadas, fundações simples e divisórias de drywall. A residência custou R$ 107 mil e ficou pronta em três meses. Seus 64 m² se voltam ao gramado, palco de animadas festas. Privilegiar a vida social foi justamente o ponto de partida para a criação da planta. A cozinha é americana, e a sala acomoda confortavelmente seis pessoas. As portas de vidro se abrem em duas laterais, assim as reuniões maiores se estendem sem obstáculos até o exterior. Para utilizar o espaço ao máximo, o projeto de interiores e mobiliário ditou a organização final. Com a mãe do cliente, Eduardo escolheu peças de design brasileiro, como a poltrona Xibô, de Sergio Rodrigues. Sim, a economia na obra foi tanta que sobraram recursos para adquirir móveis de design. O arquiteto cortou custos ao simplificar o desenho das esquadrias e usar revestimentos baratos, a exemplo do porcelanato com aparência de ladrilho hidráulico. A estratégia viabilizou outro mimo: duas fachadas ganharam uma fita de aço, que rompe a aparência monolítica da morada e funciona como degrau de entrada.

Quem passa e vê a construção não percebe, mas ela é provisória. Quando casar, o rapaz planeja erguer uma residência maior ao lado e transformar esta num anexo da piscina. Divisórias darão lugar a armários para adega e biblioteca. Enquanto esse sonho não se realiza, Antonio estuda, ouve música e acompanha o crescimento da única árvore do terreno. A planta tinha 1,50 m quando a obra começou. Agora, quase alcança a laje.

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Uma casa em quatro etapas

As fases abaixo sintetizam o passo a passo da construção, fnalizada em julho do ano passado, e representam a maioria dos gastos da empreitada, que saiu por R$ 16800 m² (sem o custo da marcenaria).

 

esquema-casa-erguida-por-107-mil-em-tres-meses

– Estrutura: a armação metálica é composta de oito colunas (0,15 x 0,15 x 3 m) e quatro vigas. “A obra é muito pequena para sofrer esforços de dilatação consideráveis. Por isso, não previmos nenhuma junta adicional”, afirma o arquiteto. Como cobertura, laje pré-moldada impermeabilizada e telhas de fibrocimento.

– Fachada: as sete folhas de vidro temperado (2,40 x 8,85 m) estão presas a trilhos de alumínio – simplificar os caixilhos diminuiu os custos do projeto. As paredes externas receberam tinta com efeito de concreto (Suvinil, ref. tubarão cinza, D 380) e uma camada de selante com proteção contra raios ultravioleta.

– Fundação: o terreno plano e resistente do Planalto central aceita fundações simples. As oito estacas de concreto armado (0,30 x 0,30 x 3 m) apoiam a laje pré-moldada, com contrapiso de 5 cm. O conjunto foi feito em uma semana, economizando no pagamento da mão de obra.

– Acabamentos: o porcelanato Broadway (0,60 x 1,20 m), que imita cimento queimado, reveste o piso de todos os cômodos, com exceção do banheiro. As paredes da cozinha receberam o modelo rio retrô, escolhido por se inspirar no bairro carioca do Leblon (60 x 60 cm, também da Portobello). A mesma tinta usada na fachada cobre a face interna das paredes e o drywall.

TOTAL: R$ 107 mil.

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Área: 64 m²; Projetos complementares: MD construções; Projeto de interiores e iluminação: 1:1 arquitetura: Design

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