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Netflix destaca reserva brasileira em nova série documental

A Reserva Natural Salto Morato, no litoral do Paraná, é o cenário brasileiro que integra a produção da série "Nosso Planeta"

Por Evelyn Nogueira
Atualizado em 17 fev 2020, 16h06 - Publicado em 28 Maio 2019, 16h05

Lançada na Netflix, em 5 de abril de 2019, a série Nosso Planeta, narrada por David Attenborough, Penélope Cruz e Salma Hayek, apresenta em oito episódios a beleza natural da Terra e mostra as consequências das mudanças climáticas nas paisagens e na vida selvagem.

(Divulgação/Casa.com.br)

Produzida pela Silverback Films e a WWF, a série documental retrata desertos, florestas, oceanos e regiões polares. O objetivo da produção é conscientizar as pessoas e inspirá-las a preservar ambientes naturais. Um país tropical, repleto de belezas como o nosso, não poderia ficar de fora do roteiro. A Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba, no Paraná, foi o cenário brasileiro captado pelos produtores.

Para as lentes dos cinegrafistas chegarem no Brasil, entretanto, não foi tão fácil: a reserva entrou no roteiro após 10 meses de negociações para capturar a dança pré-nupcial do tangará-dançarino, uma ave típica da Mata Atlântica. A espécie é marcada por alguns hábitos corriqueiros. Entre eles está a performance dos machos para conquistar fêmeas: os machos se revezam em acrobacias para chamar a atenção da fêmea. Ao fim da dança a fêmea decide qual pássaro mais chamou sua atenção.

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(Divulgação/Casa.com.br)

A professora Lilian Manica, do departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná, foi procurada pelos produtores para auxiliar na busca por aves que tivessem exibições de cortejo. “O tangará se destaca entre outras espécies da família porque se trata de uma dança cooperativa”, conta Lilian.

A professora indicou a Reserva Natural Salto Morato – mantida pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza – para registrar o ritual, que é mais comum durante a primavera e o verão. “Nós encontramos os tangarás na Mata Atlântica, principalmente no Sul do País, mas acreditamos que Salto Morato era o local mais recomendado para as gravações por se tratar de uma área super preservada, em um trecho onde o bioma está intocado”, completa.

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(Divulgação/Casa.com.br)

Natacha Sobranski, analista de Projetos de Conservação da Fundação Grupo Boticário, acredita que a visibilidade do documentário ajuda a população a conhecer e proteger a biodiversidade. “Apesar de o tangará ser uma ave comum na Mata Atlântica, poucas pessoas sabem sobre a sua existência, muito menos sobre esse ritual de corte pouco comum. Mostrar uma ave como essa em um documentário com escala global não só destaca a biodiversidade que encontramos no Brasil como também desperta a vontade das pessoas de conhecer e conservar, o que ainda estimula o ecoturismo e o desenvolvimento regional”, diz.

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