Continua após publicidade

Quatro itens sobre Lauro Cavalcanti

Antropólogo, arquiteto, diretor do Paço Imperial no Rio de Janeiro, expert em modernismo - autor do guia Quando o Brasil era moderno, da editora Aeroplano - Lauro Cavalcanti é um homem múltiplo. Sempre envolvido em vários projetos, entre organização de livros e curadorias de exposições no Brasil e exterior, ele contou um pouco sobre suas atividades atuais e as perspectivas para um futuro próximo

Por Da redação
Atualizado em 19 jan 2017, 15h34 - Publicado em 13 out 2010, 14h53
Um título para uma foto sem titulo

No momento, está finalizando um livro grande sobre o arquiteto Sérgio Bernardes, Reinvenção da Arquitetura, projeto para o qual foi convidado pela viúva Kika Bernardes. A edição (Arte Viva editora, em formato grande e recheado de imagens, deve sair em breve e vai reunir 10 ensaios de diferentes autores e 10 textos de autoria do próprio Sérgio. “Há vários projetos bem interessantes que ficaram engavetados, inclusive um para favelas, surpreendente. Revirei os arquivos pessoais dele, antigos, e organizei tudo, pesquisando imagens, fotos publicadas em revistas. Foi um trabalho bem extenso, mas que está bem bacana e completo. É uma homenagem justa e necessária para um nome tão importante da arquitetura brasileira”, aponta ele.

 Razão e Ambiente é o nome da exposição em que Lauro é curador, prevista para ser inaugurada em abril de 2011 no Museu de Arte Moderna de São Paulo. O tema abordado vai ser Ecologia x Arquitetura no Brasil. “Vamos mostrar como o modernismo, desde os seus primórdios, já tinha preocupação com a escolha de matérias primas em função do impacto no meio ambiente. Nomes como Lina Bo Bardi, Lúcio Costa e Sérgio Bernardes vão ser homenageados. Está prevista a montagem de uma instalação reproduzindo o pavilhão que Lucio Costa fez para a Trienal de Milão, em 1963, com redes presas a cabos de aço, enquanto acontecem projeções com trilha sonora. O efeito é impressionante”, diz ele, que afirma ser essencial discutir sobre outros prismas a questão ecológica, para evitar a repetição de clichês e radicalismos. “Tem estruturas e materiais que ganham selo verde mas são esteticamente horríveis. E todos parecem ter receio de contestar. Acho importante levantar essa discussão. Pretendo que essa exposição renda material para um livro também”, acrescenta ele.

No Paço Imperial, em dezembro, inaugura a exposição sobre o patrimônio do Brasil, que Lauro fez em parceria com Victor Burton. Atualmente ela está em cartaz no térreo do Palácio do Planalto, em Brasília. E, provavelmente, a bem-sucedida mostra sobre o legado de Burle Marx, que ocupou o ano passado o Paço, foi convidada para viajar, em abril de 2011, para o Maxii, Museu do Século XXI, em Roma, prédio com projeto de Zaha Hadid. “Estamos em entendimentos avançados”, adianta ele.

Sobre escrever um livro de ficção, projeto antigo de Lauro, que teria a época da construção de Brasília como fundo, ele revela que o roteiro está todo pronto na sua cabeça, mas não é fácil colocar no papel. “É algo novo, que ainda não encontrei o tom. Mas espero que saia sim, sem tantas cobranças”, diz.

Publicidade